Lição da Escola Sabatina - Redenção para judeus e gentios

Como está escrito: Amei Jacó, porém Me aborreci de Esaú. ... Pois Ele diz a Moisés: Terei misericórdia ... compadecer-Me-ei de quem Me aprouver ter compaixão” (Rm 9:13, 15).




De que Paulo está falando neste verso? Seria sobre a vontade humana livre e a liberdade de escolha, sem a qual muito pouco do que cremos faz sentido? Não somos livres para escolher ou rejeitar Deus, ou estes versos ensinam que certas pessoas são eleitas para ser salvas e outras para se perder, independentemente de suas escolhas pessoais?



Como sempre, a resposta é encontrada examinando-se o quadro maior do que Paulo está dizendo. Paulo segue uma linha de argumento em que tenta mostrar o direito que Deus tem de escolher aqueles a quem Ele usará como Seus “eleitos”. Afinal, é Deus que toma a responsabilidade maior de evangelizar o mundo. Então, por que Ele não pode escolher como Seus agentes aqueles que Ele quiser? Tendo em conta que Deus não tira de ninguém a oportunidade de salvação, essa ação da parte de Deus não é contrária aos princípios do livre-arbítrio. Ainda mais importante, não é contrária à grande verdade de que Cristo morreu por todos os seres humanos, e Seu desejo é de que todos tenham a salvação.



Se nos lembrarmos de que Romanos 9 não está lidando com a salvação pessoal daqueles que Ele chama, mas com Seu chamado para fazer um trabalho específico, o capítulo não apresentará nenhuma dificuldade.



________________________________________



Domingo Ano Bíblico: Ez 4–7



A preocupação de Paulo



Vocês serão para Mim um reino de sacerdotes e uma nação santa. Essas são as palavras que você dirá aos israelitas” (Êx 19:6).



Deus precisava de um povo missionário para evangelizar o mundo mergulhado no paganismo, escuridão e idolatria. Ele escolheu os israelitas e Se revelou a eles. Planejou que eles se tornassem uma nação modelo e, assim, atraíssem outras nações para o verdadeiro Deus. Era Seu propósito que a revelação de Seu caráter por intermédio de Israel fosse meio pelo qual o mundo fosse atraído a Ele. Pelo ensino do serviço sacrifical, Cristo deveria ser levantado diante das nações, e todos os que olhassem para Ele viveriam. Com o crescimento do número dos israelitas, com o crescimento de suas bênçãos, eles deveriam aumentar suas fronteiras até que Seu reino alcançasse o mundo.



1. Que diz Paulo sobre a fidelidade de Deus em meio aos fracassos humanos? Rm 9:1-12



Paulo estava construindo uma linha de argumento mostrando que a promessa feita a Israel não falhara completamente. Havia um remanescente por meio de quem Deus ainda procurava trabalhar. A fim de demonstrar a validade da ideia do remanescente, Paulo volta à história israelita. Ele mostra que Deus sempre foi seletivo: (1) Deus não escolheu toda a semente de Abraão para ser Sua aliança, só a linhagem de Isaque. (2) Ele não escolheu todos os descendentes de Isaque, mas só os de Jacó.



Também é importante ver que a herança, ou linhagem, não garante a salvação. Você pode provir do sangue certo, da família certa, até da igreja certa, e ainda estar perdido; ainda estar fora das promessas. É a fé, fé que opera por amor, que revela os que são “filhos da promessa” (Rm 9:8).



________________________________________



Segunda Ano Bíblico: Ez 8–10



Eleitos



Já fora dito a ela [Rebeca]: O mais velho será servo do mais moço. Como está escrito: Amei Jacó, porém Me aborreci de Esaú” (Rm 9:12, 13).



Como a introdução desta semana esclareceu, é impossível entender corretamente Romanos 9 até reconhecer que Paulo não está falando da salvação individual. Aqui, ele está falando dos papéis específicos que Deus estava chamando certos indivíduos a desempenhar. Deus quis que Jacó fosse o progenitor do povo que seria Seu agente evangelizador especial no mundo. Nesta passagem, não existe nenhuma indicação de que Esaú não poderia ser salvo. Deus queria que ele fosse salvo tanto quanto deseja que todos os homens o sejam.



2. No contexto do que lemos, como devemos entender que Deus tem misericórdia e Se compadece de quem Ele quer? Rm 9:14, 15



Novamente, Paulo não está falando de salvação individual, porque, nesse assunto, Deus estende a misericórdia a todos, pois Ele “deseja que todos os homens sejam salvos” (1Tm 2:4). “A graça de Deus se manifestou salvadora a todos os homens” (Tt 2:11). Mas Deus pode escolher as nações para desempenhar uma função e, embora elas possam se recusar a fazer isso, não podem evitar a escolha de Deus. Por mais que Esaú desejasse, ele não poderia ter se tornado antepassado do Messias nem do povo escolhido.



Finalmente, essa não foi uma escolha arbitrária por parte de Deus, esse não foi um decreto divino, pelo qual Esaú foi impedido de obter a salvação. Os dons de Sua graça por meio de Cristo são livres a todos. Todos fomos eleitos para ser salvos, não perdidos (Ef 1:4, 5; 2Pe 1:10). São as nossas próprias escolhas, não as de Deus, que nos afastam da promessa da vida eterna em Cristo. Jesus morreu por todos os seres humanos. Mas Deus deixou em Sua Palavra as condições pelas quais todos serão eleitos para a vida eterna: fé em Cristo, que leva o pecador justificado à obediência.



Você, você mesmo, como se não existisse ninguém mais, foi escolhido em Cristo mesmo antes da fundação do mundo, para ter a salvação. Este é seu chamado, sua eleição, tudo oferecido a você por ¬Deus, pelo sangue de ¬Jesus. Que privilégio, que esperança! Consideradas todas as coisas, por que tudo mais perde a importância em comparação com essa grande promessa? Por que seria a maior de todas as tragédias deixar que o pecado, o eu e a carne o afastassem de tudo o que lhe foi prometido em Jesus?



________________________________________



Terça Ano Bíblico: Ez 11–13



Mistérios



Porque os Meus pensamentos não são os vossos pensamentos, nem os vossos caminhos, os Meus caminhos, diz o Senhor, porque, assim como os céus são mais altos do que a Terra, assim são os Meus caminhos mais altos do que os vossos caminhos, e os Meus pensamentos, mais altos do que os vossos pensamentos” (Is 55:8, 9).



3. Diante do que lemos até agora, como podemos entender a argumentação de Paulo sobre o trato de Deus com o Faraó? Rm 9:17-24. A quem se refere Paulo ao mencionar “vasos para honra” e “outros para desonra”?

Em Seu trato com o Egito por ocasião do Êxodo, Deus estava trabalhando para a salvação da humanidade. A revelação que Deus fez de Si mesmo nas pragas do Egito e na libertação de Seu povo destinavam-se a revelar aos egípcios, bem como às outras nações, que o Deus de Israel era realmente o Deus verdadeiro. Devia ser um convite aos povos das nações para que abandonassem seus deuses e viessem e O adorassem.



Obviamente, Faraó já havia feito sua escolha contra Deus, de forma que, ao Deus endurecer seu coração, não lhe estava recusando a oportunidade de salvação.



O endurecimento foi contra o chamado para deixar Israel ir, não contra o apelo de Deus para que Faraó aceitasse a salvação pessoal. Cristo morreu por Faraó, assim como por Moisés, Arão e o restante dos filhos de Israel.



O ponto crucial em tudo isso é que, sendo seres caídos, temos uma visão muito estreita do mundo, da realidade e de Deus e de como Ele opera no mundo. Como podemos esperar entender todos os caminhos de Deus quando o mundo natural, em todos os lugares para onde nos voltamos, apresenta mistérios que não podemos entender? Afinal, foi só 150 ou 200 anos atrás que os médicos aprenderam que podia ser uma boa ideia lavar as mãos antes de executar uma cirurgia! Era mergulhados nessa ignorância que vivíamos. E quem sabe, se o tempo perdurar, que outras coisas descobriremos no futuro, revelando quão mergulhados na ignorância estamos hoje?



Certo, nem sempre entendemos os caminhos de Deus, mas Jesus veio para nos revelar como é Deus (Jo 14:9). Então, por que, entre todos mistérios e eventos inesperados da vida, é tão importante meditarmos no caráter de Cristo e no que Ele nos revelou sobre Deus e Seu amor por nós? Como o conhecimento do caráter de Deus pode nos ajudar a permanecer fiéis em meio a provas que parecem injustificadas e injustas?



________________________________________



Quarta Ano Bíblico: Ez 14–17



Ammi: “Meu Povo”



Em Romanos 9:25, Paulo cita Oseias 2:23 e, no verso 26 ele cita Oseias 1:10. O contexto é que Deus instruiu Oseias a tomar “uma mulher de prostituições” (Os 1:2) como ilustração da relação de Deus para com Israel, porque a nação havia seguido deuses estranhos. Os filhos nascidos desse casamento receberam nomes que significavam rejeição e castigo de Deus sobre o Israel idólatra. A terceira criança foi chamada de Loammi (Os 1:9), que significava, literalmente, “não meu povo”.



Mas, em meio a tudo isso, Oseias predisse que viria o dia em que, depois de castigar Seu povo, Deus restabeleceria sua fortuna, removeria seus deuses falsos e faria uma aliança com Israel (Veja Os 2:11-19). Nesse momento, aqueles que eram Loammi, “não meu povo”, se tornariam Ammi, “meu povo”.



Nos dias de Paulo, disse ele, Ammi “somos nós... não só dentre os judeus, mas também dentre os gentios” (Rm 9:24). Que apresentação clara e poderosa do evangelho, que desde o começo foi planejado para o mundo inteiro! Não nos devemos admirar de que tiramos parte de nosso chamado deste verso: “Vi outro anjo voando pelo meio do céu, tendo um evangelho eterno para pregar aos que se assentam sobre a Terra, e a cada nação, e tribo, e língua, e povo” (Ap 14:6). Hoje, como nos dias de Paulo, e como nos dias do antigo Israel, as boas-novas de salvação precisam ser levadas a todo o mundo.



4. Por que disse Paulo que só o remanescente seria salvo? Rm 9:25-29

O fato de que alguns dos patrícios de Paulo rejeitavam o apelo do evangelho trazia “grande tristeza e incessante dor” a seu coração (Rm 9:2). Mas, pelo menos, havia um remanescente. As promessas de Deus não falham, mesmo quando a humanidade falha. A esperança que podemos ter é que, no fim, as promessas de Deus se cumprirão e, se reivindicarmos essas promessas para nós mesmos, elas se cumprirão também em nós.



Quantas vezes as pessoas falharam com você? Quantas vezes você falhou consigo mesmo e com os outros? Provavelmente, mais vezes do que você pode contar, certo? Que lições você pode aprender desses fracassos? Onde deve estar sua maior confiança?



________________________________________



Quinta Ano Bíblico: Ez 18–20



Tropeçando



Que diremos, pois? Que os gentios, que não buscavam a justificação, vieram a alcançá-la, todavia, a que decorre da fé; e Israel, que buscava a lei de justiça, não chegou a atingir essa lei. Por quê? Porque não decorreu da fé” (Rm 9:30-32).



5. Como podemos tomar essa mensagem, de Romanos 9:30-32, escrita em certo tempo e lugar, e aplicar os princípios a nós mesmos, hoje? Como podemos, em nosso contexto, evitar os mesmos enganos que alguns israelitas cometeram em seu tempo?

Em palavras que não podem ser mal-interpretadas, Paulo explicou a seus compatriotas por que eles estavam perdendo algo que Deus desejava que eles tivessem e, mais que isso, em algo que eles realmente estavam procurando, mas não alcançavam.



Curiosamente, os gentios a quem Deus havia aceitado não haviam se esforçado para obter essa aceitação. Estavam buscando seus próprios interesses e objetivos quando a mensagem do evangelho veio até eles. Percebendo seu valor, eles a aceitaram. Deus os declarou justos porque aceitaram Jesus Cristo como seu substituto. Era uma transação de fé.



O problema com os israelitas era que eles tropeçavam na pedra de tropeço (veja Rm 9:33). Alguns, não todos (veja At 2:41), se recusaram a aceitar Jesus de Nazaré como o Messias a quem Deus enviara. Ele não preenchia suas expectativas sobre o Messias; consequentemente, quando Ele veio, eles Lhe viraram as costas.



Antes de terminar esse capítulo, Paulo cita outro texto do Antigo Testamento: “Como está escrito: Eis que ponho em Sião uma pedra de tropeço e rocha de escândalo, e aquele que nela crê não será confundido” (Rm 9:33). Nesta passagem, Paulo mostra, novamente, quão importante é a fé verdadeira no plano de salvação (veja também 1Pe 2:6-8). Rocha de ofensa? E quem nela crê não será confundido? Sim, para muitos, Jesus é uma pedra no caminho, mas para os que O conhecem e O amam, Ele é outro tipo de pedra, “a rocha da minha salvação” (Sl 89:26).



________________________________________



Sexta Ano Bíblico: Ez 21–23



Estudo adicional



Leia Ellen G. White, O Grande Conflito, p. 261, 262: “Progressos na Inglaterra”.



Há uma eleição de indivíduos e de um povo. A única eleição encontrada na Palavra de Deus, em que alguém é escolhido para a salvação. Muitos têm olhado para o fim, pensando terem sido certamente eleitos para a glória celestial; mas não é esta a eleição que a Bíblia revela. As pessoas são escolhidas para efetuar sua salvação com temor e tremor. São escolhidas para envergar a armadura, para pelejar a boa peleja da fé. São escolhidos para usar os meios que Deus colocou ao seu alcance para lutar contra todo desejo profano, enquanto Satanás executa o jogo da vida pela sua destruição. São escolhidos para vigiar em oração, para examinar as Escrituras, e evitar entrar em tentação. São eleitos para ter fé continuamente, eleitos para ser obedientes a cada palavra que procede da boca de Deus, para que não sejam apenas ouvintes, mas praticantes da Palavra. Essa é a eleição bíblica” (Ellen G. White, Testemunhos Para Ministros e Obreiros Evangélicos, p. 453, 454).



“Nenhum espírito finito pode compreender completamente o caráter ou as obras do Ser infinito. Pelas nossas pesquisas, não podemos encontrar Deus. Para os espíritos mais fortes e mais altamente educados, assim como para os mais fracos e ignorantes, aquele Ente santo deverá permanecer revestido de mistério. Mas conquanto ‘nuvens e obscuridade [estejam] ao redor dEle, justiça e juízo são a base do Seu trono’ (Sl 97:2). Podemos compreender Seu trato para conosco a ponto de discernir a misericórdia ilimitada unida ao infinito poder. É-nos dado compreender tanto de Seus propósitos quanto somos capazes de abranger; para além disto podemos ainda confiar naquela mão que é onipotente, naquele coração repleto de amor” (Ellen G. White, Educação, p. 169).



Perguntas para consideração



1. Certos cristãos ensinam que, mesmo antes de nascermos, Deus escolhe alguns para ser salvos e alguns para se perder. Se, por acaso, você tivesse sido um daqueles que Deus, em Seu infinito amor e sabedoria, houvesse preordenado para se perder, não importando que escolhas você fizesse, você estaria condenado à perdição, o que muitos acreditam que significa estar nas chamas do inferno por toda a eternidade. Em outras palavras, independentemente das nossas próprias escolhas, unicamente pela providência de Deus, alguns seriam predestinados a viver sem uma relação de salvação com Jesus nesta vida, só para passar a próxima vida em chamas para sempre nos fogos do inferno. O que está errado com esse quadro? Como essa posição contradiz nossa compreensão desses mesmos assuntos?



2. Como você vê a Igreja Adventista do Sétimo Dia e seu chamado no mundo de hoje, se comparada com o papel do antigo Israel em seus dias? Quais são as semelhanças e as diferenças? Como estamos fazendo melhor? Ou estamos fazendo pior? Justifique sua resposta.



________________________________________

A Lição em resumo



Texto-chave: Romanos 9:21



O ALUNO DEVERÁ...



Reconhecer: A justiça de Deus em escolher como e por quem Ele cumpre Sua vontade.

Sentir: A amplitude e abrangência da justiça de um Deus que, por meios conhecidos e misteriosos, trabalha para oferecer a salvação a todos.

Fazer: Decidir fazer parte do remanescente confiante, obediente, a quem Deus pode usar para cumprir Seus propósitos.



Esboço do aprendizado



I. Saber: Trabalhando com as escolhas de Deus

A. Embora Deus haja escolhido cumprir Seu plano de salvação por meio de Israel, o plano não funcionou como Ele originalmente pretendia. Quais foram as consequências das decisões de Israel de depender da sua própria justiça e não da divina?

B. Qual era o plano original de Deus para Israel, e por que a nação falhou em executá-lo?



II. Sentir: O grande quadro

A. Embora nem sempre possamos entender o grande quadro de como Deus trabalha, o que nos dá confiança em cada detalhe da ação de Deus que Ele é justo e compassivo?



III. Fazer: Vasos dos atos de Deus

A. Em qualquer tipo de vasos que Deus escolher nos tornar, cabe a nós permitir, pela fé, que Ele faça de nós filhos e filhas justos e nos use em Sua obra como Lhe agradar. Quais são alguns dos métodos de Deus, o Oleiro Mestre, para nos transformar em vasos para Sua obra?

B. Como remanescentes de Deus, que enganos dos filhos de Israel precisamos evitar?

C. Como nossa história pode ser diferente da história de Israel como povo remanescente de Deus?



Resumo: Se somos filhos da promessa, não podemos descansar em qualquer mérito próprio. Devemos aceitar, pela fé, as providências de Deus para nossa salvação e cooperar com Ele em Seus planos.



Ciclo do aprendizado



Motivação

Conceito-chave para o crescimento espiritual: Deus oferece a redenção a todos, não importando raça, casta, origem étnica, cor ou gênero.



Obviamente, havia algumas tensões étnicas na igreja romana – o que não assusta, pois estava na capital que se tornara o caldeirão racial do império. Sem dúvida, a igreja refletia a diversidade da população em geral. Mas o confronto mais importante era entre a população judia e outros povos (“nações”, “gentios”). Como ocorre frequentemente, surgem tensões entre diferentes grupos étnicos e nacionais.



Atividade: Se você tomar uma jarra com a água e acrescentar anilina nas seguintes combinações: (1) vermelho e azul, (2) amarelo e azul, (3) amarelo e vermelho, será possível ainda ver o vermelho, amarelo, ou azul? Claro, agora vamos ver roxo, verde e laranja. A lição é que quando a igreja se mistura perfeitamente, não vemos “nós” e “eles”, porque, em Cristo, nos tornamos algo totalmente diferente – uma nova humanidade.



Comente: Que passos deveriam ser tomados para alcançar a meta da unidade?



Compreensão

Só para os professores: Ao tratar do problema do exclusivismo, Paulo primeiro estabelece (Romanos 1–3) que não há lugar para jactância, porque todos estão igualmente perdidos. Se estamos todos destinados à destruição, existe pouca motivação para discutir sobre direitos de precedência. Mas Paulo quer que saibamos que Deus tem um plano de salvação disponível a todos os povos. Então, seu segundo ataque contra o exclusivismo se baseia nessa disponibilidade universal. Não haja lugar para jactância porque somos todos igualmente redimidos pela mesma misericórdia de Deus que não mostra parcialidade (Romanos 4–8). Como acontece com os dons espirituais, Deus escolhe algumas pessoas para várias funções de serviço em Seu plano de redenção. Porém, o fato de termos recebido o dom não é ocasião para jactância, mas uma oportunidade para humildade, expressa através do serviço a outros.



Comentário bíblico



I. Eleitos

(Recapitule com a classe Rm 9:1-15.)



Nas sociedades democráticas, ligamos automaticamente o termo eleição com votação. Nos assuntos divinos, só um voto conta – o de Deus. Suas escolhas não estão sujeitas à alteração humana. Quando os seres humanos tentam frustrar os propósitos de Deus, Ele nunca perde; só os seres humanos desobedientes perdem. Então, quando Ele escolheu salvar nosso mundo, o resultado nunca esteve em dúvida. Os que tentam frustrar esse propósito são os únicos perdedores.



Alguns têm dificuldade em compreender a escolha soberana de Deus. Consideram essa uma interferência com a liberdade humana. No entanto, a Bíblia é clara (veja Rm 8:28-30) que a predestinação bíblica está de acordo com a presciência de Deus.



“Deus pode ver antecipadamente todas as decisões individuais que serão tomadas, mas, em Sua presciência Ele não determina quais devem ser essas escolhas. ... A predestinação bíblica consiste no efetivo propósito de Deus, de que todos aqueles que crerem em Cristo sejam salvos (Jo 1:12; Ef 1:4-10). ... Mas o conhecimento divino a respeito do que os homens irão fazer não interfere mais com suas decisões efetivas do que o conhecimento que um historiador possui dos atos passados das pessoas interfere com aquilo que elas fizeram.

“Da mesma forma como uma câmera fotográfica registra as cenas, mas não interfere nelas, o conhecimento antecipado de Deus penetra o futuro sem alterá-lo” (Nisto Cremos, p. 39, 40).



Além disso, quando Deus decide executar Seu propósito divino, a decisão não está sujeita à consideração humana. Deus escolheu Moisés, não Coré; Davi, não Jônatas; Jacó, não Esaú. O efeito dessas escolhas deve ter sido mais óbvio para os judeus: Se o plano da redenção estava somente nas mãos de Deus, quem eram eles, meros seres humanos, para excluir os gentios do reino? Deus é livre para escolher a quem deseje, e Ele desejou que todos, inclusive os gentios, fossem salvos (1Tm 2:4). O raciocínio de Pedro em Atos 10 para pregar aos gentios foi essencialmente o mesmo: Se o ministério a esse grupo foi divinamente confirmado, como podemos lutar contra a vontade de Deus? Paulo reforça o argumento com citações de Oseias e Isaías, indicando que Deus havia trazido os gentios para Sua família (Rm 9:25-29).



Uma curiosa divergência de interpretação quanto a essas passagens levou a abordagens extensamente divergentes quanto ao evangelismo. Alguns sugerem que Deus escolheu arbitrariamente alguns para se perderem e outros para se salvarem. Desse modo, eles questionam por que deveriam ser feitos esforços para alcançar os perdidos. Se foi tudo predeterminado, qual é o proveito? No entanto, os que entendem que Deus convidou todos os povos que não estavam previamente incluídos têm sido forçados a suportar dificuldades e até martírio no afã de espalhar o evangelho. Perante a cruz, todos os seres humanos – não importando raça, casta, status ou origem étnica – são iguais. É importantíssimo que nenhum cristão se esqueça desse ponto.



Pense nisto: Como a aceitação da mensagem de Paulo contribui para a harmonia racial dentro da igreja? Que armadilhas que impediriam o fervor evangelístico aguardam a igreja? Como a mensagem de Paulo pode nos proteger contra a tentação de assumir uma posição de superioridade entre os fiéis? Como nossa segurança espiritual é comprometida quando deixamos de colocar os dons espirituais de Deus no evangelismo e serviço?



Aplicação

Só para os professores: Que notícia gloriosa fomos comissionados a dar: aqueles que antes não eram povo de Deus, agora são! Celebramos adoção, cidadania adquirida e outros sinais de pertinência. Que estamos fazendo com a maior experiência de inclusão – estendendo o convite aos outros para se unirem à família de Deus? Que passos práticos estamos dando para nos assegurar de que todos os grupos de pessoas em nossa comunidade tenham a oportunidade de se aquecer à luz divina de Romanos 9?



Atividade: Faça uma lista de todos os grupos populacionais em sua comunidade. Faça isso em uma coluna vertical, abrindo espaço à direita da lista para anotações adicionais. Depois de compilar a lista, comente cada grupo, anotando no espaço em branco o que a igreja está fazendo para alcançar cada grupo. Seja específico. Alguns grupos estão sendo esquecidos ou abandonados? Desenvolva ideias para alcançá-los. Que sabemos sobre suas necessidades, cultura, idioma, história, experiência nacional? O que nossa classe pode fazer para alcançar pelo menos um grupo além de nossa própria origem étnica ou cultural?



Perguntas de aplicação

1. Que informações devo recolher sobre outros grupos de pessoas a fim de ser instrumento eficaz nas mãos de Deus para partilhar o evangelho?

2. Com que dons espirituais e habilidades naturais Deus abençoou minha classe para libertar os perdidos?

3. Por que certos grupos de nossa comunidade têm sido omitidos?

4. Como nossa igreja pode cultivar a semente do testemunho cristão?



Criatividade

Só para os professores: Pesquise alguma publicação adequada para dar a mensagem do evangelho a um dos grupos mencionados acima. Existe um componente cognitivo na conversão, e por isso você deve ter cuidado para achar a melhor literatura ou material de estudo disponível para seu esforço. Em um assalto militar, os planejadores da invasão avaliam que armas são necessárias para vencer os obstáculos entre a força invasora e o objetivo. Essa avaliação não é a mesma para todos os casos. Da mesma forma, os cristãos devem planejar cuidadosamente as melhores ferramentas, mais adequadas a essa invasão do território de Satanás.



Atividade: Discuta métodos que sua classe porá em prática para essa invasão do reino de Satanás. Desenvolva um cronograma. Por exemplo: Se o objetivo proposto for a escola de ensino médio local. Primeiro mês: Ponha uma barraca no campus durante o Dia de Recursos da Comunidade a fim de convidar os estudantes a participar do grupo de dramatização de sua igreja, clube ciclístico, time de futsal, etc. Segundo mês: patrocine a doação de periódicos de temperança para a biblioteca. Terceiro mês: Patrocine o sorteio de CD’s sacros em algum evento esportivo (música cristã contemporânea com a qual os estudantes se relacionem, evidentemente).

Nenhum comentário: