A Espada

“Então, Simão Pedro puxou da espada que trazia e feriu o servo do sumo sacerdote, cortando-lhe a orelha direita; e o nome do servo era Malco.” João 18:10


Estou na fase de encontrar curiosidades nos textos bíblicos. De onde será que Pedro tirou aquela espada? O sujeito andava com Jesus, para que serviria uma espada? Se fosse Simão, o zelote, a gente poderia entender, mas Simão Pedro era pescador. Eu nunca vi ninguém pescando com espada.


Os historiadores divergem, apontam situações pitorescas e saídas culturalmente válidas para a época. Minha reflexão é mais básica: alguém ali tinha uma espada e não era Judas Iscariotes – claro, ele vinha com o outro grupo. Meu irmão, tem gente armada na sua igreja?


Talvez não literalmente armado com revólver ou faca, mas na minha tem gente armada sim. Tem gente armada com línguas afiadas que dilaceram corações, relacionamentos e a boa fama. Tem gente armada com uma aspereza de trato que consome os irmãos como se fosse lixa. Tem gente que vem armado com escudos e defesas impenetráveis e ninguém consegue aproximar-se. Tem gente que vem armado com um spray congelante que não tem adoração que derreta. Tem gente que vem para a igreja com uma arma terrível, nuclear, chamada espírito crítico – nada serve, nada é bom, ninguém acerta nada.


É uma mera ilustração, mas cortar a orelha de um soldado é algo relativamente trivial num contexto como este, como trivial é vermos um irmão falando mal de outro. Mas nem por isso não dói ou não sangra. Meu querido, entenda uma coisa: sempre dói mais em quem apanha do que em quem bate. Não vá armado para a igreja e nem pense em usar as armas dos outros. A única coisa que consigo imaginar pior do que um pessimista, é alguém que pegou o pessimismo do vizinho. Ou pior do que um reclamão, só os que reclamam por causa dos que estão reclamando.
Vamos nos desarmar? De quebra, Jesus não vai precisar ficar colando orelha cortada.

“Senhor, ajuda-me a ser mais inofensivo e menos armado. Como Pedro, quero me transformar em uma benção para todas as gerações. Ensina-me a ser assim.”

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