http://veja.abril.uol.com.br/031208/p_110.shtml

Temporal atinge Blumenau; Defesa Civil resgata nove


Domingo, 30 de novembro de 2008, 00h31 Atualizada às 07h42
Temporal atinge Blumenau; Defesa Civil resgata nove

A Defesa Civil de Santa Catarina resgatou nove pessoas de um grupo indígena, no bairro Viktor Konder, em Blumenau, onde havia risco de deslizamentos. A chuva voltou a atingir a cidade e o excesso de água já inundou as calçadas.
» Veja o mapa das chuvas em SC » Veja fotos de leitores e do desastre» Vídeo: família vê desabamento em casa » Desmatamento pode ter contribuído» Confira o tempo em sua cidade» vc repórter: mande fotos e notícias
"A área, em si, lá, estava alagada e com bastante lama. As bocas de lobo estão todas entupidas. Há muito entulho na rua. O grupo estava escondido em um porão de duas ou três peças. Ao todo eram quatro crianças, três mulheres e dois homens", informou um dos responsáveis pela ação de resgate, Sérgio Antônio Martinez Junior.
A Defesa Civil alerta para os moradores de morros e regiões de com risco. "As pessoas que residem em locais de risco de desmoronamento devem manter um contato direto com a Defesa Civil e se afastar da área", disse o comissário da Polícia Civil, Sálvio Gonzaga.
Os abrigos continuam são uma alternativa para quem mora em barrancos. No alojamento montado na Igreja São Paulo Apóstolo, no centro de Blumenau, há muitas vagas. "Recebemos 13 abrigados desde o início da chuva. Temos espaço, ainda, tranquilamente, para pelo menos 80 pessoas", comentou o coordenador da entidade, Luciano Kowalski Coelho.

Lula e Bento XVI


Lula e Bento XVI falam sobre dificuldades de brasileiros
O papa Bento XVI recebeu hoje em audiência o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, com quem conversou sobre alguns aspectos da situação do Brasil, principalmente das "condições de vida de muitos brasileiros que ainda vivem na pobreza e na marginalização".

» Lula encontra o papa Bento XVI »

Lula, que chegou domingo à Itália em uma visita de Estado, se reuniu hoje em particular com o papa durante 24 minutos, nos quais trocaram opiniões "sobre temas internacionais e regionais", segundo uma nota do Vaticano.
Em geral, a conversa se centrou nas "políticas sociais" encaminhadas a "melhorar as condições de vida de tantas pessoas que ainda vivem na pobreza e na marginalização".
Além disso, Bento XVI pediu o "favorecimento do papel fundamental da família na luta contra a violência e a deterioração social".
O comunicado acrescenta que, durante o encontro, se ressaltou "a colaboração entre Igreja e Estado para promover os valores morais e o bem comum não só no Brasil, mas também em favor da África".
A audiência serviu ao presidente e ao pontífice para lembrar a visita que Bento XVI fez ao Brasil em maio de 2007 por ocasião da 5ª Conferência Geral do Episcopado Latino-Americano e do Caribe (Celam), em Aparecida (SP).
Após lembrar esta visita, Lula convidou de novo o Pontífice a visitar o Brasil, ao que Bento XVI respondeu: "Esperemos".
Durante o encontro, o papa também agradeceu Lula pela assinatura do Acordo Brasil-Santa Sé, sobre o Estatuto Jurídico da Igreja Católica no Brasil.
"Muito obrigado pelo acordo que será assinado", disse o papa ao receber Lula.
Em declarações à Radio Vaticana, o núncio apostólico (representante do papa) no Brasil, dom Lorenzo Baldisseri, defendeu a assinatura e o "caráter jurídico da Igreja para o pleno desenvolvimento da sua missão apostólica e pastoral".
Lula chegou ao Vaticano acompanhado de uma delegação de 11 pessoas, entre elas a primeira-dama, dona Marisa Letícia; a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff; e os ministros das Relações Exteriores, Celso Amorim e da Defesa, Nelson Jobim.
Após as tradicionais apresentações do séquito, Lula presenteou Bento XVI com uma coleção de estátuas de cerâmica, que disse representarem "as famílias que emigram por necessidade do norte para o sul do Brasil".
O papa ofereceu a Lula a tradicional pluma para escrever, com a qual presenteia os chefes de Estado e de Governo, e a coleção de medalhas de seu Pontificado.
Após este encontro, Lula viajará de Roma com destino a Washington, onde se reunirá no sábado com os líderes do G20.

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O DEUS DE BARACK OBAMA




A vida religiosa do recém-eleito presidente norte-americano, Barack Obama, é descrita no livro O Deus de Barack Obama, editado pela Thomas Nelson Brasil. Escrito por Stephen Mansfield, mesmo autor de The Faith of George W. Bush [A Fé de George W. Bush], o livro conta a história religiosa do democrata e lembra que Obama será o primeiro presidente dos Estados Unidos não criado em um lar cristão. Ao contrário, ele passou seus primeiros anos de vida sob a influência do ateísmo, do islamismo popular e de um entendimento humanista que vê a religião como um produto do homem.
Apesar disso, ainda de acordo com o autor, durante a campanha era muito comum correligionários usarem palavras como "chamado", "escolhido" e "abençoado" para descrever o político. "Embora esses termos tenham pertencido ao discurso da direita religiosa, agora estão se tornando expressões correntes de uma esquerda religiosa a despertar de um movimento progressivo baseado na fé", defende Stephen Mansfield.
O livro revela um Obama responsável por uma virada na história religiosa dos Estados Unidos. Mansfield apresenta números de pesquisas de opinião realizadas em fevereiro de 2008 que mostram a preferência de eleitores evangélicos praticantes por um candidato democrata. Em contrapartida, no pleito que elegeu George W. Bush, esse número chegava a 62% em favor dos republicanos, partido do atual presidente. "Os números atuais mostram que os eleitores evangélicos, historicamente um suporte para políticos republicanos, começaram a abandonar o partido", analisa o autor.

Episódios curiosos a respeito da biografia de Obama também estão no livro. Desde 1985, Obama freqüenta uma igreja evangélica, mesmo assim, Mansfield chama a atenção para os questionamentos do democrata a respeito da fé cristã. Para ele, a religião de Obama é uma fé que admite dúvida, incerteza e mistério. "Há aspectos da tradição cristã com os quais me sinto confortável e outros com os quais não me sinto. Há passagens da Bíblia que fazem todo o sentido pra mim e outras sobre as quais eu digo não tenho certeza disso", revela o biografado. O livro relembra ainda a curiosa entrevista que Obama concedeu ao apresentador Jay Leno na qual foi perguntado se havia tragado quando fumou maconha. Barack respondeu "Essa é a idéia". [Publicado por Michelson Borges - http://www.criacionismo.com.br/ / Escritório de Comunicação Lu Fernandes]

Fantasma de 1929 assombra a globalização

Um mercado financeiro (por exemplo, uma Bolsa de Valores) nada mais é que um sistema
refletor de expectativas sobre a evolução dos lucros das empresas. Afinal, cada ação é apenas um
contrato que promete participação nesses lucros. Quando as perspectivas da economia são boas,
os investidores querem ter alguma participação nos lucros crescentes. Compram ações e, assim,
essas ações se valorizam. Esse processo tem uma grande virtude: oferece às empresas uma fonte
de captação de recursos alternativa aos empréstimos bancários.

Num mercado otimista, as empresas podem "abrir seu capital", ou seja, emitir certificados que
garantem aos compradores uma participação nos lucros. Com esses recursos, elas investem,
tornam-se capazes de lucrar mais, e retribuem aos investidores que compraram suas ações.

O lado perverso é que os mercados de ações oscilam ao sabor de notícias e condições que nada
têm a ver com a maneira como cada uma das empresas é administrada, usa tecnologia, expande
seu mercado ou gerencia mão-de-obra. Os valores na Bolsa sobem e descem se um ministro cai,
se estoura um escândalo no governo, se aparecem novos indicadores sobre a economia e, o que é
frequente, se há manipulação do mercado por grandes especuladores.

''Esquizofrenia'' capitalista

Entre o tamanho do mercado real e as expectativas do mercado financeiro infiltra-se um potencial
desacordo, que alguns economistas descrevem com um termo da psicanálise: esquizofrenia. É
como se o capitalismo fosse um sistema com duas personalidades que se reforçam, a real e a
financeira, mas que também podem entrar em conflito, aproximando a sociedade de uma espécie
de suicídio coletivo.

A grande expansão da Bolsa de Nova Iorque, no início do século, foi motivada por causas
semelhantes às que se observa hoje em dia (quando novamente Wall Street se valoriza
aparentemente sem limite). Novas tecnologias e, principalmente, novos mercados abriam
horizontes de crescimento sem precedentes para as empresas. Já naquela época, havia uma
internacionalização semelhante à globalização atual. Desde meados do século XIX, a
industrialização criava novos produtos e oportunidades de emprego. Bélgica, França, Estados
Unidos, Alemanha, Itália, Japão, Suécia e Rússia pareciam tornar universal o modelo de
desenvolvimento que havia prosperado sobretudo na Grã-Bretanha nas décadas anteriores.

O mercado mundial tornava-se uma espécie de fronteira sem limites para a expansão de empresas
e nações. Em 1854, a Grã-Bretanha já exportava mais de 20% de sua produção e detinha 40% do
mercado mundial de produtos manufaturados. Havia uma queda brutal nos custos de transporte,
em especial desde a introdução das ferrovias, por volta de 1860, e do uso em larga escala de
navios a vapor, depois de 1870. Na virada do século XX, a Grã-Bretanha já exportava 7% do PIB.
Para se ter idéia da importância disso, hoje os Estados Unidos exportam 11,4% do PIB.

O cenário era, portanto, favorável à expansão econômica e as Bolsas, em especial a de Nova
Iorque, refletiam esse impulso. Depois da Primeira Guerra Mundial (1914-18), quando a Europa
perdeu definitivamente a capacidade de liderança global, Wall Street foi ainda mais estimulada,
pois o mundo inteiro passava a depender da expansão dos Estados Unidos. A crise de 29, foi uma
ducha de água fria num mundo financeiro que parecia condenado à euforia. Mostrou que se vivia
aquela esquizofrenia entre o lado real e o lado financeiro.

O espelho partido

Fenômenos políticos como o nacionalismo, o nazismo e o comunismo, as lutas sindicais, as greves
e as revoluções fazem parte da história econômica do século XX. A dinâmica da economia não é
determinada apenas por novas tecnologias, administração eficiente de fábricas, redução de custos
de transporte e abertura de novos mercados. Ela é condicionada pela ação de Estados, pelas
pressões da sociedade, pela cultura política e por interesses estratégicos. E as formas de
organização do mercado de trabalho e da legislação social não são iguais em toda parte.
Dependem de processos de negociação que variam com as condições políticas, sociais e culturais.

É como se, ao lado da esquizofrenia entre o real e o financeiro, existisse outro tipo de cisão, de
fratura na organização das nações: de um lado, o capital, de outro, o social. De um lado, o impulso
para acumular lucros, reinvesti-los na produção ou distribui-los para os acionistas, num movimento
sem fim de valorização e expansão de empresas e mercados. De outro, tudo o que se pode
imaginar sob o termo "social" e que foge ao controle de cada empresa isoladamente. A história do
século XX é a história da expansão e multiplicação dos mercados de massa. Ao mesmo tempo, é
a história da organização das sociedades em que trabalhadores, consumidores, minorias, setores e
regiões se mobilizam para influenciar o modo como os mercados funcionam.

As crises financeiras - como as bolhas especulativas e as quebras de Bolsas - são episódios que
funcionam como espelhos dessa tensão entre duas histórias, a história do capital e a história social.
Quando os conflitos se tornam inadministráveis, não há tecnologia ou habilidade gerencial que
resolva. Em geral, ocorrem processos conhecidos como "queima de capital". Sonhos de
enriquecimento, empresas que pareciam promissoras, regiões que se acreditava "emergentes"
podem sucumbir repentinamente. Não é por acaso que a atividade de adivinhação da riqueza
futura no mercado financeiro seja conhecida como "especulação", de especular, ou seja, refletir
como num espelho. Na crise, o espelho se quebra e ninguém sabe ao certo o que é real e o que é
virtual. Em geral, seguem-se vários anos de azar.





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Concurso de Redação Pensando o Mundo
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O CONCEITO DE GLOBALIZAÇÃO

Farhang Sefidvash

Globalização é uma palavra entendida por muitas pessoas nos países do terceiro mundo como uma
espécie de estratégia política de algumas nações industriais para explorar os países pobres em
desenvolvimento. Com esta constatação pode-se observar que, pelas conseqüências atuais, os ricos
estão ficando cada vez mais ricos e os pobres mais pobres. Por este motivo o verdadeiro conceito de
globalização e os problemas associados a ele devem ser melhor entendidos.

A humanidade, ao passar por um processo de evolução, cresceu de uma existência de simples famílias
para formar tribos. Estas passaram a se unir em cidades- estados e nações, e agora o mundo chegou
a uma condição que se conhece como "aldeia global", na qual todas as nações e povos do mundo se
tornaram altamente interdependentes. O fenômeno da globalização é, portanto, resultado de um
processo natural de evolução, e a chegada a uma total interdependência foi o próprio destino da
humanidade. Não é uma invenção de alguma nação em particular.

O problema que muitos associam ao conceito de globalização reside no abuso cometido por um grupo
de nações poderosas que se aproveitam das vantagens desta nova realidade em seu próprio e
egoístico benefício, causando prejuízo a outras. Nós estamos vivendo num novo mundo, dentro de
uma nova realidade, enquanto muitos ainda pensam e se comportam com paradigmas superados.
Estes procuram aplicar soluções estribadas em visões limitadas e nacionalistas num mundo que exige
uma visão global.

Por exemplo, nós tratamos de aplicar o velho conceito de "competição" no progresso dentro de um
mundo com uma nova realidade, na qual somente a "cooperação" pode assegurar a prosperidade das
nações. Com esta visão acontece que as nações industriais, enquanto competem entre si, são ao
mesmo tempo clientes umas das outras. A destruição econômica de qualquer nação é uma perda de
mercado e por esta razão é necessária a cooperação para evitar a destruição econômica dela. Todas
deverão ser aliadas entre si

para se prevenir contra ideologias divergentes. As nações ricas não poderão suportar alguma pobreza
absoluta de alguma outra nação, já que a tranqüilidade internacional depende de uma certo nível de
bem-estar de todo o resto da humanidade.

O problema do mundo, portanto, não está na globalização em si, mas em não saber como viver dentro
desta nova realidade. Ao contrário, a globalização que está surgindo dentro do rápido
desenvolvimento dos sistemas de comunicação e transportes, deve ser considerada uma maravilhosa
oportunidade para que os povos do mundo possam se unir e harmonizar seus interesses para assim se
beneficiar de melhor maneira com os recursos materiais e culturais do mundo todo.

A governança global pode ser definido como a soma de todas as maneiras pelas quais todos os
indivíduos e instituições, públicas ou particulares, administram seus interesses. É um processo
contínuo pelo qual interesses conflitantes ou divergentes podem ser solucionados e assim adotar uma
ação cooperativa. A governança global envolve tanto organizações não-governamentais, como as
governamentais, movimentos de cidadania, corporações multinacionais e o mercado global de capital.
Interagindo com todos eles encontram-se os meios de comunicação globais.

O Núcleo de Pesquisa sobre Governança Global (RCGG) está à procura de soluções duradouras para os
problemas que surgem com a globalização. Ele está providenciando um Acervo de Pensamentos para
todos os pensadores do mundo, para que estes contribuam com os seus pensamentos e idéias
motivadas pelos seus variados princípios políticos, religiosos ou ideológicos.
CAP 2 <<< >>> CAP 4

http://www.rcgg.ufrgs.br/cap3.htm
2002-02-24

Saddam inaugura nova "nova ordem mundial"

SÉRGIO MALBERGIER
EDITOR DE MUNDO

A questão de apoiar ou não a iminente guerra de George W. Bush contra Saddam Hussein não será decidida com base em eventuais provas de que o ditador iraquiano está burlando as sanções da ONU. Ele as viola desde 1991.
Os países no Conselho de Segurança e ao redor do mundo tomarão suas posições de acordo com sua capacidade de resistir ao rolo compressor americano, já que apenas Israel e o Reino Unido concordam com a urgência dos EUA em depor Saddam.
A França e a Alemanha tentam liderar a oposição a uma guerra e, não menos importante, à hegemonia total dos EUA na política internacional.
Mas, desde que marcaram sua posição conjunta, no final de janeiro, o que se viu foi uma forte reação de vários países europeus. O eixo franco-alemão agora parece mais isolado no continente que o premiê britânico, Tony Blair, preposto de Bush na Europa.
Pesos pesados como a Rússia e a China optarão por observar o conflito, manifestando apenas verbalmente a preferência por uma solução pacífica, já que dependem economicamente dos EUA e não querem ficar de fora do butim iraquiano. Pelo butim, a França pode também mudar de lado e participar de um ataque.
Ao invadir o Kuait, em 1990, Saddam colocou em ação mecanismos que sepultaram de vez a Guerra Fria, levando o então presidente americano, George Bush, a declarar o surgimento de uma "nova ordem mundial". Nascida com a ampla coalizão anti-Saddam, ela varreu do mapa a bipolaridade EUA-União Soviética.
Quase 13 anos depois, o ditador iraquiano novamente expõe um novo arranjo político mundial, forjado pelos ataques terroristas de 11 de setembro e também pelo último salto econômico americano, que tornaram os EUA um império ainda mais hegemônico econômica e militarmente.
Foi o terrorista Osama bin Laden quem despertou a besta adormecida do militarismo imperial. Atingidos em seu coração, Bush filho e seu gabinete povoado por falcões da guerra colocaram em ação a fantástica máquina militar que atravessou o mundo para esmagar o desprezível regime do Taleban no Afeganistão.
O entusiasmo gerado pela vitória ajudou a consolidar uma doutrina há muito defendida pelos conservadores da linha dura republicana, a de que os EUA devem ter uma política de ataques preventivos para impedir qualquer desafio a sua soberania.
A chamada Doutrina Bush, lançada, para espanto global, em setembro passado, é radical. Não serve apenas para ditadores sanguinários como Saddam, mas prevê que mesmo aliados como a Europa sejam alvos caso ameacem a hegemonia dos EUA.
Saddam assim volta a ser um catalisador da história. Será nas areias do deserto iraquiano que uma nova "nova ordem mundial" -marcada pela incapacidade global de se opor aos EUA- dará seus primeiros passos (ou suas primeiras explosões).
Como disse na semana passada uma colunista do "New York Times", Saddam é um "rato de laboratório" da Doutrina Bush. O clã do Texas não poderia ter "rato" melhor para testar sua doutrina.

A CONVENÇÃO DO IMPÉRIO

Republicanos homologam Bush sob protestos, mas com chances de vitória
Por Antonio Luiz Monteiro Coelho da Costa
Em janeiro de 2003, quando os republicanos escolheram Nova York para a convenção que homologaria a candidatura à reeleição de George W. Bush, a cidade parecia disposta, tanto quanto o resto do país, a apoiar a aventura militar no Iraque. Julgavam que, às vésperas do terceiro aniversário do ataque terrorista, a cidade aplaudiria efusivamente seu “vingador”. Enganaram-se quase tanto quanto sobre as flores com que os iraquianos receberiam os invasores. Pelo menos 200 mil marcharam nas ruas em protesto (meio milhão, segundo os organizadores), agitando lemas como “Falta um idiota no Texas”, “Nixon era melhor”, “mamães suburbanas pela mudança de regime” e “quero acreditar na democracia outra vez”. Segundo uma pesquisa da Zogby International, às vésperas da convenção, para 49,3% dos nova-iorquinos membros do governo souberam dos ataques com antecedência e decidiram não agir. Para os republicanos, não importa. Não tanto, pelo menos. Nova York não é os Estados Unidos. Há quatro anos, Bush perdeu lá, como também na maioria dos estados mais populosos e desenvolvidos. No voto popular, foi inequivocamente derrotado. Chegou à Casa Branca graças a um sistema anacrônico e pouco transparente de eleição indireta e à maneira como seus partidários puderam bloquear o voto de milhares de eleitores negros e manipular a apuração dos duvidosos resultados da Flórida. Isso pode acontecer outra vez. Mesmo depois de um inédito festival de best sellers atacando Bush – tantos deles escritos por ex-colaboradores próximos – e do sucesso de bilheteria do documentário crítico de Michael Moore, as pesquisas de opinião continuam a mostrar um virtual empate entre os principais candidatos. A pesquisa ABC News-Washington Post, com margem de erro de 3%, indica 48% para cada um dos dois principais candidatos entre eleitores “prováveis”. Em 2000, Al Gore teve 48,6% dos votos, Bush 48,3%. Pelo voto indireto, se a distribuição regional das preferências for semelhante à de 2000, um empate no voto popular traz a reeleição sem necessidade de maquinações tão flagrantes. Bush poderia ganhar com uma desvantagem de até 3%, se vencer, ainda que por uma margem minúscula, em estados como Flórida, Ohio e Pensilvânia.
Luto e luta.Em 2001, Nova York marchou contra o terror da Al-Qaeda. Três anos depois, o alvo passou a ser o terror de Bush
O atual mandato é o primeiro desde Herbert Hoover, o presidente da Grande Depressão, que termina com um número menor de empregos no país do que quando começou. Mas hoje, com a economia em relativa recuperação – ainda que de forma pouco sólida e menos vigorosa do que os republicanos gostariam –, parece pouco provável que os dois meses que restam até a eleição tragam novidades econômicas capazes de mudar o rumo da campanha. Ademais, a Casa Branca sempre pode berrar “alerta laranja”, providência após a qual o grau de aprovação a Bush sempre sobe alguns pontos. E os democratas mais desconfiados (ou realistas?) discutem uma suposta “surpresa de outubro” que a Casa Branca estaria tramando. Um “alerta vermelho” no meio da eleição, de preferência em um reduto democrata? Idéia maldosa, mas não para se desprezar. Além de trazer votos por reflexo condicionado, o pânico e os engarrafamentos desencorajariam o voto dos menos privilegiados (que, nos EUA, geralmente votam à tarde). Fraude em grande escala? Isso não é para brincar: pela primeira vez na história dos EUA, o candidato democrata organiza um esquema nacional de fiscais e advogados para acompanhar a apuração. Talvez devesse também convidar Jimmy Carter, a OEA e, quem sabe, Hugo Chávez para garantir a lisura do pleito. Um ataque às instalações nucleares do Irã? Essa última hipótese, ao menos, parece pouco provável para os analistas mais ponderados: o mundo não acaba depois das eleições e já está difícil lidar com o tamanho da encrenca que piora a cada dia no Iraque. A incapacidade do governo imposto pelos EUA de solucionar o impasse em Najaf sublinhou sua fragilidade e fortaleceu o aiatolá Al-Sistani, responsável pela mediação e pelo cessar-fogo que preservou o santuário xiita, agora sob a responsabilidade de seus partidários mais moderados. Mesmo derrotado militarmente nos confrontos com a ocupação, o radical xiita Al-Sadr saiu politicamente fortalecido e no firme controle do subúrbio de 2 milhões de habitantes, perto de Bagdá, que adotou o nome de seu pai. Enquanto isso, as cidades sunitas de Ramadi e Samarra se somaram à rebelião de Fallujah, deixando os fantoches de Washington cada vez mais isolados em Bagdá. As coisas também estão feias no Afeganistão, se alguém quiser saber. No domingo 29 de agosto, os talebans detonaram um carro-bomba em Cabul, na porta da filial local da DynCorp. Essa agência de mercenários, que também mantém forças no Timor, no Iraque, na Bósnia e na Colômbia, cuida no Afeganistão da segurança do presidente Hamid Karzai e está a treinar a polícia nacional. Morreram dez pessoas, inclusive três americanos. Se tais detalhes poderiam ou não favorecer o voto em Kerry, é menos claro. A melhor “surpresa de outubro” democrata seria seu candidato, de repente, mostrar-se um oposicionista de verdade e capitalizar o voto de uma importante parcela do eleitorado que, por mais que deteste Bush, não vê razões convincentes para votar – ou, em protesto, vota em Ralph Nader. Os debates que tradicionalmente opõem democratas e republicanos continuam presentes, sem grandes mudanças de tom e conteúdo nos últimos quatro (ou 20) anos. Kerry promete cortar impostos da classe média baixa e Bush, manter os cortes nos impostos dos mais ricos. Os primeiros defendem a educação fundamental pública e a previdência social, os últimos querem privatizá-las. Os democratas defendem a tolerância da diversidade e a liberdade de costumes, os republicanos (embora, na maioria, já se rendam à inevitabilidade da diversidade racial) insistem, no plano cultural, em retornar ao imaginário da comunidade religiosa, puritana e homogênea fundada pelos imigrantes do Mayflower. Mesmo assim, esta campanha eleitoral é visivelmente mais exaltada que as anteriores. A história dos três anos posteriores ao atentado de 11 de setembro, mesmo se não chegou a mudar profundamente a correlação de forças entre republicanos e democratas, aprofundou a divisão entre os eleitores. Não tanto, porém, entre os candidatos, ao menos de uma forma que seja compreensível e convincente para todos os eleitores. Ambos evitam explicitar a questão mais nova e evidentemente mais palpitante para a imaginação popular: devem os EUA criar um Império? Muitos membros da equipe de Bush, sem dúvida, já escreveram isso com todas as letras e o próprio presidente os endossou – se não com palavras, certamente com suas ações. Do outro lado, muitos democratas – e até alguns republicanos – denunciam essa pretensão. Prestigiados intelectuais de oposição, mesmo com todas as reservas, pedem votos para Kerry por acreditar que esse candidato não pode ser pior que Bush nesse aspecto. Talvez tenham razão, mas ele mesmo não assume uma posição explícita, seja com palavras, seja com ações. Há muito, os norte-americanos se espelham em Roma – ou, para ser mais exato, em leituras populares da interpretação da História Romana por Edward Gibbon, historiador inglês que publicou o primeiro volume de Declínio e Queda do Império Romano no mesmo ano em que os EUA proclamaram sua independência (o último saiu dois anos depois). Até a ficção científica – da Fundação de Isaac Asimov à Guerra nas Estrelas de George Lucas – usa e abusa desse paradigma. Muitos dos novos filhos da águia compartilham a convicção de Gibbon de que o Império – com todas as suas conseqüências de escravidão, concentração abusiva de riquezas e violência em massa – foi uma idéia maravilhosa e que sua decadência poderia ter sido evitada se a acomodação preguiçosa ao conforto da vida civilizada e a corrupção moral de seus líderes tivessem sido combatidas com firmeza, coragem e fibra militar. Outros preferem identificar-se com a Roma dos primórdios republicanos e denunciar presidentes de propensões imperiais como candidatos a César, ou apegar-se à crítica de Gibbon ao fanatismo e intolerância (que, por algum motivo, os conservadores julgam aplicar-se apenas à Igreja Católica). Mas aceitam esse campo de batalha imaginário e seus pressupostos, ignorando a pertinência de outros possíveis “espelhos” (por que Roma e não Atenas?), os avanços na compreensão da história antiga e sua dinâmica desde Gibbon – e, é claro, a enorme distância entre a realidade antiga e a moderna.
Churchill.Os republicanos jamais o deixarão descansar em paz
Mesmo quando discutem os índices de desemprego ou o direito ao aborto, as verdadeiras questões que os eleitores se fazem são as falsas. A República está em perigo, pensa a oposição mais ingênua: qual candidato tem mais respeito pelas instituições republicanas? Precisamos de um Império, pensam os republicanos, qual candidato é mais capaz de comandá-lo? Ou pior: já temos o Império, como não seria traição destituir o Imperador em plena guerra? Mesmo se, durante a própria convenção, este inesperadamente confessa a uma grande rede de tevê que não há como vencer a “guerra” contra o terror. Na vida real, os problemas são outros. A economia norte-americana, mesmo em recuperação, enfrenta desequilíbrios que a colocam na dependência crescente da disposição de europeus, árabes e asiáticos para financiar seus déficits comerciais. Os limites naturais à produção de petróleo e os limites ambientais ao seu consumo exigem medidas corajosas para conter o consumo de combustíveis. Ainda mais urgente é a lição não aprendida há três anos: se os EUA e seu mercado financeiro continuarem a acreditar que o mundo gira em torno de seu umbigo e não buscarem uma ordem internacional um pouco mais justa, as periferias miseráveis continuarão a explodir e os fragmentos a cair sobre suas cabeças. Mas, se o imaginário pode ser denunciado e criticado, não pode ser ignorado. E, nesse aspecto, os republicanos falam aos próprios partidários melhor do que Kerry aos seus. O ex-prefeito de Nova York Rudy Giuliani comparou a Winston Churchill um presidente que, ao saber do ataque ao World Trade Center, passou sete minutos folheando uma historinha infantil em frente às câmeras e depois usou a catástrofe como pretexto para invadir um país alheio a ela. O ex-fisioculturista e atual governador da Califórnia, Arnold Schwarzenegger, com sua costumeira civilidade, chamou de mariquinhas (girlie men) os críticos dos rumos da economia, repetindo o que já havia dito aos democratas de seu Estado que questionaram sua proposta de orçamento. Quanto a Kerry, o máximo a que este se atreveu é dizer que, se fosse presidente, teria dado um rosto mais internacional e menos norte-americano à ocupação. Uma tentativa de se equilibrar em cima do muro e, se quisermos ser caridosos, um aceno a uma espécie de multilateralismo unilateral – só que as nações, em sua maioria, não quiseram a invasão e só têm a agradecer por não terem sido mais envolvidas nesse grave erro, cuja responsabilidade o senador Kerry compartilhou ao endossar a ação unilateral de Bush. É uma falsa alternativa, na realidade e na imaginação. Queira-se o império ou não, pouca diferença faz. Ainda menos para quem sabe que os verdadeiros problemas são outros.
http://cartacapital.terra.com.br/site/index_frame.php
2004-09-11

Um novo estado do mundo

Um novo estado do mundo
Ignacio Ramonet*
A título de esboço cartográfico para ajudar a caminhada nos labirintos da atualidade, eis aqui, em quatro observações gerais e dez breves considerações, alguns modestos elementos de orientação.
Primeira observação geral
O fenômeno central de nossa época, a globalização econômica, não parece influenciar diretamente os confrontos no Oriente Médio. Nem atiçá-los e tampouco apaziguá-los, o que confirmaria dois postulados: o caráter arcaico desta guerra em que se mesclam, como no século 19, disputas territoriais, tensões oriundas de nacionalismos e fervor religioso; e o equívoco da ideologia liberal de acreditar que o simples aumento do livre comércio gera a paz.
Segunda observação geral
O fato de o Oriente Médio encontrar-se mais uma vez sob o foco da mídia não deve permitir que se esqueça a importância estratégica da Ásia. É lá que se está desenrolando em grande parte o destino do século 21, devido ao crescimento dos dois gigantes, Índia e China. E tendo em vista que os perigos de conflitos entre a China e Taiwan, Coréia do Norte e Japão, Índia e Paquistão, não são de se menosprezar...
Tampouco se deve subestimar a África sub-saariana, onde se acumulam problemas de todos os gêneros (como os da miséria extrema e migração clandestina) que terminarão por explodir diante dos países ricos.
Terceira observação geral
A guerra nuclear torna-se novamente uma das duas maiores ameaças que pesam sobre o mundo (a outra é a catástrofe ecológica). Israel que, durante os recentes combates, penou para impor-se claramente através de meios militares convencionais, possui armamento nuclear. No entanto,não aderiu ao Tratado de Não-Proliferação Nuclear, do mesmo modo que dois outros Estados rivais: o Paquistão e a Índia. Não longe deste teatro, três potências nucleares investiram militarmente e fracassaram: os Estados Unidos, o Reino Unido e a Rússia. As duas primeiras no Iraque e no Afeganistão e a terceira na Tchechênia. Além disso, a mais importante aliança militar, a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), da qual a França (ela própria uma potência nuclear) faz parte, também combate no Afeganistão.
Ainda que os perigos de conflito nuclear existam em outros lugares – península coreana e estreito de Taiwan[1] - na zona que se estende das fronteiras ocidentais da Índia até o Canal de Suez, concentra-se o arsenal mais devastador de todos os tempos. Excetuando a China, todas as grandes potências são militarmente ativas ali. Uma simples faísca pode levar a uma deflagração...
Esta é a razão por que a gestão das crises, que se sucederam na região, requer um saber diplomático cuja chave apenas as Nações Unidas possuem. Mas como isso acaba de ser mostrado no Líbano, a ONU, em sua configuração atual, permanece indispensável e ao mesmo tempo terrivelmente impotente diante dos grandes contenciosos (das grandes incertezas) contemporâneos. Quanto à União Européia, escolada pela sua longa história de guerras desastrosas, constituiria o melhor dos mediadores... caso não continuasse a ser um anão político.
Quarta observação geral
Para compreender as estratégias em prática atualmente, convém distinguir bem os três tabuleiros de xadrez sobre os quais se joga o nosso futuro:
o militar, onde dominam os Estados-Nações, condicionados pelo fator territorial e pelos ciclos eleitorais curtos (o que os torna pouco aptos a abordar os problemas planetários e de longo prazo). Aqui a supremacia dos Estados Unidos é total, assim como sua vontade de impor um mundo unipolar;
o econômico e comercial, onde funcionam em regime integral as lógicas da globalização definidas pelo Banco Mundial, Fundo Monetário Internacional (FMI) e pela Organização Mundial do Comércio (OMC). Onde reinam as empresas privadas e os interesses financeiros em uma multiplicidade de trocas que deixa entrever a perspectiva de um mundo multipolar;
o ecológico e social, onde se acumulam problemas em três níveis relativos ao meio ambiente (alteração climática, efeito-estufa, poluição, desmatamento, água potável, biodiversidade); à necessidade de novas regras internacionais (para lutar contra a injustiça da ordem mundial que alimenta as tensões internacionais, para gerenciar as migrações, a utilização de transgênicos, a propriedade intelectual, pesquisas genéticas, evasão fiscal e delinqüências modernas). E também o destino das populações da Terra (África, pandemias, miséria, desigualdades quanto ao acesso à Internet, grandes aglomerações, fome, educação, trabalho, catástrofes naturais), onde predominam pobreza, desordens, perigos e caos.
Entre estes três tabuleiros de xadrez as articulações são aleatórias. Freqüentemente evidentes, às vezes inexistentes, e em certos casos, enigmáticas.
Além dessas observações gerais, algumas considerações prudentes podem ser tiradas do recente conflito no Oriente Médio.
Primeira consideração
A nova recrudescência do conflito no Oriente Médio leva a uma confirmação de caráter geopolítico. Esta região de conflito constitui, desde a guerra do Golfo em 1991, o epicentro do atual "pólo de perturbações mundiais". Desde 1914 e até o fim da Guerra Fria, este foco situava-se na Europa. Agora, engloba uma área geográfica onde o Islã é a religião predominante, e onde se encontra, do Paquistão ao Egito, a maioria dos grandes embates contemporâneos: Caxemira, Afeganistão, Tchechênia, Cáucaso, Curdistão, Iraque, Líbano, Palestina, Somália, Darfur...
Esta zona também acumula fortes tensões internacionais: conflito entre o Paquistão e a Índia a propósito de Caxemira; ameaças do Irã, suspeito de produzir armas nucleares; pressões da Rússia na região transcaucasiana; temores sobre a relação entre a Turquia e o Curdistão iraquiano; numerosos litígios pelo controle da água doce; ganâncias suscitadas pela existência das principais reservas de petróleo no centro de um vasto triângulo formado pelo Golfo, Irã e Mar Negro.
Segunda consideração
Se, por um lado é indiscutível que Israel tem o direito de se defender, por outro, a desproporcionalidade dos castigos infligidos aos civis palestinos e libaneses traduz, paradoxalmente, um tipo de impotência maluca. Por uma simples razão que os próprios norte-americanos começam a compreender e que o ex-presidente William Clinton exprime de seguinte maneira: "Não podemos matar todos os nossos inimigos." [2] Os de Israel na região são muitos.
Em uma guerra assimétrica, uma superioridade esmagadora não garante nenhuma vitória. Os Estados Unidos estão vivendo esta amarga experiência. "Temo bastante que o Iraque se torne nosso pior desastre desde a guerra do Vietnã", declara a ex-ministra das Relações Exteriores dos Estados Unidos Madeleine Albright.[3]
Recorrer a um militarismo excessivo e ultrapassado não leva a uma solução política, enquanto a paz – única garantia para a segurança de Israel - não for alcançada. E a paz passa sempre pelas negociações com o inimigo.
Terceira consideração
A frente midiática parece mais decisiva do que nunca. Mas o contexto de informação se metamorforseou. O intenso bombardeio israelense nas usinas elétricas, centrais telefônicas e estações de televisão (Al-Manar TV particularmente)[4], para tornar o sistema de comunicação do adversário cego, surdo e mudo, revelou-se ineficaz.
Os celulares, as câmeras em miniatura e os blogs de combatentes ou de testemunhas oculares permitem uma difusão global quase instantânea de imagens denunciadoras. Por mais intensos que sejam os bombardeios, eles não podem destruir as redes de Internet, concebidas para resistir ao fogo nuclear. Também neste caso os israelenses parecem não ter aprendido a lição das desventuras norte-americanas no Iraque, após a difusão de cenas da prisão Abu Ghraib e de outros testemunhos consternadores; tampouco do declínio da imagem dos Estados Unidos aos olhos da opinião pública mundial.[5]
Quarta consideração
Nesta região, a democracia que Washington garante querer instaurar em toda parte [6], não constitui absolutamente um escudo contra os ataques de Israel, ele próprio um Estado democrático... Tomado ao pé da letra pelos palestinos, únicos cidadãos árabes do Oriente Médio - juntamente com os libaneses - a terem votado democraticamente, em janeiro de 2006, elegendo o Hamas, o governo Bush fechou os olhos e deixou massacrar os (maus) democratas e prender seus eleitos em Gaza.
Adotada para "combater o terrorismo", a punição infligida à Gaza e ao Líbano produzirá sem dúvida o efeito contrário. "Uma operação que mata cinco insurgentes é contra-produtiva, se os efeitos colaterais levam ao recrutamento de cinqüenta novos rebeldes", lembra William Paff [7]. Os excessos que acabam por criar o que Mao Tse-tung chamava de "mar onde nadam os combatentes da guerrilha".
Como na Palestina e no Líbano, o islamismo radical está em expansão no "pólo de perturbrações". Com seus diversos elementos, e apesar de todas as reservas que pode inspirar, ele constitui a principal força política a opor-se às armas e à dominação imperialista dos Estados Unidos. Enquanto ideologia messiânica para o sucesso futuro, pela qual os militantes estão dispostos a sacrificar a própria vida, em parte o islamismo radical toma o lugar do que foram, por exemplo, o anarquismo ou o comunismo no século 19 e 20. Ainda que esta comparação possa chocar...
Enquanto a violência política recua em outras regiões[8], no Afeganistão (ler o artigo de Syed Saleem Shahzad), onde os talibãs estão de volta e as forças da OTAN na defensiva, na Somália (ler artigo de Gerard Prunier), no Iraque, na Palestina e no Líbano, a corrente salafista vai de vento em popa.
Quinta consideração
O poder das organizações não-estatais não pára de crescer, particularmente as ONGs de caráter humanitário, ecológico, social ou jurídico, às vezes instrumentalizadas, nem sempre desinteressadas. Porém, no seio do pólo de perturbações, pululam especialmente as organizações não-estatais armadas que desempenham um papel determinante nos múltiplos antagonismos. Confirmam este fato a audaciosa ação da facção armada do Hamas em Gaza, em 25 de junho, e a das milícias do Hezbollah no Líbano, que levaram Israel a reagir.
Deve-se observar que em alguma parte desta zona se situa o quartel general do "inimigo público número 1" dos Estados Unidos. É a organização islamista armada Al-Quaeda, liderada por Osama Bin Laden, que assumiu a responsabilidade dos atentados de 11 de setembro de 2001. Fato que levou Washington a declarar a atual "guerra infinita contra o terrorismo internacional".
Sexta consideração
Os acontecimentos do 11 de setembro nos fizeram, de fato, entrar em uma nova era. O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, e seus colaboradores pensaram que o choque coletivo causado pela tragédia lhes daria, enfim, carta branca para colocarem em prática velhos delírios geopolíticos.
Lembremo-nos de três delas: reivindicação do papel "de império" dos Estados Unidos na condução de questões internacionais; classificação de toda luta de resistência nacional (como as do Hamas e do Hezbollah) com o terrorismo e prioridade dada à vigilância generalizada dos cidadãos às custas de suas liberdades (ler o artigo de Philip S. Golub).
Em nome desse corpo doutrinário, a CIA e outros serviços de inteligência autorizaram a "liqüidar" suspeitos ou a seqüestrá-los em qualquer lugar, a fim de levá-los para prisões secretas. Desconsiderando as Convenções de Genebra e fora de qualquer quadro jurídico, a prisão norte-americana de Guantánamo foi criada para encarcerar e maltratar pessoas suspeitas de terem conexões com o Al-Qaeda...
Com base em mentiras (na realidade, para colocarem a mão no petróleo), o Iraque, que não estava absolutamente envolvido com os atentados do 11 de setembro e não possuía nenhuma "arma de destruição em massa", foi invadido. Em um ímpeto wilsoniano, Washington declarou-se pronto para redesenhar o "Grande Oriente Médio" e nada menos.
Sabemos o que adveio destas ambições absurdas. Hoje o mundo está mais perigoso. E um novo mega atentado não é pouco provável.
A duvidosa máquina militar encontra-se atolada no Iraque, na arapuca de uma guerra assimétrica perdida, reduzida a praticar ou a encobrir, ela também as atrocidades (prisão em massa, massacres, torturas sistemáticas[9]) que dizia ter banido desde o fiasco na guerra do Vietnã.[10]
O fracasso político é ainda mais assombroso. Graças às intervenções norte-americanas, o Irã, principal inimigo regional dos Estados Unidos, desvencilhou-se de seus adversários limítrofes: o regime dos talibãs no Afeganistão e o de Saddam Hussein no Iraque[11]. E Teerã se arma a partir de agora para se defender. Por outro lado, enquanto Washington fixava sua atenção nesta região, na América Latina, seu próprio quintal, velhos adversários aproveitavam para tomar o poder democraticamente na Venezuela, no Brasil, na Argentina, no Uruguai, no Chile, no Panamá, na República Dominicana, na Bolívia... Uma maré rosa ou vermelha inédita que, além do mais, veio confortar Cuba e Fidel Castro.
Durante estes anos, Bush acreditou poder atribuir os problemas do mundo somente ao terrorismo e tratá-lo exclusivamente com repressão militar. Esmagando princípios, violou direitos de tal maneira que Noam Chomsky chega a falar do "governo mais perigoso da História norte-americana", e não hesita em qualificar seu país de principal "Estado terrorista" [12] do planeta.
Sétima consideração
A guerra do Iraque é muito cara. Em 2005, as despesas militares dos Estados Unidos atingiram a soma astronômica de 500 bilhões de dólares [13], o equivalente às despesas militares do resto do mundo. Em conseqüência da globalização, o sistema econômico dos Estados Unidos não repousa mais apenas sobre sua capacidade manufatureira, porém sobre o consumo. Os Estados Unidos funcionam como uma máquina à base de aplicação financeira, importando capital a um ritmo de 700 a 800 bilhões de dólares ao ano. Capital que financia o consumo de bens importados. Este sistema de injeção financeira com capital internacional cria uma situação insustentável. O déficit comercial estadunidense pesa nas finanças internacionais, arriscando provocar uma desvalorização do dólar, um aumento das taxas de juros, uma queda nas bolsas [14] de valores, e uma recessão mundial, sendo um dos principais problemas (invisíveis) atuais.
Oitava consideração
Estimado em cerca de 700 bilhões de dólares, o déficit norte-americano traz vantagens aos países com mão-de-obra barata. Dentre eles, situa-se em primeiro lugar a China [15], mas também outros países emergentes (Índia, Coréia do Sul, Taiwan, Brasil, México) cuja expansão econômica começa a preocupar as grandes potências. Tanto que a cotação das matérias-primas (dentre elas o petróleo) está em alta, para grande benefício da Rússia, Cazaquistão,Venezuela, Chile, Argélia...
A concorrência das empresas destes países torna-se mais ameaçadora. Já existem cerca de 25 multinacionais globais nos países do hemisfério Sul e, em breve, haverá uma centena. As ofertas espetaculares de aquisição vão se multiplicar, como a do grupo chinês National Offshore Oil, que foi impedido de comprar a petroleira estadunidense Unocal, ou a fusão da siderúrgica indiana Mittal Steel com a Arcelor européia [16].
Conseqüentemente, pode-se apostar que a globalização está se aproximando do final de um ciclo. Com seu dinamismo atual, ela poderia ameaçar o domínio das velhas potências de sempre. Portanto, uma nova onda de protecionismo não deve ser excluída.
Nona consideração
Os combates entre Israel e o Líbano suscitaram um deslocamento forçado de aproximadamente 1,2 milhão de pessoas (900 mil libaneses e 300 mil israelenses). Estes deslocamentos decorrentes de guerra permanecem pontuais, enquanto as migrações internacionais de mão-de-obra são estruturais e atingem 175 milhões de pessoas. Por conta dos lucros de produção, o crescimento econômico, quando existe, pode criar riquezas, mas não empregos suficientes. Mesmo a China, que se beneficia de taxas de crescimento de mais de 9%, cria cerca de 10 milhões de empregos por ano, ou seja, duas vezes menos que o número de pessoas entrando em seu mercado de trabalho [17].
Os outros devem resignar-se à pobreza, ou então emigrar. Só que clandestinamente. Pois, como constata o historiador Eric Hobsbawm, "a economia de mercado favorece a livre circulação de todos os meios de produção, com exceção da mão-de-obra, que continua amplamente sob o controle do Estado" [18]. Grupos de pessoas, freqüentemene jovens e em bom estado de saúde, tentam penetrar nas raras ilhas de prosperidade do planeta, arriscando a própria vida (como vimos em Melilla e estamos vendo nas Ilhas Canárias). Mais de 20 milhões deles conseguiram migrar para os Estados Unidos [19],onde a partir de agora a questão de pessoas em situação ilegal é tratada, como na Europa, em termos de segurança nacional. No entanto, a bomba da imigração ilegal não explodiu ainda. Este grande drama humano vai submeter todas as sociedades desenvolvidas a uma dura prova.
Décima consideração
Em 14 de julho de 2006, a aviação israelense bombardeou as reservas de óleos de combustão da central elétrica de Jiyê, no sul de Beirute. Cerca de 15 mil toneladas de combustível foram derramadas no mar. No início de agosto, a maré negra atingiu um terço das praias libanesas e o litoral da Síria, ameaçando alcançar o Chipre, a Turquia, Grécia... e Israel[20].
Esta catástrofe ecológica, "efeito colateral" das hostilidades, faz lembrar que os problemas ligados ao meio ambiente vão se tornar altamente estratégicos. Na cúpula do G-8 em Gleneagles, em julho de 2005, a luta contra o aquecimento do planeta já era um dos temas centrais. Com alguns graus a mais em média, a Terra não será mais o mesmo planeta. A elevação do nível do mar levará a catástrofes inéditas. Correções drásticas serão necessárias, enquanto se aproxima o momento em que não se poderá mais extrair petróleo (cujo consumo agrava o efeito estufa) suficiente para atender a demanda.
Neste sucinto panorama da nova situação mundial, este fatos – alerta quanto às alterações climáticas e o fim da era do petróleo - anunciam-se para a humanidade como dois dos maiores desafios a serem enfrentados.
* Ignacio Ramonet é jornalista e diretor-presidente do Le Monde Diplomatique. Tradução de Simone Pereira Gonçalves (simonepg@hotmail.com). Reproduzido do Le Monde Diplomatique Brasil (http://diplo.uol.com.br/2006-00,a1393).
[1] Em 15 de julho de 2005, o general chinês Zhu Chenghu, responsável pela Universidade da Defesa Nacional, não excluiu a possibilidade de que a China possa ter um conflito nuclear com os Estados Unidos, se seus interesses relativos a Taiwan forem ameaçados. Cf. Martine Bulard, "A China sacode a ordem mundial", Le Monde Diplomatique-Brasil, agosto de 2005.
[2] Le Monde, 10 de agosto de 2005.
[3] Newsweek, 24 de julho de 2006.
[4] Canal do Hezbollah xiita libanês.
[5] International Herald Tribune, Paris, 14 de junho de 2006.
[6] Em nome do princípio caro aos neoconservadores, de que as democracias não fazem guerra entre si. Isto supõe que Israel coexistiria pacificamente com uma Palestina democrática. No entanto, Jerusalém acaba de demonstrar o contrário. E os fatos comprovam que Washington aceita as piores "ditaduras amigas" (Egito, Arábia Saudita, Jordânia, Azerbaijão, Paquistão, jamais qualificadas de "bastiões avançados da tirania", mas que jogam sua população empobrecida, reprimida e cansada da corrupção nos braços de organizações islamistas radicais.
[7] Le Monde, 19 de julho de 2006.
[8] A relação Guerra e Paz no século 19, publicada pelo Human Security Center da Universidade de British Columbia de Vancouver (Canada) observa uma redução do número de conflitos desde o fim da guerra fria. No seio da União Européia, as duas organizações armadas mais violentas, a Força Armada Republicana da Irlanda (IRA) e o Euskadi ta Askatasuna (ETA) basco decidiram abandonar a luta armada. O IRA ordenou a seus militantes, em 28 de julho de 2005, a "deposição das armas" e o ETA anunciou, em 22 de março de 2006, um cessar-fogo permanente.
[9] Um relatório do Human Right Watch estima que “a tortura dos prisioneiros no Iraque era autorizada pelo exército americano”. Le Monde, 25 de julho de 2006.
[10] Los Angeles Times revelou, em 6 de agosto de 2006, que as atrocidades cometidas pelos norte-americanos no Vietnã foram maiores do que se pensava.
[11] Ler Joe Klein, "The Iran factor", Time, 24 de julho de 2006.
[12] Le Point, Paris, 20 de julho de 2006.
[13] Dedicaram apenas 18 bilhões de dólares ao desenvolvimento, ou seja, 0,16% do PIB!
[14] O simples temor de ver os bancos centrais aumentarem as taxas de juros provocou, em 21 de maio de 2006, uma queda espetacular nas principais bolsas mundiais.
[15] Em 2005, os Estados Unidos venderam produtos por 47,8 bilhões de dólares à China, enquanto importavam deste país por 201,6 bilhões, ou seja, uma vantagem de 153,8 bilhões para Pequim que detém, além disso, 320 bilhões de títulos do Tesouro norte-americano.
[16] Ler Capital, agosto de 2006.
[17] Le Figaro, 20 de junho de 2006.
[18] L’Express, 8 de junho de 2006.
[19] International Herald Tribune, 29 de junho de 2006.
[20] Ler Caroline Pailhe, "Israël, Palestine, Liban: Le chemin le plus long vers la paix", GRIP, Bruxelas, 8 de agosto de 2006.
A Rets não se responsabiliza pelos conceitos e opiniões emitidos nos artigos assinados.
http://arruda.rits.org.br/notitia1/servlet/newstorm.notitia.apresentacao.ServletDeSecao?codigoDaSecao=9&dataDoJornal=1157727791000

Ratzinger fez a campanha do medo, como Bush

Manchetes recentes sobre fatos religiosos



1. A eleição de Ratzinger

Ratzinger fez a campanha do medo, como Bush
Ratzinger foi eleito papa um dia depois de ter feito uma advertência, como único a falar um pouco antes da eleição do conclave
Ratzinger assuntou o colégio cardinalício: Na missa de segunda-feira de manhã, o cardeal Ratzinger alertou para os perigos do relativismo e das novas ideologias e doutrinas. O atual pontífice passou a idéia de que sem ele e sem o poder doutrinal, a igreja poderia correr riscos de extinção. O atual papa Bento XVI alertou para a "sujeira" que existiria no interior da Igreja, que chegou a definir como "um barco que está prestes a afundar".
O início do conclave foi marcado, ontem, por um apelo à defesa da doutrina ortodoxa da Igreja e por uma crítica feroz às ideologias e à proliferação de seitas.
Segundo ele, 'a cada dia nascem novas seitas baseadas no engano dos homens' e isso seria uma ameaça
No final da missa que abriu o Conclave, Ratzinger foi longamente apaudido.
“nunca pensei ser eleito nem fiz nada para que fosse assim nunca pensei ser eleito nem fiz nada para que fosse assim” disse Ratzinger
O cardeal Ratzinger fez o seu discurso de posse antes de ser eleito. Na última missa antes da votação, leu um sermão que era uma declaração de princípios e agora vale como um programa de governo. Defendeu justamente o que mais divide a Igreja, a resistência da ortodoxia aos novos tempos.
Votaram, desafiadoramente, pelo fortalecimento da "fé clara", "com freqüência rotulada como fundamentalismo",
Documento de autor não revelado favoreceu Ratzinger
Um documento sobre má conduta de padres no mundo circulou entre cardeais antes do conclave. Menciona os principais problemas enfrentados pela Igrejá... "Depois de ler (o documento), eu temi que meu coração parasse", disse um cardeal ao Stampa... O documento, teria tido grande impacto sobre o então cardeal Ratzinger.

De início, o novo Papa não obteve a maioria de votos. Na primeira rodada de votação, o cardeal italiano Carlo Maria Martini largou na frente. O cenário somente mudou na terça-feira, quando os indecisos começaram a votar no alemão, que teria, então, obtido entre 95 e 107 votos. Correio do Povo, Porto Alegre - RS - Brasil 2005-04-22

Logo depois do anúncio da eleição do novo papa, os sinos de todas as igrejas, tanto em Israel quanto nos territórios palestinos, começaram a badalar em sinal de alegria com a notícia.


2. Desafios de Bento 16

Ratzinger um dia antes da eleição: denunciou as ameaças contra a “pequena barca” do marxismo (e os teólogos da teologia da libertação), da ditadura do relativismo (que nega a existência de verdades absolutas) do individualismo, do socialismo, do ateísmo, do misticismo, do liberalismo econômico e moral e das ‘outras religiões’. Dois dias depois da eleição, como papa, exaltou na missa, a necessidade do diálogo inter-religioso. No dia seguinte, por telegrama, convida o rabino-chefe de Roma, Riccardo di Segni, com o desejo de "continuar o diálogo e reforçar a colaboração com os filhos e filhas do povo hebreu".
A Igreja terá o tom conciliador da celebração do dia 20, e não a voz ameaçadora da homilia do dia 18? (pergunta de ZH, 24/04/2005)
Uma grande ameaça é a concorrência das religiões evangélicas e pentecostais, especialmente em países em desenvolvimento como o Brasil. Seriam o que Ratzinger define como "novas seitas baseadas no engano dos homens". O cardeal escreveu em 2000 que a Igreja Católica é a Igreja-mãe de todas as outras, consideradas inferiores. "Existe um único corpo de Cristo: uma Igreja Católica e Apostólica apenas.'' As outras religiões seriam defensoras de princípios frágeis ou deficientes.
Há o medo do descontrole da inculturação (entrada de práticas de outras culturas no rito romano)
A liturgia
Ratzinger entende que ninguém poderia comungar sem ter confessado. Ratzinger defende que pelo menos parte da missa volte a ser rezada em latim. "Tenho falado em reforma da reforma.'' (referindo-se ao Concílio Vaticano II). Condena também os excessos do sincretismo, a prática que permite, por exemplo, que a Umbanda cultue Iemanjá como sendo a Virgem Maria ou Nossa Senhora dos Navegantes.
Ratzinger precisa estancar a sangria de fiéis
1960: 5,1% de evangélicos, em 200: 15,4%
ICAR perdeu 19,8% de fiéis nesse período.
Para conseguir adaptar-se aos novos tempos ditados pelas novas igrejas e seitas, o Papa teria de abrir mão da rígida unidade católica construída pelo Vaticano, que dá identidade mundial à Igreja.

"Laura e eu oferecemos nossas congratulações ao papa Bento 16. Ele é um homem de grande sabedoria e conhecimento. Ele é um homem que serve ao Senhor. Lembramo-nos bem de seu sermão durante o funeral do papa em Roma, como suas palavras tocaram nossos corações e os corações de milhões."
George W. Bush, presidente dos Estados Unidos

Também esperamos que o novo papa continue a trabalhar rumo à aproximação entre o Estado de Israel e o Vaticano, assim como entre a Igreja Católica e o povo judeu."
Silvan Shalom, ministro das Relações Exteriores de Israel

Bento XVI levanta entusiasmo entre representantes judeus
Rabino Toaff: No diálogo com os judeus, o Papa Ratzinger «fará muito bem»
A mensagem do Papa Bento XVI ao rabino de Roma, Riccardo Di Segni, recolheu elogios e confiança entre representantes judeus de Roma.
http://www.zenit.org/
23/04/2005

Henry Sobel, presidente do Rabinato da Congregação Israelita Paulista – “Dizem que ele é conservador. E daí? João Paulo II também era e marcou o mundo. As qualidades pessoais são mais importantes que rótulos.”
http://www.terra.com.br/istoe/ 2005-04-26
Isto É nº1854, 27, abril, 2005, p. 48



3. Bento XI e o domingo

“Sem o domingo não podemos viver” (palavras de Bento XVI)
"Todas as paróquias são chamadas a redescobrir a beleza do domingo, Dia do Senhor, no qual os discípulos de Cristo renovam na eucaristia a comunhão com Aquele que dá sentido às alegrias e aos cansaços de cada dia" (em: 22/05/2005)
"A Eucaristia é o sacramento de unidade. Mas, infelizmente, os cristãos estão divididos neste sacramento. Quero reiterar minha vontade de assumir como principal compromisso (do Pontificado) a missão de conseguir a unidade de todos os seguidores de Cristo". Bento XVI disse que para isso não bastam as boas intenções e que tem consciência de que "gestos concretos fazem falta". (em: 22/05/2005)


4. Unidade das igrejas

Unidade dos cristãos, «compromisso prioritário» do novo Papa
CIDADE DO VATICANO, quarta-feira, 20 de abril de 2005 (ZENIT.org).- O novo Papa, Bento XVI, assumiu como «compromisso prioritário» promover a unidade plena entre os cristãos de diferentes igrejas e confissões. http://www.zenit.org/ em: 22-04-2005

Anglicanos aceitam doutrina católica sobre Maria
um grupo de católicos romanos e anglicanos anunciou concordância de que as doutrinas católicas da Imaculada Concepção de da Ascensão de Maria aos céus são consistentes com a leitura anglicana da Bíblia. Os dois lados divulgaram um documento, "Maria: Graça e Esperança em Cristo"
http://www.estadao.com.br/internacional/noticias/2005/mai/16/147.htm
2005-05-16

Luteranos finlandeses querem fazer parte da Igreja católica de Cristo
Assegura o bispo luterano de Helsinki em BARI, quarta-feira, 25 de maio de 2005 (ZENIT.org)

Israel emite um selo em recordação de João Paulo II - TEL AVIV, terça-feira, 24 de maio de 2005 (ZENIT.org)

Papa se encontra com representantes judeus
Participam em um simpósio internacional judaico-cristão
CIDADE DO VATICANO, quarta-feira, 25 de maio de 2005 (ZENIT.org).- Bento XVI saudou ao final da audiência geral desta quarta-feira cerca de cinqüenta representantes judeus, alguns deles rabinos. com os «irmãos mais velhos» com grande cordialidade e falou com eles durante vários minutos na praça de São Pedro, no Vaticano.
http://www.zenit.org/ 25-05-2005

Bento XVI levanta entusiasmo entre representantes judeus
Rabino Toaff: No diálogo com os judeus, o Papa Ratzinger «fará muito bem» http://www.zenit.org/
23/04/2005

Diálogo judaico-cristão pode começar agora com profundidade
Segundo o cardeal Lustiger, arcebispo emérito de Paris http://www.zenit.org/ 06/06/2005

Bento XVI planeja visitar sinagogas na Alemanha
Correio do Povo Porto Alegre - RS - Brasil 2005-05-14

«Histórica» visita do Papa a uma sinagoga, segundo seu porta-voz
http://www.zenit.org/ 2005-08-19

Israel convida Bento XVI para visita. Pontífice aceita
O primeiro-ministro de Israel, Ariel Sharon, convidou o papa Bento XVI para visitar seu país e a resposta do Pontífice foi que a visita 'é uma prioridade' em sua agenda. Correio do Povo Porto Alegre - RS – Brasil 2005-07-07

Bento XVI condena os novos sinais de anti-semitismo na Sinagoga de Colônia
http://www.zenit.org/ 2005-08-19

Cardeal Kasper propõe aos ortodoxos um Sínodo de reconciliaçãoE junto aos filhos da Reforma, uma aliança para defender as raízes cristãs Cardeal Kasper visita Moscou para promover o diálogo com a Igreja ortodoxa dando continuidade aos sinais positivos deste início de pontificado http://www.zenit.org/ – 26 e 20-06-2005

Papa confirma o compromisso ecumênico «irreversível» da Igreja
http://www.zenit.org/ 26-04-2005

Conselho Mundial das Igrejas quer reforçar o ecumenismo com o Papa
http://www.zenit.org/ 16-06-2005

China nomeia bispo autorizado pelo Vaticano
http://www.estadao.com.br/internacional/noticias/2005/jun/28/193.htm
2005-06-28



5. ICAR nunca muda

Americano conservador é novo guardião da fé
O papa Bento 16 nomeou o novo prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, cargo que ele mesmo ocupou por 23 anos até ser eleito sucessor de João Paulo 2°. É o norte-americano William Joseph Levada, de 69 anos, arcebispo de San Francisco, na Califórnia

Papa critica a explosão do mercado religioso
Bento XVI condena fabricantes de uma religião sob medida Correio do Povo Porto Alegre - RS – Brasil

"A Igreja Católica é a mãe de todas as igrejas cristãs. Por isso, outras igrejas não devem ser consideradas 'irmãs' da Igreja Católica." (declaração de Ratzinger)


6. Análises


a) Foco prioritário de Bento XVI:
ð Unidade entre todos cristãos e as demais religiões (é compromisso prioritário de Bento XVI)
ð Romper barreiras que dividem as pessoas (papel assumido da ICAR)

b) Estratégia de ação:
ð Redescoberta do domingo, diz Bento XVI
ð Das “boas intenções” aos “gestos concretos”, diz Bento XVI
ð Retorno à Idade Média, utilizando a estratégia do medo: Bush, nos EUA, protege do mal secular e Bento XVI, em Roma, protege do mal espiritual; isso se tornará realidade quando as catástrofes se tornarem insuportáveis do ponto de vista econômico.
ð A guerra contra o Iraque (e Afeganistão) foi jornalística, para a mídia, mas não se mostravam os mortos americanos.
ð O fim da guerra contra o Iraque foi anunciado com pompa, pelo Presidente, num porta aviões. Mas vieram os ataques terroristas. A guerra saiu diferente do planejado, veio o terrorismo, tanto combatido, que foi o dito motivo da guerra. (Este é um prenúncio do que irá acontecer com o decreto dominical: o tiro também sairá pela culatra, não dará certo. Os americanos foram ao Iraque impor a democracia, assim também farão em defesa do domingo!) - Bush dizia, e diz: a guerra é para salvar uma civilização.
ð O principal motivo desta guerra foram interesses econômicos, o mesmo que levará ao decreto dominical.


c) Contexto global:
ð IASD está deixando a mornidão, e prega com cada vez mais força a tríplice mensagem Angélica (Ap. 14:6 e 7 + Mat. 24:14)
ð Na IASD o joio intensifica seu estilo, preparando-se para ser sacudido: há os fanáticos que atacam a igreja e há os liberais que introduzem nela o mundanismo
ð Tem início a grande controvérsia: 7º dia x 1º dia + imortalidade x mortalidade da alma, etc.
ð Enfraquecimento por impossibilidade de ligação entre as nações da Europa (pelo resultado do plebiscito francês) x poder crescente dos EUA, que leva a uma aliança do Vaticano só com os EUA, não mais com a Europa, cumprindo a profecia de Apoc. 13:11 a 18
ð Ferida mortal quase curada, faltando a imposição do domingo para completar a cura, segundo Ap. 13:3 – “... a ferida mortal foi curada e toda a terra se maravilhou segundo a besta.” E Apoc. 13:8 – “Adora-la-ão todos...” (como no enterro de JPII + posse de BXVI, onde os Bush se ajoelharam diante de JPII e BXVI)

d) Tendência:
ð Posicionamento das igrejas:
· as que se declaram unidas à ICAR
· as que se declaram definitivamente separadas, vinculando-se à IASD, saindo de babilônia (Apoc. 18:4)
· membros das que se uniram saem delas, inclusive da ICAR, e se ligam à IASD, saindo de babilônia (Apoc. 18:4)
ð Encaminhamentos e ações legais para perseguições e dificuldades aos “rebeldes, que serão tratados como “terroristas”
ð Sacudidura cada vez mais forte entre o povo remanescente de DEUS
ð Emissão do decreto dominical


Análise geral
A ICAR necessita de um papa de força, que restabeleça a fidelidade aos dogmas, que torne os fiéis outra vez “fiéis”, que recupere a queda nas receitas, recupere o número de sacerdotes, que vença a concorrência das outras igrejas, seitas e do ateísmo, que impeça a pregação da verdade por parte dos adventistas, pois nisso está a queda da ICAR.
Bento 16, ultra-conservador na condução da moderna inquisição, agora mostra um rosto sorridente e amigável, parecido ao daqueles que estão por pegar uma vítima desconfiada e que se afasta por medo. Fez clara campanha para ele mesmo antes do conclave, traçou o perfil necessário para o futuro papa, que coincidia com ele, no entanto, pouco depois de eleito, afirma que rezava para não ser ele o eleito. Há aqui uma humildade exterior que esconde um plano interior diferente, e que quase ninguém vê ou não quer ver.
No contexto profético devemos dar tempo ao Senhor que tudo conduz. No entanto, não devemos deixar de estar atentos, e comparar os fatos com o que dizem as profecias. Nesse caso, vemos claramente o avanço para o desfecho rumo à radicalização com aquelas igrejas que não colaborarem com a ICAR, em prol da concórdia e da paz mundial. Esse motivo leva a que todas as igrejas parem de fazer proselitismo, que cada uma fique com os membros que possui, e essa estratégia coloca fora da lei quem não colaborar, criando uma situação de marginalidade.
Espera-se que o papa aja de tal forma que suas decisões mais adiante não sejam vistas como radicais, mas necessariamente duras por haver resistência rebelde contra um projeto de salvação global, pela “paz e segurança” do planeta. Essa ao menos parece ser a tendência natural, e será, se DEUS agora o permitir. Ele certamente dará continuidade na defesa do domingo como “dia da família e dia do Senhor”, no que se encontra o poder da Igreja Católica.




7. Os Estados Unidos

Bush venceu nas 5 frentes eleitorais:
Voto popular
Colégio eleitoral
Câmara dos deputados
Câmara do senado
Nos plebiscitos em vários estados
A Suprema Corte será aliada de Bush na cruzada conservadora dos costumes. Há hoje 3 conservadores, 4 moderados e dois pragmáticos.

“No fundo, o medo coletivo foi o maior cabo eleitoral de Bush, o xerife do Universo.” Joelmir Beting.


Niall Ferguson, historiador britânico, que sustenta que “nunca o mundo precisou tanto da existência de um império mundial. ‘As ameaças que enfrentamos hoje não são novas. Mas os avanços tecnológicos as tornam mais perigosas que em qualquer outra época’ escreveu. Em sua opinião, só uma superpotência pode evitar que países parias, que não respeitam a comunidade internacional, sejam uma fonte de perturbações globais. O poder imperial não é necessário apenas para punir ditadores, mas também para conter epidemias, combater a fome e erradicar organizações terroristas.” (Veja, 10/11/04, p. 122)
Viagens, sínodos, livro... CIDADE DO VATICANO, sexta-feira, 2 de setembro de 2005 (ZENIT.org).- Depois de sua primeira viagem apostólica internacional a Colônia, pelo momento não se programou outra visita pastoral de Bento XVI, mas à agenda do Papa não faltam propostas: viagens, sínodos, beatificações, canonizações, um livro, uma encíclica... Ainda que Bento XVI manifestou sua disponibilidade para viajar, ao mesmo tempo manifestou em várias ocasiões ao receber convites para visitar diferentes países a necessidade de dosar as viagens, seja por motivos de saúde (tem 78 anos), seja pela enorme quantidade de assuntos que deve enfrentar ao início de seu pontificado. Terra Santa Bento XVI recebeu o convite tanto do governo de Israel como da Autoridade Nacional Palestina para visitar a Terra Santa. Em 8 de julho, a ministra de Comunicação de Israel, Dália Itzik, entregou ao Papa a proposta escrita do primeiro-ministro de Israel, Ariel Sharon, para visitar seu país. «Tenho uma longa lista de compromissos para visitar países estrangeiros, mas Israel tem prioridade», teria dito no encontro o Santo Padre, segundo declarou depois a ministra a uma rádio israelense. Por sua parte, o presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, acaba de fazer público seu convite a Bento XVI para visitar os territórios palestinos, em declarações concedidas à revista «30 Giorni». Turquia O Papa foi também convidado pelo patriarca Bartolomeu I a visitar Istambul por ocasião da festa de Santo André, em 30 de novembro. O Vaticano ainda não entregou sua resposta oficial. Todos os anos, uma delegação da Santa Sé viaja à sede do patriarcado ecumênico de Constantinopla para participar da festa de seu patrono, Santo André, irmão do apóstolo Pedro. O patriarcado envia uma delegação ao Vaticano por ocasião da festa dos apóstolos Pedro e Paulo, patronos da Igreja de Roma, em 29 de junho. O patriarca representa duzentos milhões de fiéis no mundo. As Igrejas ortodoxas e a católica estão separadas desde o cisma de 1054. O rumor de uma possível viagem do Papa à Turquia foi confirmado em uma coletiva de imprensa pelo primeiro-ministro irlandês, Bertie Ahern, em 7 de julho, depois de ter sido recebido por Bento XVI. Pelo que se refere às demais viagens, o Papa havia-se dado «um período de reflexão» durante o verão, segundo indicou o primeiro ministro irlandês. Espanha Em julho de 2006 acontecerá o Encontro Mundial da Família, convocado por João Paulo II e confirmado por Bento XVI, em Valencia (Espanha), e o Papa manifestou sua intenção de participar. América Latina O pontífice poderá viajar à América Latina em 2007, em resposta a um convite da Conferência do Episcopado Latino-Americano (CELAM), por ocasião de sua conferência geral. Ainda não se anunciou qual será a cidade que se converterá em sede deste encontro. Alemanha Uma segunda viagem à pátria de Bento XVI poderá acontecer no outono de 2006. O Papa foi convidado a sua Baviera natal, a Ratisbona (Regensburg), pela cidade e pelo bispo, Dom Gerhard Ludwig Muller, antigo professor de teologia em Munique, nomeado bispo por João Paulo II em 2002. Sínodos Bento XVI prepara nestes momentos o sínodo de bispos sobre o tema da Eucaristia, que João Paulo II havia convocado para encerrar o Ano da Eucaristia. No Vaticano esperam-se 250 bispos de todo o mundo para participar deste acontecimento, que acontecerá entre 2 e 23 de outubro. O Papa fez algumas modificações na metodologia sinodal para dar-lhe maior participação. As sessões de trabalho do Sínodo deverão concretizar-se em «proposições» pastorais, que depois o Papa recolherá em uma exortação apostólica pós-sinodal. Bento XVI convocou outro sínodo: a segunda assembléia de bispos da África. Será a segunda reunião de bispos africanos destas características. João Paulo II condensou as conclusões do primeiro sínodo deste continente na exortação apostólica pós-sinodal «Ecclesia in África» (14 de setembro de 1995). Consistório e reforma da Cúria O colégio de cardeais conta nestes momentos com 112 eleitores, dos 120 previstos pela normativa para a participação em um conclave. O Papa poderá convocar, portanto, um consistório para a criação de novos cardeais. O cardeal José Saraiva Martins, prefeito da Congregação para as Causas dos Santos, considerou em 5 de julho, durante uma coletiva de imprensa, que o pontífice poderá realizar uma reforma na Cúria Romana. De todos os modos, o Papa terá de substituir alguns dos responsáveis dos dicastérios da Santa Sé, pois vários já completaram 75 anos. Um livro Segundo confirmaram fontes da Santa Sé, em suas férias deste verão, o Papa trabalhou na redação de um livro que já havia começado sendo cardeal. Pelo momento, o tema não foi revelado. A Santa Sé não confirmou oficialmente que o Papa está redigindo sua primeira encíclica, ainda que assim o afirmaram rumores de imprensa. Canonizações A primeira cerimônia de canonização presidida por Bento XVI acontecerá em 23 de outubro na praça de São Pedro, quando proclamará santos o jesuíta chileno Alberto Hurtado (1901-1952), dois ucranianos --Jozef Bilczewski (1860-1923), arcebispo de Lviv dos latinos, e Zygmunt Gorazdowski (1845-1920), sacerdote diocesano-- e dois italianos --Gaetano Catanoso (1879-1963) e Felice Da Nicosia (1715-1787)--. Pentecostes 2006 Entre as atividades previstas pelo Papa para o próximo ano, destaca a convocação com motivo de Pentecostes de 2006 de membros de novos movimentos e comunidades eclesiais em Roma. Será a segunda vez que há um acontecimento destas características, depois do convocado por João Paulo II em Pentecostes de 1998. ZP05090206
http://www.zenit.org/
03-09-2005
Na homilia, Bento XVI pede a unidade dos cristãos


São Paulo - Na homilia da missa de inauguração de seu pontificado, o papa Bento XVI fez um apelo pela unidade do cristianismo, lembrando que o papa carrega os símbolos do pastor e do pescador, e citando passagens dos Evangelhos nas quais é dito que "haverá um rebanho, um pastor", e que a rede do pescador "não será rasgada". "Faça que haja um rebanho e um pastor! Não permitas que tua rede se rompa, ajuda-nos a sermos servos da unidade!", pede o papa.
Leia, abaixo, a íntegra da fala de Bento XVI:
Durante estes dias tão intensos, cantamos a litania dos santos em três diferentes ocasiões: no funeral de nosso Santo Padre João Paulo II; quando os cardeais entraram em conclave; e novamente hoje, quando cantamos com a invocação: Tu illum adiuva - ampara o novo Sucessor de Pedro. Em cada ocasião, de modo completamente singular, encontrei grande consolo. Como nos sentimos sós após o falecimento de João Paulo II - o papa que por mais de 26 anos foi nosso pastor e guia em nossa jornada pela vida! Ele cruzou o limiar da próxima vida, entrando no mistério de Deus. Mas não deu o passo sozinho. Aqueles que crêem nunca estão sós - nem na vida, nem na morte. Naquele momento, pudemos invocar os santos de todos os séculos - seu amigos, irmãos e irmãs na fé - sabendo que formariam uma procissão viva para acompanhá-lo ao próximo mundo, rumo à glória de Deus. Sabíamos que sua chegada era esperada. Agora sabemos que está entre os seus, realmente em casa. Também fomos consolados ao fazer nossa entrada solene no conclave, para eleger aquele que o Senhor escolheu. Como seríamos capazes de discernir-lhe o nome? Como poderiam 115 bispos, de cada cultura e de cada país, descobrir aquele a quem Deus desejava conferir a missão de atar e desatar? Uma vez mais, sabíamos que não estávamos sós, sabíamos que estávamos cercados, liderados e guiados pelos amigos de Deus. E agora, neste momento, fraco servo de Deus que sou, devo assumir esta tarefa enorme, que realmente excede toda capacidade humana. Como poderei fazê-lo? Como serei capaz de fazê-lo? Todos vós, meus amigos, acabastes de invocar toda a hoste dos santos, representada por alguns dos grandes nomes da história da relação de Deus com a humanidade. Deste modo, também posso dizer com renovada convicção: Não estou só. Não tenho que carregar sozinho a verdade que jamais poderia carregar sozinho. Todos os santos de Deus estão lá e me protegem,amparam e conduzem. E vossas preces, amigos queridos, vossa indulgência, vosso amor , vossa fé e vossa esperança acompanham-me. De fato, a comunhão dos santos consiste não apenas nos grandes homens e mulheres que foram antes de nós e cujos nomes conhecemos. Todos nós pertencemos à comunhão dos santos, nós que fomos batizados em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, nós que tiramos vida da dádiva do sangue e do corpo de Cristo, por meio dos quais ele nos transforma e nos faz como si mesmo. Sim, a Igreja está viva - esta é a maravilhosa experiência destes dias. Durante aqueles tristes dias da doença e morte do papa, tornou-se maravilhosamente evidente para nós que a Igreja vive. E a Igreja é jovem. Ela mantém em si o futuro do mundo e portanto mostra a cada um de nós o caminho para o futuro. A Igreja está viva e vemos isso: experienciamos a alegria que o Senhor Ressuscitado prometeu a seus seguidores. A Igreja vive - ela viva porque Cristo vive, porque ele é verdadeiramente ressuscitado. No sofrimento que vimos no rosto do Santo Padre naqueles dias de Páscoa, contemplamos o mistério da Paixão do Cristo e tocamos suas chagas. Bas nesses dias também fomos capazes, num senso profundo, de tocar o Ressuscitado. Pudemos experimentar a alegria que Ele prometeu, após um breve período de trevas, como fruto de Sua ressurreição.
A Igreja está viva - com essas palavras, saúdo com grande alegria e gratidão todos vós reunidos aqui, meus veneráveis irmãos cardeais e bispos, meus queridos padres, diáconos, trabalhadores ad Igreja, catequistas. Saúdo-os, homens e mulheres Religiosos, testemunhas da presença transfigurante Deus. Saúdo-os, fiéis leigos, imersos na grande tarefa de construir o Reino de Deus que se espalha pelo mundo, em cada área da vida. Com grande afeição também saúdo todos aqueles que renasceram no sacramento do Batismo mas ainda não estão em comunhão total conosco; e vós, meus irmãos e irmãs do povo judaico, com quem somos unidos por uma grande herança espiritual compartilhada, uma enraizada nas promessas irrevogáveis de Deus. Finalmente, como uma onda ganhando força, meus pensamentos são para todos os homens e mulheres de hoje, crentes e descrentes.
Queridos amigos! Neste momento não é preciso apresentar meu programa de governo. Pude dar uma indicação do que vejo como minha missão na Mensagem de quarta-feira, 20 de abril, e haverá outras oportunidades de fazê-lo. Meu verdadeiro programa não é fazer minha própria vontade, não é perseguir minhas próprias idéias, mas ouvir, juntamente com toda a Igreja, à palavra e à vontade do senhor, ser guiado por Ele, para que Ele próprio lidere a Igreja nesta hora de nossa história. Em vez de apresentar um programa, simplesmente gostaria de falar sobre os dois símbolos litúrgicos que representam a inauguração do Ministério Petrino: ambos símbolos, além do mais, refletem claramente o que ouvimos proclamado nas leituras de hoje.
O primeiro símbolo é o pálio, tecido de pura lã, que será colocado em emus ombros. Este antigo símbolo, que os Bispos de Roma têm usado desde o século IV, pode ser considerado uma imagem do jugo de Cristo, que o bispo desta cidade, o Servo dos Servos de Deus, toma em seus ombros. O jugo de Deus é a vontade de Deus, que aceitamos. E essa vontade não pesa sobre nós, oprimindo-nos e tirando nossa liberdade. Saber o que Deus quer, saber onde está o caminho da vida - essa foi a alegria de Israel, este foi seu grande privilégio. Também é nossa alegria: a vontade de Deus não nos afasta, nos purifica - mesmo se isso pode ser doloroso - e portanto nos conduz a nós mesmos. Deste modo, não servimos apenas a Ele, mas à salvação de todo o mundo, de toda a história. O simbolismo do pálio é ainda mais concreto: a lã do cordeiro pretende significar as ovelhas perdidas, fracas e doentes que o pastor põe sobre os ombros e carrega para as águas da vida. Para os Pais da Igreja, a parábola da ovelha perdida, que o pastor busca no deserto, era uma imagem do mistério de Cristo e da Igreja. A raça humana - cada um de nós - é a ovelha perdida no deserto que não sabe mais o caminho. O Filho de Deus não deixará que isso aconteça; ele não pode abandonar a humanidade em uma condição tão miserável. Ele se ergue e abandona a glória do céu, para buscar a ovelha e persegui-la, todo o caminho até a cruz. Ele a ergue nos ombros e carrega nossa humanidade; Ele carrega a todos nós - é o bom pastor que abandona a vida pelas ovelhas. O que o pálio indica, de mais importante e em primeiro lugar, é que somos todos amparados por Cristo. Mas ao mesmo tempo nos convida a carregar uns aos outros. Assim o pálio se torna um símbolo da missão do pastor, da qual a Segunda Leitura e o evangelho falam. O pastor deve ser inspirado pelo zelo sagrado de Cristo: para Ele não é indiferente que tantas pessoas vivam no deserto. E há tantos tipos de deserto. Há o deserto da pobreza, o deserto da fome e da sede, o deserto do abandono, da solidão, do amor destruído. Há o deserto das trevas de Deus, o vazio das almas não mais cientes de sua dignidade e do objetivo da vida humana. Os desertos externos do mundo estão crescendo porque os desertos internos tornaram-se tão vastos. Assim, os tesouros da Terra não mais servem para construir o jardim de Deus para todos viverem, mas foram levados a servir aos poderes da exploração e da destruição. A Igreja como um todo e todos seus pastores, como Cristo, devem se dispor a liderar as pessoas para fora do deserto, rumo ao lugar da vida, rumo à amizade com o Filho de Deus, rumo Àquele que nos dá vida, e vida abundante. O símbolo do cordeiro também tem um significado mais profundo. No Oriente Próximo da Antigüidade, era costume os reis se apresentarem como pastores de seus povos. Essa era uma imagem de seu poder, uma imagem cínica: para eles os súditos eram como ovelhas, com as quais o pastor podia fazer o que quisesse. Quando o pastor de toda a humanidade, o Deus vivo, tornou-se cordeiro, Ele ficou ao lado dos cordeiros, com aqueles que são pisados e mortos. Assim é que Ele se revela como o verdadeiro pastor: "Sou o Bom Pastor... dou a vida pelas ovelhas", Jesus diz de si mesmo (Jo 10:14). Não é poder, mas amor que nos redime! Este é o sinal de Deus: Ele próprio é amor. Com que freqüência gostaríamos que Deus se mostrasse mais forte, que atacasse decisivamente, derrotando o mal e criando um mundo melhor. Todas as ideologias do poder justificam-se dessa forma exata, justificam a destruição do que quer que fique no caminho do progresso e da libertação da humanidade. Sofremos por conta da paciência de Deus. Mas precisamos de Sua paciência. Deus, que se fez cordeiro, dis a nós que o mundo é salvo pelo Crucificado, não pelos que o crucificaram. O mundo é redimido pela paciência de Deus. É destruído pela impaciência do Homem.
Uma das características básicas do pastor deve ser amar as pessoas confiadas a ele, do mesmo modo que ama o Cristo a quem serve. "Apascenta minhas ovelhas", disse Cristo a Pedro, e agora, neste momento, diz o mesmo para mim. Apascentar significa amar, e amar significa estar pronto para sofrer. Amar significa dar às ovelhas o que é verdadeiramente bom, o alimento da verdade de Deus, da palavra de Deus, o alimento de Sua presença, que Ele nos dá no Abençoado Sacramento. Meus queridos amigos - neste momento, só posso dizer: orai por mim, que eu possa aprender a amar o Senhor mais e mais. Orai por mim, para que eu possa aprender a amar Seu rebanho mais e mais - em outras palavras, a santa Igreja, cada um de vós e todos vós juntos. Orai por mim, para que eu possa não fugir com medo dos lobos. Oremos uns pelos outros, que o senhor nos ampare e que aprendamos a amparar uns aos outros.
O segundo símbolo usado na liturgia de hoje para expressar a inauguração do Ministério Petrino é a apresentação do Anel do Pescador. A convocação de Pedro para ser pastor, que ouvimos no Evangelho, vem depois da narração de uma pesca miraculosa: depois de uma noite na qual os discípulos lançaram suas redes sem sucesso, eles vêem o Senhor Ressuscitado na margem. Ele lhes diz que lancem as redes uma vez mais, e as redes ficam tão cheias que mal conseguem puxá-las de volta; havia 153 grandes peixes. "e embora fossem tantos, a rede não se rasgou" (Jo 21:11). Esta narrativa, ao final da jornada terrestre de Jesus com seus discípulos, corresponde a um relato encontrado no início: ali também, os discípulos não haviam pescado nada a noite inteira; ali também, Jesus convidou Simão a pescar mais uma vez. E Simão, que ainda não se chamava Pedro, deu a maravilhosa resposta: "Senhor, à tua palavra lançarei as redes". E então veio a missão: "Não tenhas medo. Daqui em diante, serás um pescador de homens" (Lc 5:1-11). Hoje também a Igreja e os sucessores dos apóstolos recebem a ordem de partir para o mar profundo da história e lançar redes, para conquistar homens e mulheres para o Evangelho - para Deus, para Cristo, para a vida verdadeira. Os Pais fizeram um comentário muito significativo sobre essa tarefa singular. Eis o que dizem: para o peixe, criado para a água, é fatal ser tirado do mar, ser removido de seu elemento vital para servir como alimento humano. Mas na missão do pescador de homens, o inverso é verdadeiro. Vivemos em alienação, nas águas salgadas do sofrimento e da morte; no mar das trevas sem luz. A rede do Evangelho retira-nos das águas da morte e nos traz para o esplendor da luz de Deus, para a vida verdadeira. E é realmente verdade: conforme seguimos Cristo besta missão de sermos pescadores de homens, temos de trazer homens e mulheres para fora do mar que é salobro com tantas formas de alienação e para a terra da vida, para a luz de Deus. E é realmente verdade: o propósito de nossas vidas é revelar Deus aos homens. E apenas quando se vê Deus a vida realmente começa. Apenas quando encontramos o Deus vivo em Cristo sabemos o que a vida é. Não somos um produto sem sentido do acaso da evolução. Cada um de nós é resultado de um pensamento de Deus. Cada um de nós é desejado, cada um de nós é amado, cada um de nós é necessário. Nada é mais belo que ser surpreendido pelo Evangelho, pelo encontro com Cristo. Nada é mais belo que conhecê-Lo e falar aos outros de nossa amizade com Ele. A tarefa do pastor, a tarefa do pescador de homens, pode muitas vezes parecer cansativa. Mas é bela e maravilhosa, porque é verdadeiramente um serviço para a alegria, para a alegria que Deus deseja espalhar pelo mundo.
Aqui quero acrescentar algo: tanto a imagem do pastor quanto a do pescador emitem um chamado explícito pela unidade. "Tenho outras ovelhas que não são deste rebanho; devo conduzi-las também, e elas ouvirão minha voz. E haverá um rebanho, um pastor" (Jo 10:16); essas são as palavras de Jesus ao final de seu discurso sobre o Bom Pastor. E a narrativa dos 153 grandes peixes termina com a declaração alegre: "embora haja tantos, a rede não foi rasgada" (Jo 21:11). Mas, amado Senhor, com tristeza temos de reconhecer que ela se rasgou! Mas não - não devemos nos entristecer! Rejubilemo-nos por causa de tua promessa, que não desaponta, e que todos façamos tudo o que pudermos para perseguir o caminho da unidade que prometeste. Lembremo-nos em nossa prece ao Senhor, quando pedirmos a ele: sim, Senhor, relembra tua promessa. Faça que haja um rebanho e um pastor! Não permitas que tua rede se rompa, ajuda-nos a sermos servos da unidade!
Neste momento, minha mente retorna a 22 de outubro de 1978, quando o papa João Paulo II iniciou seu ministério aqui, na Praça de São Pedro. Suas palavras naquela ocasião ecoam constantemente em meus ouvidos: "Não tenhas medo! Abre as portas para Cristo!" O papa falava aos poderosos, às potências deste mundo, que temiam que Cristo tirasse algo de seu poder se o deixassem entrar, se permitissem que a fé fosse livre. Sim, ele certamente tiraria algo deles: o domínio da corrupção, a manipulação da lei e da liberdade como lhes aprouvesse. Mas Ele não tiraria nada que dissesse respeito à liberdade ou à dignidade humana, ou à construção de uma sociedade justa. O papa também se dirigia a todos, especialmente aos jovens. Não estaremos todos, talvez, temerosos de alguma forma? Se deixarmos Cristo entrar totalmente em nossas vidas, se nos abrirmos totalmente para ele, não teremos medo de que Ele tire algo de nós? Não estaremos talvez temerosos de abandonar algo significativo, algo único, algo que faz a vida tão bela? Não nos arriscamos a acabar diminuídos, ou privados de nossa liberdade? E mais uma vez o papa disse: Não! Se deixarmos Cristo entrar em nossas vidas, não perdemos nada, nada, absolutamente nada do que faz a vida livre. bela e grande. Não! Apenas nessa amizade as portas da Viad são bem abertas. Apenas nessa amizade é o grande potencial da existência humana realmente revelado. Apenas nessa amizade experienciamos beleza e libertação. E assim, hoje, com grande força e grande convicção, com base em uma longa experiência pessoal de vida, digo-vos, queridos jovens: Não tenhais medo de Cristo! Ele não leva nada embora, e dá a vós tudo. Quando nos damos a ele, recebemos cem vezes de volta. Sim, abrais, abrais bem as portas para cristo - e encontrareis verdadeira vida. Amém.
http://www.estadao.com.br/internacional/noticias/2005/abr/24/13.htm
2005-04-24


Bento XVI defende a unidade da Igreja
Cidade do Vaticano - Ao entregar o pálio (insígnia do cargo) a 32 bispos e arcebispos de todo o mundo, na basílica de São Pedro, ontem, o papa Bento XVI insistiu na necessidade de manter a unidade da Igreja para garantir sua 'independência interna'. O Pontífice destacou que o ministério do papa é a 'garantia visível' dessa unidade, na homilia pronunciada por ocasião da festa dos apóstolos Pedro e Paulo, que coincidiu com a audiência-geral das quartas-feiras. 'Esse ministério defende a Igreja de todos os lugares e de todos os tempos dos desvios para uma falsa autonomia, que se transformam muito facilmente em particularismos e podem comprometer sua independência interna', afirmou.
Correio do Povo Porto Alegre - RS - Brasil
2005-06-30




Bento 16 faz apelo para a união de todos os cristãos



Em seu sermão inaugural no Vaticano, o papa Bento 16 fez um apelo para que todos os cristãos se unam "em torno de um pastor".
O novo papa ainda abençoou os cristãos de outras denominações e o povo judeu.
O pontífice disse que não vai apresentar um programa de governo para a Igreja Católica – segundo ele, seu programa real é escutar a vontade de Deus e ser guiado por ela.
O papa Bento 16 também falou que toda a Igreja Católica se sentiu solitária após a morte de João Paulo 2º. Ele disse ainda que estava assumindo uma "enorme tarefa" tendo os "santos para protegê-lo".
A missa solene, que aconteceu ao ar livre na Praça de São Pedro, no Vaticano, começou às 10h (horário de Roma, 5h da manhã, horário de Brasília) e cerca de 500 mil fiéis estavam presentes.
Chefes de Estado e o irmão mais velho de Bento 16, o reverendo Georg Ratzinger, de 81 anos, também participaram da missa solene.
Antes da celebração da missa, os cardeais cumprimentaram o novo papa com o "Beijo da Paz". Bento 16 também visitou o túmulo de São Pedro.
Durante a cerimônia, o pontífice de 78 anos recebeu o chamado Anel do Pescador e o pálio, uma estola estreita de lã branca bordada com seis cruzes.
Segurança
O governo da Itália colocou em prática uma estratégia militar semelhante à adotada para o funeral do papa João Paulo 2º, com 10 mil policiais nas ruas de Roma e aviões da Força Aérea e um jato de vigilância da Otan patrulhando os céus.
Entre as medidas de segurança tomadas também estavam o envio de mísseis anti-aéreos e novamente o espaço aéreo de Roma foi fechado.
Milhares de alemães chegaram à Roma nos últimos dias para presenciar a subida do primeiro alemão ao trono de São Pedro desde o século 11.
Por isso, voluntários do norte da Itália, áreas em que o alemão é falado, também estavam na cidade para ajudar estes visitantes.


http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/story/2005/04/050424_popemass5as.shtml
2005-04-24





Unidade dos cristãos, «compromisso prioritário» do novo PapaO cardeal Ratzinger já havia conseguido passos históricos CIDADE DO VATICANO, quarta-feira, 20 de abril de 2005 (ZENIT.org).- O novo Papa, Bento XVI, assumiu como «compromisso prioritário» promover a unidade plena entre os cristãos de diferentes igrejas e confissões. pontificado, lida na Capela Sistina, esta quarta-feira, ao concluir a celebração eucarística junto aos cardeais. como ele mesmo se define, «assume como compromisso prioritário trabalhar sem medir energias na reconstrução da unidade plena e visível de todos os seguidores de Cristo. Esta é sua ambição, este é seu importante dever». isso não bastam as manifestações de bons sentimentos --declara--. São precisos gestos concretos que penetrem nos espíritos e movam as consciências, levando cada um para essa conversão interior que é o pressuposto de todo progresso no caminho do ecumenismo». diálogo teológico é necessário --reconhece--. Também é indispensável aprofundar nos motivos históricos de decisões tomadas no passado. Mas o que mais urge é essa “purificação da memória”, tantas vezes evocada por João Paulo II, a única que é capaz de preparar os espíritos para acolher a verdade plena de Cristo». ser vivo, consciente do dever de render-lhe contas um dia do que fez ou não fez pelo grande bem da unidade plena e visível de todos seus discípulos», recorda Bento XVI. para promover a causa fundamental do ecumenismo». de seus predecessores, está plenamente determinado a cultivar toda iniciativa que possa parecer oportuna para promover contatos e o entendimento com os representantes das diferentes igrejas e comunidades eclesiais», assegura. em Cristo, único Senhor de todos». como prefeito para a Congregação para a Doutrina da Fé, teve um papel decisivo na redação da «Declaração conjunta sobre a doutrina da justificação», firmada em 31 de outubro de 1999 pela Santa Sé e a Federação Luterana Mundial na cidade alemã de Augsburgo. mais importantes após a Reforma de Martin Lutero, aconteceu graças ao diálogo que em novembro de 1998 haviam levado adiante o cardeal Ratzinger e o bispo luterano Johannes Hanselman, em Munique. a Igreja católica expressa às Igrejas ortodoxas, que mantêm a sucessão apostólica e os sacramentos, como o demonstra a favorável acolhida que sua nomeação recebeu entre as mensagens enviadas por representantes desses cristãos do Oriente. ZP05042005
http://www.zenit.org/
em: 22-04-2005


Extraído da Agência Latino-Americana e Caribenha de Comunicação.

Papa diz que unidade das igrejas será prioridade

ROMA, Italia, Abril 20, 2005

O papa Bento XVI, eleito ontem pelo Colégio de Cardeais, sustentou hoje que fará tudo o que puder para promover a unidade das igrejas cristãs e de alcançar outras religiões.

Dirigindo-se em latim aos cardeais reunidos na Capela Sistina, o papa disse que sua "primeira tarefa" será "trabalhar, sem poupar energias, para reconstituir a plena e visível unidade de todos os seguidores de Cristo".

Ele está consciente de que "mostrar bons sentimentos não é suficiente para isso. São necessários fatos concretos que entrem na alma e movam consciências", agregou.

Bento XVI indicou que está "totalmente determinado a cultivar qualquer iniciativa que possa parecer apropriada para promover contatos e entendimentos com representantes das diferentes igrejas e comunidades eclesiais".

Ele exortou para que se continue tecendo "um diálogo aberto e sincero" com as pessoas de outras confissões e com aqueles que estão simplesmente esperando resposta aos problemas fundamentais da vida.

A eleição do cardeal alemão Joseph Ratzinger como Sumo Pontífice católico foi comentada hoje pelo reverendo Samuel Kobia, secretário-geral do Conselho Mundial de Igrejas (CMI).

"Rogamos a nosso comum Senhor, Jesus Cristo, pedindo-lhe que vosso pontificado fortaleça os instrumentos de trabalho conjunto existentes e abra iniciativas para novas formas de cooperação entre a Igreja Católica e o CMI", disse Kobia em mensagem ao Pontífice.

O CMI congrega a maioria das denominações protestantes e ortodoxas do mundo, e a Igreja Católica coopera com esta instituição em numerosos programas.

O nível de confiança e abertura estabelecido permitiu um diálogo aberto e franco e contribuiu para superar dificuldades, anotou Kobia.

Kobia é pastor metodista do Quênia. Ele frisou que é uma "prioridade pastoral" para as igrejas transmitir seus recursos espirituais a um mundo onde a violência, a injustiça, a pobreza e a epidemia de HIV/Aids estão devastando tantas vidas.

Anteriormente, o cardeal Walter Kasper, que durante o pontificado de João Paulo II foi presidente do Conselho Pontifício para a Promoção da Unidade dos Cristãos, declarou à cadeia de televisão CNN que a eleição de Ratzinger era "um bom sinal" para o movimento ecumênico.

"Num primeiro encontro, breve, que tive com Ratzinger depois de sua eleição, ele disse-me: 'Bom, agora trabalharemos juntos, caminharemos juntos, na senda da unidade das igrejas'", contou Kasper. Os dois se conheceram em Münster, Alemanha, onde foram professores de Teologia nos anos 60 do século passado.

O presidente da Federação Italiana de Igrejas Protestantes, Gianni Long, disse que para os protestantes italianos a eleição de Bento XVI gerou grandes expectativas.

"Esperamos que ele continue no espírito do Concílio (Vaticano II) e promova o diálogo ecumênico para tratar alguns problemas ainda não resolvidos, como é o caso da divisão na mesa da Ceia do Senhor", apontou Long.

Felipe Lemos - Florianópolis/SC - (48) 9977-2059
2005-04-22




Igreja deve romper barreiras entre classes, diz papa

O papa Bento 16 disse no seu sermão da missa deste domingo que a função da Igreja é romper as barreiras entre as pessoas, como as divisões de classe.
"A Igreja deve abrir as fronteiras entre as pessoas e romper as barreiras entre diferentes classes e raças", disse o papa na homilia.
O papa ordenou neste sábado 21 padres de todo o mundo, dos quais cinco da América Latina, mas nenhum do Brasil.
"Todos nós fazemos parte da rede de obediência a Cristo", disse Bento 16, durante a cerimônia.
"Nada pode melhorar no mundo, se o mal não for derrotado. E o mal só pode ser derrotado com o perdão."




http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/story/2005/05/050515_papa.shtml
2005-05-15

Papel da Igreja é romper barreiras, diz Papa
Novos padres foram ordenados por Bento XVI em cerimônia no Vaticano
O papel da Igreja é abrir as fronteiras para os povos e derrubar as barreiras entre classes e raças, declarou ontem o papa Bento XVI, durante a missa de ordenação de 21 novos sacerdotes na Basílica de São Pedro. Foi a primeira cerimônia de ordenação do novo Papa, escolhido no dia 19 de abril último. Entre os sacerdotes ordenados ontem, no Dia de Pentecostes, 11 eram italianos e o restante de outros países europeus, da África e da América Latina. Na sua homilia, o papa Bento XVI voltou a falar da questão da liberdade humana, que 'é sempre uma liberdade compartilhada, um conjunto de liberdades'.
Depois da missa de ordenação sacerdotal, o Papa dirigiu, na Praça de São Pedro, a tradicional oração dominical para uma multidão estimada em mais de 40 mil pessoas. Bento XVI foi saudado pelos milhares de fiéis quando apareceu, com 20 minutos de atraso, na janela de seus aposentos. Ele desculpou-se, destacando a importância, para a Igreja, das novas ordenações de sacerdotes. Depois, convidou todos a orar para que, 'em Roma e no mundo inteiro, floresçam e amadureçam várias e saudáveis vocações sacerdotais'. Após a oração, o Sumo Pontífice saudou os fiéis, falando em alemão e italiano.
Correio do PovoPorto Alegre - RS - Brasil
2005-05-16

Bento XVI vai lutar pela unidade dos cristãos

O papa Bento XVI visitou hoje a cidade de Bari, no sul da Itália, em sua primeira viagem para fora do Vaticano desde o início do seu Pontificado e encerrou o XXIV Congresso Eucarístico Nacional realizado na citada cidade sob o título "Sem o domingo não podemos viver", no qual se comprometeu a lutar pela unidade dos cristãos.
O Papa, 78 anos, fez em Bari um apelo a favor da unidade dos seguidores de Cristo e disse que "é difícil ser cristão" numa época, segundo ele, marcada por consumismo desenfreado, indiferença religiosa e secularismo.
"A Eucaristia é o sacramento de unidade. Mas, infelizmente, os cristãos estão divididos neste sacramento. Quero reiterar minha vontade de assumir como principal compromisso (do Pontificado) a missão de conseguir a unidade de todos os seguidores de Cristo", disse o papa em meio aos aplausos de mais de 200 mil pessoas.
Bento XVI disse que para isso não bastam as boas intenções e que tem consciência de que "gestos concretos fazem falta".
O papa declarou que é preciso recuperar o sentido e a alegria do domingo cristão em uma época "em que não é fácil viver como cristão".
Após lembrar que na época do imperador Diocleciano (terceiro século depois de Cristo) os cristãos foram proibidos de realizar a eucaristia no domingo, Joseph Ratzinger denunciou que neste terceiro milênio, de liberdade, isso também não é fácil.
"Também não é fácil para nós viver como cristãos. De um ponto de vista espiritual, o mundo em que vivemos, marcado pelo consumismo desenfreado, pela indiferença religiosa e pelo secularismo, pode parecer um deserto tão áspero quanto o de então", afirmou.
O papa garantiu que os homens precisam de Cristo para enfrentar os cansaços das viagens e destacou que o preceito dominical não é simplesmente um dever imposto de fora, mas uma necessidade para o cristão se repor e encontrar as energias necessárias.
Bento XVI reiterou que Cristo está realmente presente em corpo e sangue na Eucaristia, que a presença dele não é estática, mas dinâmica.
A primeira viagem para fora do Vaticano do papado de Bento XVI se limitou a pouco mais de seis horas, o tempo para chegar, celebrar a missa, rezar o Ângelus e se despedir dos fiéis.
A visita se desenvolveu sob um sol muito forte. Dezenas de fiéis tiveram que ser atendidos por causa do forte calor, que tornou necessária a distribuição de mais de meio milhão de garrafas de água.
Bento XVI celebrou a missa na esplanada de Marisabella, que dá para o Mar Adriático, na zona portuária, diante de mais de 200 mil pessoas, entre elas os presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado, Pierferdinando Casini e Marcello Pera, respectivamente.
O papa lembrou que João Paulo II pretendia realizar esta viagem, que se enquadra no Ano da Eucaristia, aberto por Karol Wojtyla em outubro de 2004.
Depois de meio-dia, Bento XVI voltou para o Vaticano. A próxima viagem do papa, a primeira para fora da Itália, será em meados de agosto, quando irá a Colônia, na Alemanha, presidir a Jornada Mundial da Juventude.
EFE

http://noticias.terra.com.br/mundo/novopapa/interna/0,,OI540327-EI4832,00.html
2005-05-29

Luteranos finlandeses querem fazer parte da Igreja católica de CristoAssegura o bispo luterano de Helsinki BARI, quarta-feira, 25 de maio de 2005 (ZENIT.org).- Os luteranos finlandeses querem fazer parte da Igreja católica de Cristo, afirmou esta quarta-feira no Congresso Eucarístico Nacional italiano que se desenvolve em Bari o bispo luterano de Helsinki, o reverendo Eero Huovinen. dedicada ao ecumenismo pelo congresso eucarístico, que o Papa Bento XVI encerrará este domingo. queria fundar uma nova Igreja, mas simplesmente renová-la, o reverendo reconheceu: «nós, os luteranos finlandeses, desejamos formar parte da Igreja católica de Cristo». junto aos católicos e outros cristãos luteranos, celebraram em 2005 os 850 anos da Igreja na Finlândia, que representa 84% da população do país. católicos, rezamos para poder ser uma só coisa em Cristo», sublinhou Huovinen. o domingo, o reverendo afirmou que «sem o sacramento da santa Eucaristia, sem Cristo e sem Deus», não se pode viver. para que os homens descansem, mas para a santificação, como recorda o terceiro mandamento. ressurreição de Cristo» e «a Eucaristia é o sacramento da presença real de Cristo», sublinhou Huovinen. sem a verdade» e o único caminho é «a verdade e a caridade», afirmou. o bispo luterano-- quero antecipar o dia no qual luteranos e católicos, juntos, possam unir-se em uma forma visível». ZP05052511
http://www.zenit.org/
25-05-2005



Em missa inaugural, papa Bento 16 pede união dos cristãos

Assimina Vlahoude Roma




No sermão inaugural no Vaticano, o papa Bento 16 fez um apelo para que todos os cristãos se unam "em torno de um pastor".
A missa solene, ao ar livre, começou às 10h (horário de Roma, 5h da manhã, horário de Brasília) na Praça de São Pedro. Cerca de 500 mil fiéis estavam presentes.
Segundo Bento 16, a humanidade parece uma "ovelha perdida, que, no deserto, não encontra mais o caminho". E conforme as palavras dele, "há muitos tipos de desertos".
"O deserto da pobreza, da fome e da sede, da solidão, do abandono, da obscuridade de Deus, do esvaziamento das almas."
Tesouros
Ele afirmou também que os desertos exteriores se multiplicam no mundo porque os desertos interiores tornaram-se muito grandes.
"Por isso, os tesouros da terra não estão mais a serviço da edificação do jardim de Deus, no qual todos podem viver, mas estão a serviço das potências do desfrutamento e da destruiçao."
Mas, no sermão que marcou o início de seu pontificado, Joseph Ratzinger não quis falar sobre o programa que pretende desenvolver durante na chefia da Igreja Católica.
"Alguns traços do que considero meu dever foram expostos na mensagem do dia 20 de abril", disse ele, referindo-se à missa que celebrou para os cardeais que o elegeram na Capela Sistina.
Naquela cerimônia o pontífice tocou os pontos mais importantes, que deverão marcar seu papado.
Bento 16 preferiu destacar o aspecto estritamente religioso de sua missão de pastor da Igreja.
Ele falou da necessidade de seguir a mensagem de Cristo e citou João Paulo 2°, recordando o discurso do início do pontificado dele em 1978.
"O papa disse: 'não tenham medo, abram as portas a Cristo'", lembrou Bento 16.
"Ele falava forte aos potentes do mundo, que temiam perder alguma coisa."
"Certamente, Cristo teria levado embora o domínio da corrupção, da deturpação do direito, o arbítrio. Mas não levaria nada do que pertence à liberdade do homem."
Em seu discurso, em italiano, o pontífice se dirigiu a todos, pedindo oração e ajuda para carregar o peso de sua missão.
"Neste momento, eu, fraco servidor de Deus, devo assumir este dever que supera qualquer capacidade humana", disse Bento 16.
A doença e a morte do papa Joao Paulo 2°, além da participação mundial em torno de seu sofrimento, provaram, segundo o pontífice, que a Igreja é viva.
Grutas
A cerimônia que inicia de fato o pontificado de Bento 16 durou duas horas e foi marcada pela tradicional entrega do pálio de pastor e do anel de pescador.
Mas começou nas grutas vaticanas, no subsolo da Basílica, diante do túmulo de São Pedro, o primeiro papa.
Bento 16 desceu até lá acompanhado pelos cardeais. Ele rezou e, depois, em procissão, todos subiram para a Basílica vazia, levando o pálio e o anel, que tinham ficado diante do sepulcro de São Pedro desde o dia anterior.
Esses dois objetos são o símbolo do sucessor do apóstolo Pedro e marcaram o discurso do papa, interrompido diversas vezes pelos aplausos.
O pálio é uma espécie de estola de lã, com cinco cruzes de seda vermelha aplicadas, representando as chagas de Jesus.
Ele recorda que o papa é o pastor do rebanho de fiéis da Igreja Católica.
O outro símbolo do papado é o anel de pescador. Feito em ouro, leva a incisão da imagem de São Pedro, no barco, jogando a rede de pesca.
A mesma imagem é gravada no timbre que o papa usará para lacrar os documentos e cartas oficiais do pontificado.
O pálio de pastor, colocado em seus ombros, é o simbolo da vontade de Deus, disse o papa.
"Mas representa também a ovelha perdida ou doente que o pastor coloca em seus ombros e conduz até a água da vida."
Bento 16 pediu a prece de todos: "orem para que eu não fuja com medo diante dos lobos (...) e orem também uns para os outros".
Em seguida, o papa referiu-se ao anel como símbolo da função de pescador de almas, missão que Jesus conferiu a Pedro e que ele transmite a seus sucessores.
Ele disse que é preciso levar os homens para fora do mar salgado de todas as alienações.
"Só quando encontramos Cristo, sabemos o que é a vida”, disse o pontífice.
"Não somos o produto casual e sem sentido da evolução. Cada um de nós é fruto de um pensamento de Deus."
O papa fez um apelo final, usando mais uma vez as palavras de seu predecessor, dirigindo-se especialmente aos jovens, e pedindo que abram as portas a Cristo.
"Quero dizer com grande força e convicção, a partir da experiência de uma longa vida pessoal, caros jovens, não tenhais medo de Cristo. Ele não tira nada e doa tudo. Quem se doa a ele, recebe cem vezes mais. Abram a porta a Cristo e encontrarão a vida verdadeira."
O governo da Itália colocou em prática uma estratégia militar semelhante à adotada para o funeral do papa João Paulo 2º, com 10 mil policiais nas ruas de Roma e aviões da Força Aérea e um jato de vigilância da Otan patrulhando os céus.
Entre as medidas de segurança tomadas também estavam o envio de mísseis anti-aéreos e novamente o espaço aéreo de Roma foi fechado.
Milhares de alemães chegaram à Roma nos últimos dias para presenciar a subida do primeiro alemão ao trono de São Pedro desde o século 11.
Por isso, voluntários do norte da Itália, áreas em que o alemão é falado, também estavam na cidade para ajudar estes visitantes.
Chefes de Estado e o irmão mais velho de Bento 16, o reverendo Georg Ratzinger, também participaram da missa solene.
Antes da celebração da missa, os cardeais cumprimentaram o novo papa com o "Beijo da Paz".


http://www.bbc.co.uk/portuguese/reporterbbc/story/2005/04/050424_assiminamt.shtml
2005-04-25


Bento XVI inicia Pontificado e pede unidade aos cristãos
Bento XVI, com todos os símbolos papais, saúda multidão

Durante a missa de iniciação de seu Pontificado, neste domingo, o novo Papa, Bento XVI, celebrou a vitalidade e a juventude da Igreja, lembrou a importância de seu antecessor, João Paulo II, como 'um grande guia' e pregou a unidade dos cristãos. Cerca de 500 mil pessoas, segundo estimativa do Vaticano, acompanharam a celebração. A Via della Conciliazione, que dá acesso à Praça de São Pedro, e as ruas adjacentes ficaram tomadas de fiéis, vindos de todas as partes, e foram coloridas por centenas de bandeiras, a maioria alemãs e polonesas. Também havia uma faixa vermelha e branca de Wadowice, a cidade natal do Papa falecido Karol Wojtyla.
Na homilia lida em italiano, o primeiro Papa alemão da história recente saudou a todos, inclusive o povo hebraico, com quem ele destacou 'estar ligado a um grande patrimônio em comum'. Em sua primeira missa de domingo, Bento XVI apelou aos milhares de peregrinos e aos representantes das delegações oficiais de 140 países que 'seja feito todo o possível para percorrer o caminho até a unidade'. O Brasil enviou o ministro do Desenvolvimento Social, Patrus Ananias, à cerimônia. O Sumo Pontífice recebeu do cardeal protodiácono, o chileno Jorge Arturo Medina Estevez, o pálio (estola de lã), símbolo da ovelha que o pastor carrega nos ombros, e do decano do Colégio dos Cardeais, o italiano Ângelo Sodano, o anel do pescador, com a imagem de Pedro e das redes que, por ordem de Jesus, ele lançou às águas para uma pesca milagrosa. Sem recorrer à improvisação, Joseph Ratzinger foi interrompido 35 vezes por aplausos, até por fiéis que não entendiam o seu discurso de 35 minutos.
O Papa manteve a cautela em relação aos novos rumos da Igreja Católica. 'Meu verdadeiro programa de governo é não fazer minha vontade nem seguir minhas próprias idéias', enfatizou. A missa solene para inauguração do Pontificado de Ratzinger foi marcada ainda pelo repicar dos sinos do campanário por quase meia hora e pela comemoração de um grupo de 50 peregrinos da Baviera, região onde ele nasceu, vestidos com trajes típicos. Bento XVI encerrou sua homilia afirmando aos jovens para que 'não tenham medo de Cristo'. Ao final, depois de quase três horas de celebração, ele percorreu a Praça de São Pedro no papamóvel. Hoje, o Sumo Pontífice rezará junto ao túmulo de São Paulo, o Apóstolo das Nações.
Correio do PovoPorto Alegre - RS - Brasil
2005-04-25


Papa se compromete a promover «gestos concretos» para alcançar a unidade dos cristãos«Não bastam as expressões de bons sentimentos» BARI, domingo, 29 de maio de 2005 (ZENIT.org).- Bento XVI confirmou seu compromisso a favor da unidade dos cristãos este domingo, comprometendo-se a promover «gestos concretos» que permitam avançar no caminho ecumênico. restos de São Nicolás, foi o cenário escolhido pelo Santo Padre para fazer seu anúncio, na homilia da missa de encerramento do Congresso Eucarístico Nacional Italiano. é também uma ponte entre católicos e ortodoxos, pois historicamente foi lugar de encontro entre a cultura européia ocidental e oriental. prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé dizia sem cessar: a Eucaristia «é sacramento da unidade». cristãos estão divididos precisamente no sacramento da unidade --constatou--. Com maior motivo, portanto, apoiados pela Eucaristia, temos de sentir-nos estimulados a tender com todas as forças para essa plena unidade que Cristo desejou ardentemente no Cenáculo». assumir como compromisso fundamental o de trabalhar com todas as energias na reconstituição da plena e visível unidade de todos os seguidores de Cristo», assegurou o Santo Padre. de que para isso não bastam as expressões de bons sentimentos --reconheceu--. Requerem-se gestos concretos que entrem nos espíritos e agitem as consciências, convidando cada um a essa conversão interior que é o pressuposto de todo progresso no caminho do ecumenismo». bispo de Roma, em 25 de abril, ao reunir-se com as delegações cristãs que participaram na missa de início solene de seu pontificado. na explanada de Marisabella, entre as quais havia dezenas de milhares de jovens: «empreendais com decisão o caminho desse ecumenismo espiritual, que na oração abre as portas ao Espírito Santo, o único que pode criar a unidade». maio, o cardeal Walter Kasper, presidente do Conselho Pontifício para a Promoção da Unidade dos Cristãos, no Congresso Eucarístico, propôs celebrar em Bari um Sínodo da reconciliação entre bispos católicos e ortodoxos, como o que se havia celebrado nessa cidade em 1098. purpurado alemão sugeriu realizar uma aliança em defesa dos valores cristãos fundamentais que hoje em dia são negados, particularmente na Europa. ZP05052907
http://www.zenit.org/
29-05-05

Domingo, 29 de maio de 2005, 05h43 Atualizada às 11h36Bento XVI vai lutar pela unidade dos cristãos


O papa Bento XVI visitou hoje a cidade de Bari, no sul da Itália, em sua primeira viagem para fora do Vaticano desde o início do seu Pontificado e encerrou o XXIV Congresso Eucarístico Nacional realizado na citada cidade sob o título "Sem o domingo não podemos viver", no qual se comprometeu a lutar pela unidade dos cristãos.
O Papa, 78 anos, fez em Bari um apelo a favor da unidade dos seguidores de Cristo e disse que "é difícil ser cristão" numa época, segundo ele, marcada por consumismo desenfreado, indiferença religiosa e secularismo.
"A Eucaristia é o sacramento de unidade. Mas, infelizmente, os cristãos estão divididos neste sacramento. Quero reiterar minha vontade de assumir como principal compromisso (do Pontificado) a missão de conseguir a unidade de todos os seguidores de Cristo", disse o papa em meio aos aplausos de mais de 200 mil pessoas.
Bento XVI disse que para isso não bastam as boas intenções e que tem consciência de que "gestos concretos fazem falta".
O papa declarou que é preciso recuperar o sentido e a alegria do domingo cristão em uma época "em que não é fácil viver como cristão".
Após lembrar que na época do imperador Diocleciano (terceiro século depois de Cristo) os cristãos foram proibidos de realizar a eucaristia no domingo, Joseph Ratzinger denunciou que neste terceiro milênio, de liberdade, isso também não é fácil.
"Também não é fácil para nós viver como cristãos. De um ponto de vista espiritual, o mundo em que vivemos, marcado pelo consumismo desenfreado, pela indiferença religiosa e pelo secularismo, pode parecer um deserto tão áspero quanto o de então", afirmou.
O papa garantiu que os homens precisam de Cristo para enfrentar os cansaços das viagens e destacou que o preceito dominical não é simplesmente um dever imposto de fora, mas uma necessidade para o cristão se repor e encontrar as energias necessárias.
Bento XVI reiterou que Cristo está realmente presente em corpo e sangue na Eucaristia, que a presença dele não é estática, mas dinâmica.
A primeira viagem para fora do Vaticano do papado de Bento XVI se limitou a pouco mais de seis horas, o tempo para chegar, celebrar a missa, rezar o Ângelus e se despedir dos fiéis.
A visita se desenvolveu sob um sol muito forte. Dezenas de fiéis tiveram que ser atendidos por causa do forte calor, que tornou necessária a distribuição de mais de meio milhão de garrafas de água.
Bento XVI celebrou a missa na esplanada de Marisabella, que dá para o Mar Adriático, na zona portuária, diante de mais de 200 mil pessoas, entre elas os presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado, Pierferdinando Casini e Marcello Pera, respectivamente.
O papa lembrou que João Paulo II pretendia realizar esta viagem, que se enquadra no Ano da Eucaristia, aberto por Karol Wojtyla em outubro de 2004.
Depois de meio-dia, Bento XVI voltou para o Vaticano. A próxima viagem do papa, a primeira para fora da Itália, será em meados de agosto, quando irá a Colônia, na Alemanha, presidir a Jornada Mundial da Juventude.
From: "Wilson Hanelt" To: "Advise do Brasil" , Subject: Papa Date: Fri, 3 Jun 2005 08:09:15 -0300

Bento XVI receberá na quinta-feira o Conselho Mundial das IgrejasO encontro faz parte dos contatos regulares da Santa Sé com esta instituição ROMA, domingo, 12 de junho de 2005 (ZENIT.org).- Bento XVI receberá na quinta-feira representantes do Conselho Mundial das Igrejas, segundo anunciaram fontes vaticanas. visita a partir deste domingo a cidade eterna para encontrar-se com representantes da Igreja católica, explicou o Conselho Pontifício para a Promoção da Unidade dos Cristãos em um comunicado. programada há meses, marca-se na práxis de relações com o organismo de Genebra e com as precedentes visitas oficiais a Roma de seus secretários-gerais», afirma o anúncio. não é membro do Conselho Ecumênico e as Igrejas, ainda que desenvolva uma ampla e articulada colaboração com o organismo, começada ao concluir o Concílio Vaticano II e mantida regularmente até hoje», acrescenta o texto. visitas aos Conselhos Pontifícios para a Unidade dos Cristãos, para a Justiça e a Paz, para a Pastoral da Saúde, para o Diálogo Inter-religioso, à «Rádio Vaticano» e à Universidade Pontifícia Urbaniana. de Roma, assim como a Comunidade de Santo Egídio, movimento eclesial surgido em Roma. Kobia será hóspede do Movimento dos Focolares em sua sede de Rocca di Papa, localidade próxima a Roma. secretários-gerais do organismo visitaram o Vaticano no passado, e Paulo VI e João Paulo II visitaram sua sede respectivamente em 1969 e 1984. associação que acolhe 347 igrejas e comunidades cristãs em mais de 120 países de todos os continentes. participa na comissão Fé e Constituição, da qual foi membro o teólogo Joseph Ratzinger de 1968 a 1975. ZP05061209
http://www.zenit.org/
12/06/2005


Bento XVI espera que o primado papal não seja visto como obstáculo à unidadeÉ «princípio e fundamento da unidade dos bispos e de todos os fiéis» CIDADE DO VATICANO, quinta-feira, 30 de junho de 2005 (ZENIT.org).- Bento XVI espera que o primado do bispo de Roma não seja visto como um obstáculo, mas como um apoio para a unidade plena entre as Igrejas e confissões cristãs. oração mariana do Ângelus, na quarta-feira, com os fiéis reunidos na Praça de São Pedro, muitos dos quais haviam assistido à missa em que outorgou o Pálio a 32 arcebispos metropolitanos. Pedro e Paulo apóstolos, fundadores da diocese de Roma, participou uma delegação do patriarcado ecumênico de Constantinopla, «primus inter pares» entre as Igrejas ortodoxas. desempenha um serviço único e indispensável para a Igreja universal: é o princípio e fundamento perpétuo e visível da unidade dos bispos e de todos os fiéis», começou constatando o bispo da cidade eterna no dia de seus patronos. litúrgico da comunhão que une à Sé de Pedro e ao sucessor os metropolitanos, e através deles, os demais bispos do mundo é o Pálio», que acabava de impor. saudar a delegação procedente de Constantinopla, perguntou: «como não recordar que o primado da Igreja que está em Roma e de seu bispo é um primado de serviço à comunhão católica?». e Paulo, todas as Igrejas começaram a olhar para a de Roma como ponto de referência central para sua unidade doutrinal e pastoral», recordou. (n. 13), do Concílio Vaticano II, declarou: «na comunhão eclesial existem legitimamente igrejas particulares com tradições próprias, sem detrimento do primado da cátedra de Pedro, que preside à universal assembléia da caridade, protege as legítimas diversidades e vigia para que as particularidades ajudem a unidade e de forma alguma a prejudiquem». de Roma não seja visto como obstáculo, mas como apoio ao caminho no caminho da unidade». o Papa almoçou na Casa de Santa Marta (onde aconteceu o conclave) junto a vários membros da Cúria romana com a delegação do patriarcado ecumênico de Constantinopla. ZP05063005http://www.zenit.org/
30-06-05

Bento XVI pede à Igreja no Brasil unidade e comunhão com a Sé ApostólicaPapa manteve audiência esta quinta-feira com os novos arcebispos metropolitanos CIDADE DO VATICANO, 30 de junho de 2005 (ZENIT.org).- Bento XVI deseja que a Igreja no Brasil se esforce para reforçar a unidade e a comunhão com a Sé Apostólica. palavras do Papa ressoaram na manhã desta quinta-feira, na Sala Paulo VI, no Vaticano, na audiência que manteve com os arcebispos metropolitanos nomeados no último período de um ano. impôs o Pálio aos novos arcebispos na solenidade de Pedro e Paulo, celebrada essa quarta-feira, na Basílica de São Pedro. Papa recebeu os novos arcebispos junto aos familiares deles e fiéis das respectivas dioceses. O Papa saudou-os em várias línguas. português, disse: «A Igreja no Brasil alegra-se hoje, pois as sedes arquiepiscopais de Maringá, Belém do Pará e de Sorocaba estão em festa com a imposição do Pálio aos seus novos Arcebispos respectivamente Dom Anuar Battisti, Dom Orani João Tempesta e Dom Eduardo Benes de Sales Rodrigues, que hoje estão acompanhados pelos seus familiares, sacerdotes e fiéis das suas arquidioceses». isso, desejo saudar com afeto vossas Igrejas Particulares, fazendo votos por que esta significativa celebração ajude a reforçar a unidade e a comunhão com a Sé Apostólica, e estimule uma generosa dedicação pastoral dos seus bispos para o crescimento da Igreja e a salvação das almas», afirmou Bento XVI. levam este manto branco de lã sobre os ombros em representação do Bom Pastor que leva nos ombros o cordeiro até dar a vida, como o recordam as seis cruzes negras bordadas no Pálio. os pálios procede de cordeiros criados por monges trapistas da comunidade das Três Fontes (nos arredores de Roma). Após a benção do Papa no dia de Santa Inês (21 de janeiro), os cordeiros são criados pelas religiosas beneditinas da comunidade romana de Santa Cecília. tosquiados e a lã, preparada pelas religiosas, é utilizada para a confecção do Pálio. autoridade e manifesta uma particular união com o bispo de Roma. ZP05063015
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30-06-05



Bento XVI reza para que os cristãos se abram aos demais sem perder sua identidadeCIDADE DO VATICANO, sexta-feira, 1 de julho de 2005 (ZENIT.org).- Bento XVI reza no mês de julho por uma das preocupações que mais manifestou ao início de seu pontificado: que os cristãos abram-se às necessidades dos demais sem perder sua identidade em um mundo relativista. do Apostolado da Oração, que o Santo Padre assume como própria para oferecer suas orações e sacrifícios junto a milhares de leigos, religiosos, religiosas, sacerdotes e bispos do mundo inteiro. o mês de julho diz assim: «Para que os cristãos tenham em conta a sensibilidade e as exigências das pessoas, mas sem ocultar jamais as radicais demandas da mensagem evangélica». uma intenção missionária, que em julho diz: «Para que em sua própria condição de vida, os batizados afanem-se por transformar a sociedade, infundindo a luz do Evangelho na mentalidade e nas estruturas do mundo». ZP05070106
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01-07-2005


Papa volta a pedir união das igrejas cristãs
Colônia, Alemanha - O papa Bento XVI reafirmou sua vontade de conseguir a unidade dos cristãos, dentro da diversidade de religiões. Em reunião com representantes das igrejas protestantes e ortodoxas na Alemanha, o papa afirmou esperar progressos na aproximação entre os cristãos, independente da religião adotada. Isto "deve ser feito com realismo, paciência e perseverança, mantendo fidelidade à própria fé", declarou.
O papa Bento XVI disse que não é seu papel coordenar este processo, mas apenas chamar atenção para "a urgência de que se aprofunde o diálogo sobre muitas questões éticas que preocupam a população". Após a reunião com o papa, o bispo protestante Wolfgang Huber, presidente do Conselho da Igreja Evangélica da Alemanha (EKD, na sigla em alemão), assegurou à imprensa que o encontro tinha sido animador.
Assim como Bento XVI, o bispo Huber também falou da particularidade da Alemanha, um país onde se professam várias religiões. O papa lembrou que a Alemanha não é apenas o país no qual foi realizada a Reforma protestante, mas também de onde emanaram os maiores impulsos para o ecumenismo.
O bispo protestante minimizou as posturas defendidas por Joseph Ratzinger quando era prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé; em particular no documento Senhor Jesus, considerado um retrocesso no diálogo entre as religiões, pois dizia que as igrejas protestantes não eram verdadeiras igrejas. Huber afirmou que Ratzinger não se referia a igrejas como a da Alemanha. Em todo caso, disse o bispo, "Ratzinger era o guardião da fé, mas agora é seu impulsionador".
EFE
http://www.estadao.com.br/internacional/noticias/2005/ago/19/169.htm
2005-08-20


Papa condena religião 'à la carte' em missa

O papa reclamou do uso da religião como produto de consumo

O papa Bento 16 fez um apelo a uma multidão estimada em 1 milhão de pessoas contra o que chamou de religião "faça-você-mesmo" ou religião "à la carte".
Em missa na cidade de Colônia (Alemanha), o papa criticou as pessoas que pegam do catolicismo aquilo que as interessa e rejeitam o resto.
A missa foi o ponto alto da participação do papa na Jornada Mundial da Juventude Católica. Pelo seu conteúdo, o discurso foi voltado para os jovens católicos que seguem um estilo de vida pouco condizente com os ensinamentos da Igreja.
Bento 16 disse que a religião não deveria ser vista como um "produto comercial", que pode ser tomado ou rejeitado segundo a vontade do consumidor.
"A liberdade não é simplesmente desfrutar de uma vida em autonomia total, mas viver segundo a verdade e a bondade, para que sejamos verdadeiros e bondosos", disse o papa na homilia.
Segundo a correspondente da BBC em Colônia, Jane Little, muitos jovens passaram a noite ao ar livre, esperando pela missa numa atmosfera que lembrava mais um festival de música do que uma cerimônia religiosa.
O papa Bento 16 iniciou a missa embaixo de uma cobertura colocada em um monte, que lembra uma nave espacial, e voltou a falar a respeito da importância da cooperação entre as religiões.
A missa marca o final de uma semana movimentada para o papa Bento 16 e da primeira viagem do novo pontífice fora da Itália, voltando para sua terra natal, a Alemanha.
Reunião com muçulmanos
No sábado, o papa Bento 16 fez um apelo aos muçulmanos para que combatam o "fanatismo cruel do terrorismo".
O apelo foi feito durante um encontro com líderes muçulmanos em Colônia, na Alemanha. O encontro ocorreu depois de outro com o ex-craque Pelé.
O papa alertou contra "a escuridão de um novo barbarismo" a não ser que pessoas de diferentes religiões se unam.
Os líderes muçulmanos elogiaram a visita do papa.
Em seguida, o papa participou de orações durante uma vigília em um parque nos arredores de Colônia, onde foi recebido por 700 mil pessoas, entre elas vários brasileiros, que participam da Jornada Mundial da Juventude Católica, um dos maiores eventos religiosos do mundo.
Na sexta, Bento 16 chegou a visitar uma sinagoga durante a sua visita de quatro dias à Alemanha, sua terra natal.
América Latina
No encontro com Pelé, o papa teria enviado saudações ao Brasil e aos amantes do futebol.
Papa se reuniu com Pelé e deve visitar a América Latina

Segundo a agência de notícias France Presse, o papa pode visitar a América Latina em 2007.
A viagem seria para celebrar a Conferência Geral do Episcopado Latino-Americano.
O encontro não deve ocorrer no Brasil, mas não se sabe ainda se haveria uma passagem pelo país.
Turquia
Estima-se que a Alemanha, país natal do pontífice, tenha cerca de três milhões de muçulmanos, a maioria deles de origem turca.
O papa já se opôs publicamente à entrada da Turquia na União Européia, referindo-se ao país como um "contraste permanente" à Europa.
Na sexta-feira, Bento 16 alertou para o crescimento do anti-semitismo no mundo e disse que ainda há "muito a ser feito" para melhorar as relações entre judeus e católicos.
A viagem pela Alemanha do novo líder da Igreja Católica foi originalmente programada para o seu antecessor, João Paulo 2º, que morreu em abril.
Jovens católicos
O objetivo da viagem é celebrar a Jornada Mundial da Juventude Católica e reativar a fé católica entre os jovens.
Criado por João Paulo 2º, o encontro ocorre a cada três anos, em diferentes cidades do mundo.
Bento 16, que já lamentou várias vezes a diminuição da presença da Igreja na Europa, disse esperar que o encontro detone "uma onda de nova fé entre os jovens".
Quatro mil policiais garantem a segurança do evento. Aviões militares de reconhecimento aéreo do tipo Awacs sobrevoam a cidade permanentemente, e vários helicópteros da polícia vigiam o centro de Colônia.


http://www.bbc.co.uk/portuguese/reporterbbc/story/2005/08/050821_papaalacarte.shtml
2005-08-21


Código: ZP05081910
Data de publicação: 2005-08-19
O Papa espera «mais passos concretos de aproximação» entre os cristãos
Encontro com representantes de diferentes confissões cristãs
COLÔNIA, sexta-feira, 19 de agosto de 2005 (ZENIT.org).- Bento XVI assegurou esta sexta-feira, ao encontrar-se com aproximadamente trinta representantes das diferentes confissões cristãs da Alemanha, que se espera um ulterior avanço no caminho ecumênico. O Santo Padre, que recebeu aos líderes religiosos na arquidiocese de Colônia, sua sede durante estes dias de permanência em seu país natal, declarou que esta aproximação não pode sacrificar a verdade. «Sou muito consciente de que muitos cristãos neste país, e não só nele, esperam mais passos concretos de aproximação», afirmou, recordando que no século XX Alemanha foi um dos países que mais impulsionou o diálogo ecumênico. «Também eu os espero», reconheceu em seu discurso, que pronunciou depois das saudações do presidente da Conferência Episcopal Alemã, o cardeal Karl Lehmann, e do bispo luterano Wlfgang Huber de Berlim. O diálogo, assegurou, «deve desenvolver-se com sinceridade e realismo, com paciência e perseverança, com plena fidelidade ao ditame da consciência». «Não se pode manter um diálogo as custas da verdade; o diálogo tem que desenvolver-se na caridade e na verdade», indicou. Para Bento XVI «é óbvio que um diálogo como este só pode levar-se a cabo até o fundo em um contexto de espiritualidade e coerência». «Não podemos “fazer” a unidade só com nossas forças. Podemos obtê-la somente com dom do Espírito Santo. Portanto, o ecumenismo espiritual, ou seja, a oração, a conversão e a santidade de vida, são o coração do movimento ecumênico», afirmou. «Poder-se-ía dizer –concluiu-- que a melhor forma de ecumenismo consiste em viver segundo o Evangelho».
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Código: ZP05081908
Data de publicação: 2005-08-19
Discurso do Papa a representantes de diferentes confissões cristãs
COLÔNIA, sexta-feira, 19 de agosto de 2005 (ZENIT.org).- Publicamos o discurso que Bento XVI dirigiu a representantes de diferentes confissões com os quais se reuniu na arquidiocese de Colônia. Queridos irmãos e irmãs em Cristo, nosso comum Senhor: É para mim uma alegria encontrar-me convosco, representantes das outras Igrejas e Comunidades eclesiais, durante minha visita na Alemanha. Saúdo-vos mui cordialmente a todos. Procedendo eu mesmo deste País, conheço bem a situação penosa que a ruptura da unidade na profissão da fé comportou para muitas pessoas e famílias. Este é um motivo a mais pelo qual, após minha eleição como Bispo de Roma, como Sucessor do apóstolo Pedro, manifestei o firme propósito de assumir como uma prioridade de meu Pontificado a recuperação da unidade dos cristãos, plena e visível. Com isso quis conscientemente seguir as marcas de meus dois grandes Predecessores: Paulo VI, que já há mais de quarenta anos firmou o Decreto conciliar sobre o ecumenismo Unitatis redintegratio, e de João Paulo II, que depois fez deste documento o critério inspirador de sua atuação. No diálogo ecumênico a Alemanha é um lugar de particular importância. Com efeito, não é só o País onde teve origem a Reforma; também é um dos Países nos quais surgiu o movimento ecumênico do século XX. Por causa dos fluxos migratórios do século passado, também cristãos das Igrejas ortodoxas e das antigas Igrejas do Oriente encontraram neste País uma nova pátria. Isto favoreceu sem dúvida a confrontação e o intercâmbio. Alegramo-nos todos ao constatar que o diálogo, com o passar do tempo, suscitou um redescobrimento da irmandade e criou entre os cristãos das diversas Igrejas e Comunidades eclesiais um clima mais aberto e confiante. Meu venerado Predecessor, em sua Encíclica Ut unum sint (1995), indicou precisamente nisto um fruto particularmente significativo do diálogo (cf. nn. 41s.; 64). A irmandade entre os cristãos não é simplesmente um vago sentimento e tampouco nasce de uma forma de indiferença com respeito à verdade. Baseia-se na realidade sobrenatural de um único Batismo, que nos insere no único Corpo de Cristo (cf. 1 Cor 12, 13; Ga 3, 28; Col 2, 12). Juntos confessamos a Jesus Cristo como Deus e Senhor, juntos o reconhecemos como único mediador entre Deus e os homens (cf. 1 Tm 2,5), sublinhando nossa comum pertença a Ele (cf. Unitatis redintegratio, 22; Ut unum sint, 42). Sobre este fundamento, o diálogo deu seus frutos. Quero mencionar a revisão, auspiciada por João Paulo II durante sua primeira visita a Alemanha em 1980, das condenações recíprocas e, sobretudo, a «Declaração comum sobre a doutrina da justificação» (1999), que foi um resultado de tal revisão e levou a um acordo sobre questões fundamentais que haviam sido objeto de controvérsias desde o século XVI. Também, há que reconhecer com gratidão os resultados obtidos nas diversas tomadas de posição comuns sobre assuntos importantes, como as questões fundamentais sobre a defesa da vida e a promoção da justiça e da paz. Sou muito consciente de que muitos cristãos neste País, e não só nele, esperam mais passos concretos de aproximação. Também eu os espero. Com efeito, o mandamento do Senhor, mas também a hora presente impõe continuar de modo convencido o diálogo em todos os níveis da vida da Igreja. Obviamente, este deve desenvolver-se com sinceridade e realismo, com paciência e perseverança, com plena fidelidade ao ditame da consciência. Não se pode manter um diálogo de costas para a verdade; o diálogo tem que se desenvolver na caridade e na verdade. Não pretendo desenvolver aqui um programa de temas imediatos de diálogo; isto é tarefa dos teólogos em colaboração com os Bispos. Permiti-me somente uma observação: as questões eclesiológicas, e especialmente a do ministério consagrado, ou seja, do sacerdócio, estão ligadas inseparavelmente à questão sobre a relação entre Escritura e Igreja, ou seja, a instância da justa interpretação da Palavra de Deus e de seu desenvolvimento na vida da Igreja. Uma prioridade urgente no diálogo ecumênico a constitui também as grandes questões éticas que propõe nosso tempo; neste campo, os homens de hoje, em busca, esperam com razão uma resposta comum dos cristãos, que, graças a Deus, em muitos casos quase se encontrou. Mas, infelizmente, não sempre. Por causa das contradições neste campo, o testemunho evangélico e a orientação ética devida aos fiéis e à sociedade perdem força, assumindo muitas vezes características vagas, e descuidando assim nosso dever de dar a nosso tempo o testemunho necessário. Nossas divisões contrastam com a vontade de Jesus e nos desautorizam diante dos homens. O que significa restabelecer a unidade de todos os cristãos? A Igreja católica pretende conseguir a plena unidade visível dos discípulos de Cristo, tal e como a definiu o Concílio Ecumênico Vaticano II em vários de seus documentos (cf. Lúmen gentium, nn. 2;4; etc. ). Segundo nossa convicção, dita unidade existe na Igreja católica sem possibilidade de que se perca (cf. Unitatis redintegratio, n. 4). Não significa, contudo, uniformidade em todas as expressões da teologia e a espiritualidade, nas formas litúrgicas e na disciplina. Unidade na multiplicidade e multiplicidade na unidade. Na homilia na solenidade de São Pedro e São Paulo, em 29 de junho passado, sublinhei que a plena unidade e a verdadeira catolicidade vão juntas. Uma condição necessária para que esta coexistência aconteça é que o compromisso pela unidade se purifique e se renove continuamente, cresça e amadureça. O diálogo pode contribuir para conseguir este objetivo. O diálogo é mais que um intercâmbio de idéias: é um intercâmbio de dons (cf. Ut unum sint, n. 28), no qual as Igrejas e as Comunidades eclesiais podem pôr a disposição seu próprio tesouro (cf. Lúmen gentium, nn. 8;15; Unitatis redintegratio, nn. 3;14s; Ut unum sint, nn. 10.14). precisamente por este compromisso, o caminho pode continuar passo a passo até chegar à plena unidade, quando, finalmente, «cheguemos todos à unidade da fé e no conhecimento do Filho de Deus, o homem perfeito, a medida de Cristo em sua plenitude» (Ef 4, 13). É óbvio que um diálogo como este só pode se levar a cabo até o fundo em um contexto de espiritualidade sincera e coerente. Não podemos «fazer» a unidade só com nossas forças. Podemos obtê-la somente como dom do Espírito Santo. Portanto, o ecumenismo espiritual, ou seja, a oração, a conversão e a santidade de vida, são o coração do movimento ecumênico (cf. Unitatis redintegratio, n. 8; Ut unum sint, nn. 15s; 21 etc). Também se poderia dizer que a melhor forma de ecumenismo consiste em viver segundo o Evangelho. Vejo com especial otimismo o fato de que hoje se está desenvolvendo uma espécie de «rede», de conexão espiritual entre católicos e cristãos das diversas Igrejas e Comunidades eclesiais: cada um se compromete na oração, na revisão da própria vida, na purificação da memória, na abertura à caridade. O pai do ecumenismo espiritual, Paul Couturier, falou a este respeito de um «claustro invisível», que acolhe em seu recinto a estas almas apaixonadas de Cristo e sua Igreja. Estou convencido de que, se um número crescente de pessoas se une à oração do Senhor «para que todos sejam um» (Jo 17, 21), tal oração em nome de Jesus não cairá no vazio (cf. Jo 14, 13; 15,7.16 etc). Com a ajuda que vem do alto, encontraremos soluções praticas nas diversas questões ainda abertas e, ao final, o desejo de unidade será cumulado quando e como Ele queira. Convido a todos a percorrer comigo este caminho. [Tradução realizada por Zenit]
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Código: ZP05081808
Data de publicação: 2005-08-18
Bento XVI busca fazer a Alemanha redescobrir suas raízes espirituais
Segundo afirma na cerimônia de boas vindas no aeroporto de Colônia-Bonn
COLÔNIA, quinta-feira, 18 de agosto de 2005 (ZENIT.org).- Após aterrissar esta quinta-feira na Alemanha, Bento XVI desejou que as Jornadas Mundiais da Juventude (JMJ) sirvam, entre outras coisas, para redescobrir o patrimônio espiritual das raízes cristãs de seu país. Deram-lhe as boas vindas no aeroporto Konrad Adenauer de Colônia-Bonn o presidente alemão, Horst Kohler, assim como o chanceler Gerhard Schroder, cardeais e bispos em representação da Igreja na Alemanha, e rapazes e moças que participam na JMJ. «O encontro de muitos jovens com o sucessor de Pedro é um sinal da vitalidade da Igreja. Sinto-me agraciado de estar entre os jovens, de apoiar sua fé e de animar sua esperança», afirmou o pontífice em seu discurso pronunciado em alemão. «Ao mesmo tempo --reconheceu em meio de um forte vento--, estou seguro de receber algo dos jovens, sobretudo de seu entusiasmo, de sua sensibilidade e de sua disponibilidade para enfrentar os desafios do futuro». O Santo Padre explicou que «todos os crentes, e particularmente os jovens, estão chamados a enfrentar o caminho da vida buscando a verdade, a justiça e o amor». «É um caminho cuja meta definitiva se pode alcançar só mediante o encontro com Cristo, um encontro que não acontece sem a fé», indicou. «Neste caminho interior podem ajudar os múltiplos sinais que a ampla e rica tradição cristã deixou de maneira indelével nesta terra da Alemanha», indicou, citando , por exemplo, «os grandes monumentos históricos», «as inumeráveis obras de arte espalhadas por seu território», assim como «os conceitos filosóficos», «a reflexão teológica de tantos pensadores» ou «a experiência mística de uma multidão de santos». «É um rico patrimônio cultural e espiritual que, ainda hoje, dá testemunho no coração de Europa da fecundidade da fé e da tradição cristã», assegurou em seu discurso, que foi interrompido em várias ocasiões pelos aplausos e gritos dos jovens. Pouco antes, o presidente Kohler confessou em sua saudação sua emoção «como cristão protestante» ao dar as boas vindas a um Papa que é «alemão, ou seja, um dos nossos». Para o chefe de Estado sua eleição como Papa é revestida de importância histórica: «Após o Papa da Polônia, que foi o primeiro país invadido pela Alemanha na Segunda Guerra Mundial, foi eleito como sucessor de S. Pedro alguém que faz parte da chamado geração das “crianças da defesa antiaérea”». Esta eleição, acrescentou, «se entendeu em todo o mundo como sinal de reconciliação e hoje posso contar que, tão só uns minutos depois de sua eleição, o primeiro que me ligou para felicitar-nos foi o presidente polonês [Aleksander] Kwasniewski. Ao saudar ao presidente, após seu longo e profundo discurso, o Papa disse brincando: «Não sabia que um presidente fora também teólogo». A brincadeira não só fez sorrir a Kohler sorrir, mas também a Schroder e provocou o aplauso dos jovens. O Santo Padre concluiu seu discurso desejando: «Que Deus proteja a República Federal de Alemanha».
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Papa exorta cristãos e muçulmanos a condenarem juntos a violência no IraqueEm um telegrama de pêsames enviado ao núncio apostólico CIDADE DO VATICANO, quinta-feira, 1 de setembro de 2005 (ZENIT.org).- Bento XVI pediu a cristãos e muçulmanos do Iraque que condenem juntos a violência após a tragédia dessa quarta-feira em Bagdá, na qual morreram quase mil peregrinos xiitas. Após receber a notícia, o Papa enviou um telegrama ao arcebispo Fernando Filoni, núncio apostólico no Iraque, através do cardeal Angelo Sodano, secretário de Estado, no qual exorta «todos os crentes no único Deus a unir-se para deplorar qualquer tipo de violência e cooperar no regresso da concórdia à atribulada terra iraquiana». O pontífice expressa na mensagem «às autoridades civis e religiosas, assim como aos familiares das vítimas e a toda a população, seus mais sinceros pêsames». Na carta, assegura-se que o Santo Padre confia à «misericórdia divina todos que pereceram de forma tão dramática e garante suas orações para que por fim se instaure neste país um clima de reconciliação e de confiança recíproca». Em um clima de luto nacional de três dias, decretado essa quarta-feira, em Bagdá começaram os funerais pelos quase mil peregrinos mortos. A tragédia desatou pouco depois que três projéteis de morteiro caíram sobre uma multidão que peregrinava à mesquita do Imame Musa al-Kadem, terceiro santuário mais importante para os xiitas no Iraque. Sete pessoas morreram e cerca de 40 ficaram feridas neste atentado, cuja autoria foi assumida pela uma seção vinculada ao grupo de Al Qaeda para a Guerra Santa no Iraque. Pouco depois, correu o rumor de que havia um suicida entre os peregrinos que cruzavam a ponte sobre o rio Tigre que comunica o oeste com o norte de Bagdá, desatando pânico entre os fiéis, que começaram a correr em todas as direções. Muitos ficaram presos na ponte quando esta cedeu, fazendo que caíssem no rio Tigre. Os últimos números divulgados pela secretaria do Ministério do Interior estabelecem 965 mortos e mais de 815 feridos, alguns deles ainda em estado de extrema gravidade. ZP05090103
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01-09-2005


A dor da separação eucarística, impulso para a unidadeSegundo afirma Bento XVI em uma mensagem a um simpósio de teólogos católicos e ortodoxos CASTEL GANDOLFO, segunda-feira, 5 de setembro de 2005 (ZENIT.org).- Bento XVI considera que o sofrimento que produz a ortodoxos e católicos o não poder concelebrar juntos a Eucaristia por causa da divisão deve ser um impulso para alcançar a unidade plena. É a proposta que o pontífice lançou em uma mensagem enviada ao simpósio intercristão sobre «A Eucaristia na tradição oriental e ocidental com particular referência ao diálogo ecumênico», que se celebra de 4 a 7 de setembro, em Assis. A iniciativa, que chegou a sua nona edição, é organizada pelo Instituto de Espiritualidade da Universidade Pontifícia «Antonianum», de Roma, e pelo Departamento de Teologia da Universidade «Aristóteles», de Tessalônica (Grécia). Na mensagem, dirigida ao cardeal Walter Kasper, presidente do Conselho Pontifício para a Promoção da Unidade dos Cristãos, o bispo de Roma constata que «se percebe como particularmente urgente em nosso tempo a busca da unidade plena visível entre todos os discípulos de Cristo e por este motivo se experimenta a necessidade de uma espiritualidade mais profunda e de um maior amor recíproco». Após recordar, junto ao Concílio Vaticano II, «com quanto amor os cristãos orientais celebram o culto litúrgico, sobretudo a celebração eucarística», o Papa reconhece que «a ausência da plena comunhão não permite, infelizmente, a concelebração que para uns e outros é o sinal dessa plena unidade à qual todos estamos chamados». «De todos os modos --propõe a mensagem papal que foi lida na sessão de abertura do simpósio--, será um chamado a intensificar a oração, o estudo e o diálogo com o objetivo de resolver as divergências que ainda permanecem». «Realizar a plena comunhão dos cristãos deve ser um objetivo para todos os que professam a fé na Igreja, una, santa, católica e apostólica, tanto fiéis como pastores, cada um segundo seu próprio valor, já na vida cristã diária, já nas pesquisas teológicas e históricas», assegura. «Nesta linha --conclui--, os Institutos de ensino teológico podem desempenhar um papel fundamental para a formação das novas gerações e para oferecer um testemunho cristão renovado no mundo de hoje». O congresso foi inaugurado este domingo com uma celebração eucarística por parte dos participantes católicos na cripta de Santa Maria dos Anjos, em Assis, em presença dos quarenta participantes ortodoxos. Estes simpósios começaram em 1992 e se celebram um ano na Grécia e um na Itália. O tema da Eucaristia e ecumenismo foi apresentado depois pelo arcebispo católico de Corfù, Dom Giovanni Spiteris, e aprofundado por seis especialistas ortodoxos e outros seis católicos. Em representação do Conselho Pontifício para a Promoção da Unidade dos Cristãos participa Dom Eleuterio F. Fortino, subsecretário do organismo vaticano. ZP05090506
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06-09-2005


Segundo Papa, secularização da Europa exige unidade dos cristãosDiscurso à comissão preparatória da terceira Assembléia Ecumênica Européia CIDADE DO VATICANO, quinta-feira, 26 de janeiro de 2006 (ZENIT.org).- A nova evangelização da Europa, que está esquecendo suas raízes cristãs, exige que os discípulos de Jesus superem suas divisões, assegura Bento XVI.«Na Europa, em caminho para a unidade política, podemos admitir que seja precisamente a Igreja de Cristo um fato de desunião e discórdia? Não seria este um dos maiores escândalos de nosso tempo?», pergunta-se o pontífice. Escutaram o questionamento esta quinta-feira os 150 delegados, de 50 países, representantes de 40 igrejas, 34 conferências episcopais e mais de 50 federações e movimentos, que participam da comissão preparatória da terceira Assembléia Ecumênica Européia. Trata-se de uma iniciativa do Conselho das Conferências Episcopais Católicas da Europa (CCEE) e da Conferência das Igrejas Européias (KEK), que agrupa ao restante de confissões cristãs.O encontro em Roma (cidade de maioria católica), constitui a primeira etapa de um itinerário espiritual que percorrerá outras cidades do velho continente, particularmente Wittemberg (Alemanha, de maioria protestante) até culminar em Sibiu (Romênia, de maioria ortodoxa), em setembro de 2007.A reunião que lança este novo processo ecumênico europeu, que se celebra de 24 a 27 de janeiro, aconteceu no contexto da Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos. O tema escolhido para a assembléia é «A luz de Cristo ilumina todos. Esperança de renovação e unidade na Europa».Segundo explicou o Papa no discurso que dirigiu em italiano a seus hóspedes na Sala Clementina do Vaticano, este tema indica «a autêntica prioridade para a Europa: comprometer-se para que a luz de Cristo resplandeça com renovado vigor os passos do continente europeu ao início do novo milênio».«Desejo que toda etapa desta peregrinação esteja iluminada pela luz de Cristo e que a próxima Assembléia Ecumênica Européia possa contribuir a fazer mais conscientes os cristãos de nossos países sobre o dever de testemunhar a fé no contexto cultural, com freqüência caracterizado pelo relativismo e a indiferença», confessou. O bispo de Roma considera que «para que seja fecundo o processo de unificação empreendido, a Europa precisa redescobrir suas raízes cristãs, deixando espaço aos valores éticos que fazem parte de seu rico e consolidado patrimônio espiritual».«Agora --reconheceu--, nossa presença como cristãos será incisiva e iluminadora só se tivermos a valentia de percorrer com decisão o caminho da reconciliação e da unidade». Após a queda do muro que dividia a Europa em duas, «experimenta-se a necessidade de enfrentar unidos os desafios atuais, começando pelo da modernidade e da secularização».«A experiência demonstra amplamente que o diálogo sincero e fraterno gera confiança, elimina os medos e os preconceitos, desfaz as dificuldades e abre ao confronto sereno e construtivo».Por este motivo, o Papa renovou «sua decidida vontade, manifestada no início do pontificado, de assumir o compromisso prioritário de trabalhar sem economizar energias pela reconstrução da unidade plena e visível de todos os seguidores de Cristo». [Mais informação sobre a Assembléia Ecumênica Européia em http://www.eea3.org/]ZP06012605
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2006-01-26


«É necessário que os cristãos falem e trabalhem com uma só voz»Entrevista com Dom Brian Farrell, LC, secretário do Conselho Pontifício para a Unidade dos Cristãos PORTO ALEGRE, quarta-feira, 22 de fevereiro de 2006 (ZENIT.org).- No esforço para se evitar um conflito entre Oriente e Ocidente e também para responder às inquietudes do mundo em geral, «certamente é necessário que os cristãos falem e trabalhem com uma só voz», afirma o secretário do Conselho Pontifício para a Promoção da Unidade dos Cristãos.Dom Brian Farrell, LC, concedeu entrevista a Zenit, recolhida por Cooperatores Veritatis, sobre questões de ecumenismo. O bispo encontra-se em Porto Alegre (sul do Brasil) representando o Vaticano na 9ª Assembléia do Conselho Mundial de Igrejas (CMI).--O Papa Bento XVI assume como prioridade de seu pontificado trabalhar pela unidade dos cristãos. O que significa isso concretamente? --Dom Brian Farrell: Significa servir a Cristo, porque na noite antes de morrer ele rezou para que seus discípulos fossem um, como Ele e o Pai são um. Então, esta divisão que existe na Igreja tem de ser superada. Portanto, esta é uma prioridade da Igreja, do Papa e de todos nós, porque não podemos pensar que é algo secundário, é essencial para a Igreja, para dar testemunho para que o mundo creia, assim disse Jesus Cristo, unidos para que o mundo creia. --O Papa viajará à Turquia em novembro deste ano, por convite do patriarca ortodoxo de Constantinopla, Bartolomeu I. O que isso significa do ponto de vista ecumênico?--Dom Brian Farrell: Com o patriarca ecumênico temos uma relação muito positiva e muito cordial há muito tempo. Em certo sentido, é um gesto de reconhecimento e de amor fraterno o fato de o Papa ir visitá-lo em Constantinopla. O patriarca veio a Roma em diversas ocasiões para visitar o Papa João Paulo II. Agora vai o Papa Bento XVI, como foi também o Papa João Paulo II em seu primeiro ano de pontificado. --O trabalho do “Conselho para a Unidade dos Cristãos” dedica atualmente uma atenção especial a promover a aproximação com as Igrejas ortodoxas? O que falta ainda para a unidade?--Dom Brian Farrell: Há problemas sérios enquanto que são mil anos desde a divisão. Mil anos é muito tempo. E em mil anos, o Oriente e o Ocidente tiveram um desenvolvimento diverso, com percepções diversas, com formulações das doutrinas diversas. Todas essas coisas têm de ser examinadas em conjunto, para mostrar que as diferenças são poucas, e mais que nada o que nos divide agora é a questão quase, eu diria, de percepção psicológica, cultural, mais que de razão de fundo teológico. Agora, temos também um problema concreto, não digo difícil de superar, mas que exigirá um esforço enorme por parte tanto de nós quanto como dos ortodoxos, que é o modo de exercer o primado do bispo de Roma. Que os ortodoxos em certo sentido poderiam reconhecer, mas o modo em que se exerce este primado no Ocidente não é exatamente o modo como se exerceu no Oriente no primeiro milênio. Então, há que se buscar um modo. Em sua grandiosa encíclica Ut unum sint, o Papa João Paulo II, no número 95, convida todas as Igrejas ortodoxas, os teólogos católicos, todos a pensar no modo no qual se pudesse exercer o primado de uma maneira aceitável para eles, para o serviço da unidade e do amor.--Observamos uma divisão entre Ocidente e Oriente evidenciada pela onda de violência despertada pela publicação de charges do profeta Maomé. A promoção da unidade dos cristãos do Ocidente e do Oriente pode ser um ponto de partida para trabalhar para que essa divisão do mundo em dois pólos não se estenda?--Dom Brian Farrell: Certamente é necessário que os cristãos falem e trabalhem com uma só voz. Senão não poderão nunca dar testemunho comum e não poderão nunca responder às inquietudes do mundo islâmico e do mundo em geral. É necessário portanto que nós, cristãos, encontrando-nos sempre mais unidos, possamos participar do diálogo inter-religioso somando todas as possibilidades e as forças que temos para poder enfrentar esta grande questão, de tratar de evitar um conflito de civilizações entre Oriente e Ocidente. --Como está o ecumenismo na Europa? Há resultados da aproximação dos cristãos entre si? No Brasil há muitas dificuldades com os irmãos separados...--Dom Brian Farrell: O ecumenismo não é uma realidade única, é diverso em diversas situações, em diversas partes do mundo. Na Europa, o ecumenismo é muito importante, muito profundo e muito teologicamente motivado, porque foi na Europa que se fizeram todas essas divisões, e é na Europa onde se tem de trabalhar sobretudo no plano teológico para a superação das divisões. Eu não posso falar do Brasil, mas o que experimentei nos poucos dias que estou aqui é que o tipo de relação ecumênica no Brasil é muito diferente do tipo de relação ecumênica na Europa. Aqui se trata em geral de comunidade de fundação recente, comunidades carismáticas pentecostais e evangélicas, que vêm de uma tradição muito diferente das Igrejas históricas, portanto essas novas formas de vida cristã têm que todavia encontrar uma forma e uma estrutura que permita a elas entrar em um diálogo sério, teológico, sobre as bases de sua fé, como fazemos entre as Igrejas históricas.--Como os católicos devem entender e viver o ecumenismo no Brasil, onde há uma inundação de pequenas seitas evangélicas?--Dom Brian Farrell: Antes de tudo, no ecumenismo vale o princípio de que uma pessoa deve dar testemunho de sua própria fé. Portanto, que os católicos se aproximem do diálogo com a fé da Igreja, tentando entender quem é o irmão separado de nós, qual é o fundamento de sua fé, quais são os pontos que temos em comum, quais são as diferenças, e, no diálogo, tentar encontrar as razões para chegar a uma convergência sobre essas diferenças. Portanto, o católico que se aproxima do ecumenismo deve ser uma pessoa de fé, de conhecimento, de grande espiritualidade, porque o ecumenismo não é questão de acordos, de discussões e de questões tratadas por especialistas, o ecumenismo é a vida da Igreja que vai buscando a vontade de Cristo em todos os demais irmãos unidos a nós pelo batismo. --O Papa afirmou em sua homilia no encerramento da Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos, dia 25 de janeiro passado, que «na base do compromisso ecumênico está a conversão do coração, como afirma claramente o Concílio Vaticano II: "Não há verdadeiro ecumenismo sem conversão interior”». Diante disso , como o senhor definiria um coração aberto à união, aberto à unidade de amor?--Dom Brian Farrell: Quer dizer que nunca estaremos unidos se não estivermos em Cristo, e chegar a viver em Cristo e de Cristo é uma questão de conversão. Isso no ecumenismo tem uma aplicação muito concreta nas situações concretas em que, no curso da história, uns foram perseguidores de outros, uns sofreram pelas mãos de outros, e segue, todavia, ainda depois de séculos, a memória de coisas passadas, dolorosas, difíceis. A conversão no ecumenismo tem muito a ver com a purificação da memória, quer dizer, voltar a ver estes eventos do passado, que tanto causaram sofrimento e divisão, à luz de Cristo. Cristo reconcilia todos em um. Através de Cristo, aproximando-nos de Cristo, vivendo de Cristo, teremos a sabedoria e a força para, não digo esquecer o passado, mas vê-lo à luz de Deus, e nisso encontrar que, apesar do que passou, apesar das dificuldades, somos e seremos cada vez mais, em Cristo, irmãos e irmãs. --O cardeal Kasper afirmou sobre o Conselho Mundial de Igrejas: «não somos membros, mas bons sócios». Como se dá este trabalho conjunto? Por que os diálogos da Igreja Católica com as demais confissões são bilaterais e não multilaterais? --Dom Brian Farrell: Com uma confissão concreta, por exemplo, com os ortodoxos, é bilateral entre católicos e ortodoxos. Nosso diálogo com os anglicanos é bilateral. O Conselho Mundial de Igrejas é como um fórum global em que muitas Igrejas protestantes e ortodoxas se encontram. Nós não somos membros por muitas razões muito sérias e no fundo não podemos ser membros porque nós somos uma Igreja única, universal. Os membros do Conselho são Igrejas nacionais ou grupos de Igrejas regionais. Nós não nos enquadramos nesse contexto. Mas nós temos um apreço muito grande pelo Conselho Mundial de Igrejas como uma magnífica possibilidade de trazer tantos cristãos juntos e trabalhar com eles, e, colaborando com eles, buscar todos juntos a unidade, e, enquanto buscamos a unidade, trabalhar para responder de forma cristã a tantos problemas que e dificuldades que o mundo inteiro sofre.--Há um consenso sobre o significado do ecumenismo por parte daqueles que participam do diálogo ecumênico? Quais são os principais obstáculos a se enfrentar?--Dom Brian Farrell: Aqui nesta assembléia geral há duas coisas. Antes de tudo, é um encontro de pessoas de todo mundo, muito diversas entre si, que pertencem a Igrejas muito diferentes entre si. Mas todos estão animados por uma só coisa, que é a busca da unidade. Nesta assembléia vê-se a fé, a aspiração pela unidade, o desejo de trabalhar pela unidade. Mas também somos conscientes dos motivos profundos pelos quais somos divididos. Cada Igreja tem seu auto-entendimento. Naturalmente, a Igreja Católica, como uma Igreja que vem desde há dois mil anos com uma tradição fortíssima, tem uma autoconsciência forte e sabe exatamente no que crê e o que pensa sobre o ecumenismo. Para nós, a finalidade do ecumenismo é a plena e visível unidade de todos os discípulos, de todos os seguidores de Cristo. Outras comunidades às vezes têm um auto-entendimento diferente, e podem portanto ter um objetivo de seu trabalho ecumênico diverso. Disso se trata no diálogo multilateral no Conselho Mundial de Igrejas, trata também de definir bem e melhor a finalidade do trabalho ecumênico.--Na Assembléia houve algum intento no sentido do reconhecimento mútuo do batismo e na busca do estabelecimento de um dia comum para a Páscoa, preocupações sublinhadas pelo cardeal Walter Kasper?--Dom Brian Farrell: Estas preocupações foram assinaladas por muitas pessoas. São problemas não de hoje, não apenas desta assembléia, mas problemas que se têm tratado durante décadas. Muitos estudos e diálogos tentam esclarecer as conseqüências do batismo comum entre os cristãos. Todos somos incorporados a Cristo pelo batismo, sejamos de uma Igreja ou de outra. Isso significa muito, e há que descobrir o que isso significa. A questão da Páscoa, a Igreja Católica tem se declarado disposta a mudar o modo de fixar o dia para se colocar de acordo com as Igrejas ortodoxas e ortodoxas orientais sobre a data, se se encontra uma solução comum. Estamos dispostos. É uma problemática muito difícil, e no século terceiro da Igreja houve discussões sobre a data da Páscoa e as temos ainda hoje. É um ponto sobre o qual conversaremos e tentaremos chegar a uma solução. Seria um testemunho magnífico perante o mundo que todos os cristãos celebrassem juntos, no mesmo dia, a ressurreição de Cristo, o centro de nossa fé. ZP06022215
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2006-02-22



Chamado de Bento XVI à cooperação entre cristãos, judeus e muçulmanosAo receber em audiência o Comitê Judaico Americano CIDADE DO VATICANO, quinta-feira, 16 de março de 2006 (ZENIT.org).-

Ao receber esta quinta-feira uma delegação do Comitê Judaico Americano, Bento XVI fez um chamado à colaboração entre os crentes das três principais religiões monoteístas.«O judaísmo, o cristianismo e o islã crêem em um só Deus, criador do céu e da terra», reconheceu o Papa. «Daí --acrescentou em seu discurso pronunciado em inglês-- que as três religiões monoteístas estejam chamadas a cooperar mutuamente pelo bem comum da humanidade, ao serviço da causa da justiça e da paz no mundo». Segundo o Papa, esta colaboração «é especialmente importante hoje, quando se deve prestar uma especial atenção a ensinar o respeito de Deus, das religiões e seus símbolos e dos lugares sagrados de culto».O bispo de Roma não fez referências explícitas, mas suas palavras podem-se aplicar ao debate suscitado pela publicação em jornais ocidentais de charges que ridicularizam Maomé.«Os líderes religiosos --insistiu-- têm a responsabilidade de trabalhar pela reconciliação mediante o diálogo genuíno e os atos de solidariedade humana».Em sua intervenção, o Papa também recordou a recente celebração do quadragésimo aniversário da declaração do Concílio Vaticano II «Nostra Aetate», documento que deu um decisivo giro positivo nas relações entre judeus e católicos.Esta celebração, que marcou o início deste pontificado, «serviu para aumentar nosso desejo compartilhado de conhecer-nos mutuamente melhor e de desenvolver um diálogo caracterizado pelo amor e o respeito mútuo».«De fato --reconheceu--, judeus e cristãos têm um rico patrimônio comum. Isto faz, em muitos sentidos, que nossa relação seja única entre as religiões do mundo». «A Igreja não pode esquecer-se nunca desse Povo eleito, com o qual Deus estabeleceu uma santa Aliança», sublinhou o pontifício. Bento XVI concluiu desejando que a visita a Roma dos representantes judeus sirva para reforçar o compromisso «de construir pontes de compreensão que superem todas as barreiras».O Comitê Judaico Americano foi um dos grandes impulsores das relações entre judeus e católicos durante o pontificado de João Paulo II, cujos representantes o visitaram com freqüência em Roma. Estiveram presentes também no início deste pontificado.Representantes desta instituição expressaram em 19 de agosto passado sua profunda gratidão ao Papa por sua visita à sinagoga de Colônia (Alemanha), que havia sido destruída em 1938 pelos nazistas. O rabino David Rosen, diretor internacional dos assuntos inter-religiosos do Comitê Judaico Americano, interveio em 27 de outubro com uma apreciada intervenção na celebração oficial dos 40 anos de publicação da «Nostra Aetate» que aconteceu por iniciativa do Vaticano em Roma, em 27 de outubro de 2005 (Cf. http://www.ajc.org/). O Comitê Judaico Americano foi fundado em 1906 por um pequeno grupo de judeus nos Estados Unidos preocupados com os massacres contra a população judaica da Rússia. Seus objetivos são:--Combater o anti-semitismo e toda forma de intolerância--Promover o pluralismo e os valores cívicos comuns a toda a sociedade--Proteger os direitos humanos e combater ataques--Afirmar o direito de existência do Estado de Israel, sua paz e segurança--Salvaguardar e fortalecer a vida judaica. ZP06031602
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16-03-2006


Bento XVI deseja superar um cisma que dura desde o ano 451Promove a Unidade com a Igreja Apostólica Armênia CIDADE DO VATICANO, segunda-feira, 20 de março de 2006 (ZENIT.org).- Bento XVI impulsionou esta segunda-feira decididamente a unidade com a Igreja Apostólica Armênia, confissão cristã separada de Roma após o Concílio de Calcedônia (ano 451). Expressou seu desejo ao receber Sua Beatitude Nerses Bedros XIX Tarmouni, patriarca de Cilícia dos Armênios (Líbano), com os membros do Sínodo patriarcal e um grupo de peregrinos. O patriarca guia 600.000 fiéis, espalhados sobretudo na Europa, assistidos por 120 sacerdotes e noventa religiosas, segundo informa «Rádio Vaticano». Mais de 90% dos cristãos armênios obedecem ao Patriarcado Apostólico Armênio, separado de Roma. Um passo decisivo para superar esta divisão deu-se em 1996, quando João Paulo II e o anterior patriarca apostólico armênio, Karekin I, firmaram uma declaração conjunta que superava mal-entendidos sobre a natureza de Jesus. No discurso que dirigiu a seus hóspedes da Igreja armênia em comunhão com Roma, o Papa recordou os terríveis sofrimentos padecidos pelo povo armênio «em nome da fé cristã». Ao mesmo tempo, manifestou sua satisfação porque nos últimos anos estabeleceu-se «um diálogo cordial e frutuoso» entre os cristãos armênios com o desejo de superar sua divisão. «Alento esta renovada fraternidade e colaboração, desejando que dela surjam novas iniciativas para um caminho comum para com a unidade plena», confessou. «Se os acontecimentos históricos foram testemunha da fragmentação da Igreja armênia, a divina providência permitirá que um dia volte a estar unida com sua hierarquia em fraterna sintonia interior e em plena comunhão com o bispo de Roma», indicou. O Papa concluiu alentando a «perseverar com todas as nossas forças para que quanto antes haja um só rebanho sob um só Pastor». ZP06032007
http://www.zenit.org/
2006-03-20


Vaticano restabelece conselho para diálogo com o Islã
Medida ocorre meses após papa Bento XVI ter criticado o islamismo, descrever o Islã como uma religião irracional, marca pela violência
Reuters
VATICANO - O Vaticano reativará o Conselho Pontifício de Diálogo Inter-religioso, que é o seu principal canal de relacionamento com o mundo muçulmano, disse neste domingo, 27, o secretário de Estado.
O Papa Bento XVI fundiu no ano passado este departamento com o ministério da cultura do Vaticano e retirou seu presidente, o arcebispo Michael Fitzgerald.
Fitzgerald, britânico que é uma das figuras mais experientes da Igreja Católica no diálogo com o Islã, foi enviado ao Cairo, numa medida vista como um deslocamento. O cardeal Tarcisio Bertone disse ao jornal La Stampa que o conselho será reativado como departamento independente. "A mudança ressalta a importância do diálogo inter-religioso", disse.
A reversão de decisões é algo raro no Vaticano. Em um período curto, é mais raro ainda. Meses após da remoção de Fitzgerald, o papa irritou muçulmanos em uma conferência em que parecia descrever o Islã como uma religião irracional, marca pela violência.
Depois, ele manifestou lamento pela dor que os comentários causaram e tentou diminuir a tensão durante viagem à Turquia, onde rezou em uma mesquita e chamou o Islã de fé pacífica.
http://www.estadao.com.br/ultimas/mundo/noticias/2007/mai/27/47.htm
2007-05-27



Bento XVI, o Papa que diz 'não' às mudanças

Pontífice pede oposição às leis que confrontam a doutrina
Cidade do Vaticano - A poucos dias de completar seu segundo ano de pontificado, Bento XVI se mostra um Papa conservador, que diz não ao casamento dos sacerdotes, à comunhão dos divorciados, à Teologia da Libertação, à eutanásia, aos casais que não se casam, à musica moderna na missa e à tolerância. Dois gestos importantes, como a divulgação nesta semana de sua primeira exortação apostólica 'Sacramentum Caritatis' (O Sacramento da Caridade) e a condenação, no dia seguinte, de um dos religiosos ligados à Teologia da Libertação, o salvadorenho de origem espanhola Jon Sobrino, refletem claramente o caráter e os objetivos conservadores do pontificado de Bento XVI.
'Nem mesmo Pio XII (1939-1958) chegou ao extremo de tomar medidas tão restritivas e agressivas. 'Apagou meio século de história', destacou o jornal do Partido Comunista italiano Liberazione, ao comentar o novo documento papal. Para o presidente da Federação de Igrejas Evangélicas italianas, Domenico Naselli, 'é uma volta ao passado, quando a Igreja estava aferrada à tradição e aos rituais e não via os sofrimentos do mundo onde vivemos'. A exortação papal, que na teoria resume as posições dos bispos de todo o mundo após o sínodo celebrado em outubro de 2005, é na verdade um chamado direto do Pontífice a 'cerrar fileiras', segundo vários teólogos e historiadores consultados pela imprensa italiana. Bento XVI exige dos católicos que se oponham às leis que não se ajustam à sua doutrina.

Correio do PovoPorto Alegre - RS - Brasil
http://www.correiodopovo.com.br/
2007-03-18

Bento XVI, articulações


Bento XVI reúne-se com patriarca de Bagdá em Castelgandolfo
Líderes religiosos pediram que sacerdote seqüestrado em agosto, em Bagdá, fosse libertado
AP

CASTELGANDOLFO - O papa Bento XVI encontrou-se neste sábado com o patriarca de Bagdá, segundo informações do Vaticano. O encontro com Emmanuel Delly foi realizado na residência de verão do Vaticano, em Castelgandolfo, no sul de Roma.
Delly clamou pela liberação de um sacerdote seqüestrado em Bagdá, e o papa reforçou seu apoio ao pedido durante o encontro. Hanna Saad Sirop, diretor do Departamento de Teologia da Universidade de Babel, foi seqüestrado dia 15 de agosto.
Os católicos são apenas 3% da população iraquiana, que é de 26 milhões de pessoas. As cristãos incluem Sírios e Armênios, com uma pequena quantidade de Católicos Romanos.
http://www.estadao.com.br/ultimas/mundo/noticias/2006/set/30/41.htm
2006-10-01


Papa recebe Henry KissingerCASTEL GANDOLFO, sexta-feira, 29 de setembro de 2006 (ZENIT.org).- Bento XVI recebeu nesta quinta-feira, em audiência privada, Henry Kissinger, prêmio Nobel da Paz, antigo secretário de Estado dos Estados Unidos. A Sala de Imprensa da Santa Sé confirmou o encontro, que aconteceu na residência pontifícia de Castel Gandolfo, sem caráter oficial, mas não revelou detalhes sobre o mesmo. Fontes diplomáticas americanas revelaram que na reunião teriam sido analisadas as reações islâmicas ao discurso do Papa de 12 de setembro em Ratisbona. Precisamente em dias passados, Kissinger havia enfrentado a questão em uma entrevista televisiva, considerando que as reações se deveram a um erro de interpretação e à excessiva emotividade. «Devemos ser conscientes do impacto do radicalismo islâmico -- advertiu. Por este motivo, é necessário comprometer-se no diálogo.» ZP06092910
http://www.zenit.org/
2006-10-01