Portugal constrói a «casa» do ecumenismo

Em Portugal já existe um caminho ecuménico. Durante esta semana, de Norte a Sul do País, fazem celebrações ecuménicas. Na diocese da Guarda, no passado Sábado, Católicos e Adventistas do Sétimo Dia rezaram sobre o lema «Orai sem cessar». Em declarações à Agência ECCLESIA, D. Manuel Felício frisou que o ecumenismo “está onde existe fé” porque faz parte da fé cristã, o querer a unidade”.
Nesta celebração – teve a presença de um pastor da Igreja Adventista do Sétimo Dia, Luis Carlos Fonseca, - o bispo da Guarda realçou que este mostrou “muita disponibilidade e foi compreensivo”. Com a presença de alguns membros desta comunidade cristã, D. Manuel Felício sublinhou que “ainda existem algumas dificuldades” porque “há uma tradição de separação em pontos marcantes”.
Com o encerramento marcado para 25 deste mês, o prelado da cidade mais alta de Portugal acentua que se fez um apelo à diocese para que tivessem em conta o conteúdo esta semana. Quando se celebra o centenário da realidade desta semana, esta iniciativa foi acolhida com muito entusiasmo pela Igreja Católica. “Sobretudo depois do II Concílio do Vaticano que deu orientações claras para a vivência do ecumenismo”.
Na diocese da Guarda, as comunidades cristãs não católicas, embora tendo “boa relação connosco, recusam o diálogo e sobretudo a oração conjunta”. “São comunidades espontâneas que cultivam, sobretudo, uma forma individualista de entrar em contacto com a palavra de Deus” – acrescentou.
As comunidades cristãos não católicas com tradição ecuménica estão ligadas ao Conselho Português das Igrejas Cristãs (COPIC). Na diocese estão previstas mais duas iniciativas que “estendem a mão a este diálogo com irmãos cristãos: festa das culturas com imigrantes e uma actividade na época do Pentecostes” – afirma D. Manuel Felício.
Ao fazer um balanço do caminho ecuménico em Portugal, o bispo da Guarda salienta que, no início, “apareceu com o tom de novidade provocando a atenção da Comunicação Social”. Posteriormente, entrou-se num diálogo “mais institucional” No diálogo entre a Comissão Episcopal da Doutrina da Fé e as Igrejas de tradição ecuménica (as que estão ligadas ao COPIC) “achámos que deveríamos entrar em acções de carácter prático que empenhassem mais os cristãos”.
A Carta Ecuménica assenta em pontos concretos: migrações, construção da Europa, respeito pela criação e diálogo inter-cultural. No entanto, necessitava de uma tradução mais prática para que fosse aplicável. Os cristãos “não podem ficar indiferentes sobre a construção da Europa, respeito pela criação, as migrações”. E acentua: “é uma realidade que diz respeito a nós todos”.
Encontros de formação entre católicos e cristãos não católicos também têm acontecido com regularidade. “O aprofundamento da Palavra de Deus e o levar a Bíblia ao coração das nossas comunidades são pontos comuns” – afirma o bispo da Guarda. Em relação ao católicos, D. Manuel Felício realça que existe um directório ecuménico onde se apela para que as preocupações ecuménicas sejam “evadas a todo o conjunto da pastoral da igreja”. Por outro lado apela para que exista em cada diocese um secretariado para as relações ecuménicas. “Depois de partir a pedra é preciso construir a casa” - finaliza
http://www.agencia.ecclesia.pt/noticia_all.asp?noticiaid=55445
2008-01-28

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