Conselho de Igrejas impõe limites à evangelização

Conselho de Igrejas impõe limites à evangelização
A recente reunião do Conselho Mundial de Igrejas (CMI), realizado em Toulouse, França, nos dias 8 e 12 de agosto, reuniu cerca de 30 representantes das igrejas Católica, Protestantes, Ortodoxa além de outros teólogos. O objetivo do encontro foi estabelecer um código de conduta comum para conquistar fiéis, ou seja, impor limites ao proselitismo. Segundo o conselho, o código pode amenizar tensões entre as religiões, especialmente líderes islâmicos, que consideram apóstatas os mulçumanos que se convertem.A presença de representantes evangélicos e protestantes no encontro foi vista pela CMI como um fator positivo. Segundo reportagem divulgada pela Reuters, as duas correntes que se destacam pelo proselitismo, são acusadas de tirarem membros de outras denominações, especialmente da América Latina, África e Ásia.As decisões do Conselho, ainda não foram divulgadas na mídia, mas, já causam divergências entre filósofos, teólogos e sociólogos. O doutor em teologia bíblica e professor do Centro Universitário Adventista de São Paulo, Rodrigo Silva, afirma que a medida é um desrespeito a liberdade de consciência.Silva, também esclarece que embora a palavra proselitismo tenha uma conotação negativa para o Conselho, o sentido original da palavra é aproximar-se de alguém com a finalidade de “ganhá-la”. Ele disse que foram os judeus os primeiros a usarem a palavra proselitismo no sentido de ir até o outro, a fim de atraí-lo e querer partilhar com ele a felicidade que julga ter. “Todas as religiões temem usar ou admitir proselitismo, mas quase todas gostam de recebem novos adeptos”. O filósofo, teólogo em ciência da religião e ouvidor da PUC de São Paulo, Fernando Altemeyer, avalia como positivo o código de conduta da CMI. Segundo ele, é bom que aconteçam códigos de relacionamento e conduta ética e moral. “Já dizia o iminente teólogo Hans Küng, que o futuro da paz, em nosso planeta, passa pela paz entre todas as religiões do mundo”, declara.Segundo o doutor em ciências sociais e pesquisador em sociologia da religião da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC), Edin Abumanssur, somente as igrejas que vêm perdendo membros têm interesse nesse tipo de política. “O código de conduta surtirá afeito apenas entre as denominações mais moderadas que não têm uma prática agressiva de evangelização”, salienta.Embora o conselho das igrejas não revele quem está por trás da medida, Silva assegura que a campanha para estabelecer um código de conduta para as religiões, surge das denominações que há muito tempo não sabem o que significa crescimento de igreja. “Admito que haja proselitismos baseado na falta de ética, mas isso não deve ser motivo para impor limites às práticas evangelísticas”, confessa. Já Altemeyer, acredita que a medida será capaz de solucionar os conflitos entre as religiões. “Um código de conduta completo que possui uma referência ética, certamente, ao limitar espaço para o trabalho de evangelização, contribuirá para evitar conflitos”, assegura. Abumanssur acredita que o projeto além de ser inócuo não vai afetar em nada a sociedade nem tampouco as igrejas.

Moabe Giudice
http://www.igrejaunasp.org.br/noticias/26.htm

Nenhum comentário: