Lição da Biblia


Sábado à tarde Ano Bíblico: Ez 24–26
Verso para Memorizar: “Pergunto, pois: terá Deus, porventura, rejeitado o Seu povo? De modo nenhum! Porque eu também sou israelita da descendência de Abraão, da tribo de Benjamim” (Romanos 11:1).

Leituras da semana: Romanos 10, 11

A lição desta semana estuda Romanos 10 e 11, com ênfase especialmente no capítulo 11. É importante ler os dois capítulos inteiros a fim de continuar a seguir a linha de raciocínio de Paulo.

Estes dois capítulos foram e continuam sendo objeto de muita discussão. Mas um ponto está claro neles: o amor de Deus pela humanidade e Seu grande desejo de ver todos salvos. Não existe rejeição coletiva de ninguém para a salvação. Romanos 10 deixa muito claro que “não há distinção entre judeu e grego” (Rm 10:12) – todos são pecadores e todos precisam da graça de Deus, oferecida ao mundo por meio de Jesus Cristo. Essa graça vem a todos – não levando em conta nacionalidade, nascimento, nem as obras da lei, mas unicamente pela fé em Jesus, que morreu como substituto dos pecadores em todos os lugares. As funções podem mudar, mas o plano básico de salvação nunca muda.

Paulo continua com este tema no capítulo 11. Aqui, também, como já foi declarado anteriormente, é importante entender que quando Paulo fala sobre eleição e chamado, a questão não é a salvação mas o papel no plano de Deus para alcançar o mundo. Nenhum grupo foi rejeitado para a salvação; essa nunca foi a questão. Ao contrário, depois da cruz, e depois da introdução do evangelho aos gentios, particularmente pelos esforços de Paulo, o primeiro movimento de crentes – tanto de judeus como de gentios – ergueu o manto de evangelizar o mundo.

Domingo Ano Bíblico: Ez 27–29

O fim da lei

1. Qual é a principal mensagem de Paulo em Romanos 10:1-4? Como corremos, hoje, o perigo de buscar estabelecer “nossa própria justiça”?

O legalismo pode vir em muitas formas, algumas mais sutis que outras. Os que olham a si mesmos, a suas boas ações, a sua alimentação, a sua estrita guarda do sábado, a todas as coisas más que não praticam, ou às boas coisas que alcançam – mesmo com as melhores das intenções – estão caindo na armadilha do legalismo. A cada momento de nossa vida, devemos manter diante de nós a santidade de Deus em contraste com nossa pecaminosidade. Esse é o caminho mais seguro para nos proteger do pensamento que leva as pessoas a buscar a “justiça própria”, que é contrária à justiça de Cristo.

Romanos 10:4 é um texto importante que capta a essência de toda a mensagem de Paulo aos Romanos. Primeiro, precisamos conhecer o contexto. Muitos judeus estavam “procurando estabelecer a sua própria” justiça (Rm 10:3) e buscando a “justiça decorrente da lei” (Rm 10:5). Mas, com a vinda do Messias, o verdadeiro caminho da justiça foi apresentado. A justiça foi oferecida a todos os que manifestassem fé em Cristo. Era para Ele que apontava o antigo sistema cerimonial.

Mesmo que se inclua na definição de lei aqui os Dez Mandamentos, isso não significa que os Dez Mandamentos foram abolidos. A lei moral assinala nossos pecados, culpas, negligências e, assim, nos leva a perceber a necessidade de um Salvador, de perdão, de justiça, os quais só podem ser encontrados em Jesus. Nesse sentido, Cristo é o “fim” da lei, no sentido de que a lei nos leva a Ele e Sua justiça. A palavra grega traduzida aqui como fim é teloes, que também pode ser traduzida como objetivo ou propósito. Cristo é o propósito final da lei, no sentido de que a lei deve nos levar a Jesus.

Enxergar nesse texto o ensino de que os Dez Mandamentos – ou especificamente o quarto (que as pessoas realmente querem dizer) – agora estão anulados é extrair uma conclusão contrária a tudo o mais que Paulo e o Novo Testamento ensinam.

Você já se achou orgulhoso por ser bom, especialmente em contraste com os outros? Talvez você seja “melhor”, mas, e daí? Compare-se a Cristo e, depois, pense quão “bom” você realmente é!

Segunda Ano Bíblico: Ez 30–32

A eleição da graça

2. Que ensino comum esta passagem nega clara e inquestionavelmente? Rm 11:1-7. Que evidência dá Paulo de que Deus não rejeitou Seu povo?

Na primeira parte de sua resposta à pergunta: “Terá Deus, porventura, rejeitado o Seu povo?” Paulo aponta para um remanescente, uma eleição da graça, como prova de que Deus não rejeitou Seu povo. A salvação está aberta a todos os que a aceitarem, tanto judeus como gentios.

Deve-se lembrar que os primeiros conversos ao cristianismo eram todos judeus – por exemplo, o grupo que foi convertido no dia de Pentecostes. Foram necessários uma visão e um milagre especial para convencer Pedro de que os gentios também tinham igual acesso à graça de Cristo (At 10; compare com At 15:7-9) e que o evangelho deveria ser levado também a eles.

3. Paulo está dizendo que Deus cegou propositalmente para a salvação a parte de Israel que rejeitou Jesus? Leia Rm 11:7-10. O que está errado com essa ideia?

Nestes versos, Paulo cita o Antigo Testamento, uma autoridade que os judeus aceitavam. As passagens que Paulo cita representam Deus como dando a Israel um espírito de entorpecimento, impedindo-os de ver e ouvir. Deus cega os olhos das pessoas para impedi-las de ver a luz que as levaria à salvação? Nunca! Essas passagens devem ser entendidas à luz de nossa explicação de Romanos 9. Paulo não está falando de salvação individual, pois Deus não rejeita ninguém coletivamente para a salvação. O assunto neste verso, ao contrário, como foi desde o princípio, se refere ao papel que esse povo teve em Sua obra.

Terça Ano Bíblico: Ez 33–35

O ramo enxertado

4. Que grande esperança Paulo alimenta para os israelitas, tanto para os daquele tempo quanto para os de hoje? Rm 11:11-1

Nestes versos, encontramos duas expressões paralelas: (1) “a sua plenitude [dos israelitas]” (v. 12), e (2) “seu restabelecimento [dos israelitas]” (v. 15). Paulo pressentia que o declínio e a rejeição seriam apenas temporários; seriam seguidos por plenitude e aceitação. Esta é a segunda resposta de Paulo à pergunta suscitada no princípio deste capítulo: “Terá Deus... rejeitado o Seu povo?” O que parece ser uma rejeição, ele diz, é só uma situação temporária.

5. Em lugar do enfoque étnico, que outro critério usa Deus para determinar quem Lhe pertence? Rm 11:16-24

Paulo compara o remanescente fiel de Israel a uma oliveira nobre, da qual foram quebrados bruscamente alguns galhos (os descrentes) – uma ilustração que ele usou para provar que “Deus não rejeitou o Seu povo” (v. 2). A raiz e o tronco estão ainda lá.

Nessa árvore, os crentes gentios foram enxertados. Mas eles estão extraindo sua seiva e vitalidade da raiz e do tronco, que representam o Israel que crê.

O que aconteceu aos que rejeitaram Jesus pode acontecer também aos crentes gentios. A Bíblia não ensina a doutrina de “uma vez salvo, salvo para sempre”. Assim como a salvação é oferecida livremente, pode ser rejeitada livremente. Embora tenhamos que ser cuidadosos ao pensar que cada vez que caímos estamos fora da salvação, ou que, a menos que sejamos perfeitos, não seremos salvos, precisamos também evitar o abismo oposto – a ideia de que, visto que a graça de Deus nos cobre, não existe nada que possamos fazer, decisões que possamos tomar, que retirem de nós a provisão de salvação. No fim, só aqueles que permanecerem na bondade de Deus (v. 22) serão salvos.

Nenhum crente deve se gabar da própria bondade ou sentir qualquer superioridade sobre seus semelhantes. Nossa salvação não foi conquistada; foi um dom. Antes da cruz, antes do padrão de santidade de Deus, todos somos iguais: pecadores carentes da graça divina, pecadores carentes da santidade que só pode ser nossa mediante a graça. Não temos nada de nós mesmos para ostentar; nossa jactância deve estar só em Jesus e no que Ele fez por nós ao vir a este mundo em natureza humana, sofrendo nossas aflições, morrendo por nossos pecados, oferecendo-nos um modelo de como viver e prometendo poder para vivermos essa vida. Em tudo isso, somos completamente dependentes dEle, pois sem Ele não haveria esperança além da que este mundo nos oferece.
Quarta Ano Bíblico: Ez 36–38

Um mistério revelado

6. Que grande esperança tinha Paulo a respeito de seu povo? Rm 11:25-27

Por séculos, os cristãos têm discutido e debatido estes poucos versos. Mas alguns pontos estão claros. De início, todo o teor aqui é de que Deus tem interesse na salvação dos judeus. O que Paulo está declarando vem em resposta à pergunta suscitada no princípio do capítulo: “Terá Deus, porventura, rejeitado o Seu povo?” Sua resposta, evidentemente, é: Não! e sua explicação é (1) que a cegueira (grego porosis, dureza) é só “em parte” e (2) que é só temporária, “até que haja entrado a plenitude dos gentios”.

O que significa “a plenitude dos gentios”? Muitos veem essa frase como uma forma de expressar o cumprimento da comissão evangélica, em que todo o mundo ouve o evangelho. “A plenitude dos gentios” veio quando o evangelho foi pregado em todos os lugares. A fé demonstrada por Israel, manifestada em Cristo, é universalizada. O evangelho foi pregado a todo o mundo. A vinda de Jesus está próxima. Neste momento, então, muitos judeus começam a vir a Jesus.

Outro ponto difícil é o significado de “todo o Israel será salvo” (v. 26). Isso não deve ser interpretado como que por algum decreto divino, todos os judeus terão a salvação no tempo do fim. Em nenhuma parte as Escrituras pregam o universalismo, nem para a humanidade inteira nem para um segmento em particular. Paulo espera salvar “alguns deles” (v. 14). Alguns aceitaram o Messias, alguns O rejeitaram, como sucede com todos os povos.

Comentando Romanos 11, Ellen White fala de um tempo “na proclamação final do evangelho” em que “muitos judeus... receberão a Cristo pela fé como seu Redentor” (Ellen G. White, Atos dos Apóstolos, p. 381).

“Há uma poderosa obra a ser feita no mundo. O Senhor declarou que os gentios serão recolhidos, e não somente os gentios, mas também os judeus. Há entre os judeus muitos que serão convertidos e por meio de quem veremos a salvação de Deus sair como lâmpada ardente. Há judeus por toda parte, e a eles deve ser levada a luz da verdade presente. Há entre eles muitos que virão para a luz, e que proclamarão a imutabilidade da lei de Deus com admirável poder. O Senhor Deus atuará. Fará coisas maravilhosas em justiça” (Ellen G. White, Evangelismo, p. 578).

Tome algum tempo para pensar sobre as raízes judaicas da fé cristã. Como um estudo seletivo da religião judaica poderia ajudá-lo a entender melhor sua fé cristã?
Quinta Ano Bíblico: Ez 39–41

A salvação dos pecadores

O amor de Paulo por seu povo é claramente aparente nestes versos. Como deve ter sido difícil para ele ver alguns de seus compatriotas lutando contra ele e contra a verdade do evangelho! Mas, em meio a tudo isso, ele ainda acreditava que muitos veriam Jesus como Messias.

7. Como Paulo mostra o amor de Deus, não só pelos judeus, mas por toda a humanidade? Como ele expressa o poder surpreendente e misterioso da graça de Deus? Rm 11:28-36

Nestes versos, embora faça um contraste entre judeus e gentios, um ponto é claro: A misericórdia, o amor e a graça de Deus são derramados sobre os pecadores. Desde antes da fundação do mundo, o plano de Deus era salvar a humanidade e usar outros seres humanos, e até nações, como instrumentos em Suas mãos para cumprir a vontade divina.

8. Leia cuidadosamente e em oração o verso 31. Que lição importante aprendemos desse texto sobre nosso testemunho, não só aos judeus mas a todos com quem entramos em contato?

Sem dúvida, ao longo dos séculos, caso a igreja cristã tivesse tratado melhor os judeus, muitos mais poderiam ter vindo a seu Messias. A grande apostasia nos primeiros séculos depois de Cristo, e a extrema paganização do cristianismo – inclusive a rejeição da observância do sábado a favor do domingo – certamente não facilitaram as coisas para que os judeus fossem atraídos a Jesus.

Portanto, é importante que todos os cristãos, percebendo a misericórdia que lhes é oferecida em Jesus, mostrem essa misericórdia aos outros! Não podemos ser cristãos se não fizermos assim (veja Mt 18:23-35).

Existe alguém a quem você precisa mostrar misericórdia, mesmo que talvez não mereça? Por que não mostrar misericórdia a essa pessoa, mesmo que seja difícil? Não foi isso que Jesus fez por nós?

Sexta Ano Bíblico: Ez 42–44

Estudo adicional

Leia Ellen G. White, Atos dos Apóstolos, p. 77-79: “Perante o Sinédrio”; p. 112-114: “De Perseguidor a Discípulo”; p. 474, 475: “Carta de Roma”; Evangelismo, p. 573-577: “A Verdade Ilustrada Atrai os Católicos”; Mensagens Escolhidas, v, 1, p. 155, 156: “Que Pregar e que não Pregar”.

Não obstante haver Israel falhado como nação, havia entre eles um considerável remanescente em condições de ser salvo. Ao tempo do advento do Salvador, houve homens e mulheres fiéis que receberam com alegria a mensagem de João Batista, e foram assim levados a estudar de novo as profecias referentes ao Messias. Quando a igreja cristã primitiva foi fundada, ela era composta desses fiéis judeus que reconheceram Jesus de Nazaré como aquele cujo advento haviam almejado” (Ellen G. White, Atos dos Apóstolos, p. 376, 377).

“Há entre os judeus alguns que, como Saulo de Tarso, são poderosos nas Escrituras, e esses proclamarão com maravilhoso poder a imutabilidade da lei de Deus. O Deus de Israel fará que isto suceda em nossos dias. Seu braço não está encolhido para que não possa salvar. Ao trabalharem Seus servos em fé pelos que de muito têm sido negligenciados e desprezados, Sua salvação será revelada” (Ellen G. White, Atos dos Apóstolos, p. 381).

“Na proclamação final do evangelho, quando deve ser feito um trabalho especial pelas classes de pessoas até aqui negligenciadas, Deus espera que Seus mensageiros tomem interesse especial pelo povo judeu, o qual eles encontram em todas as partes da Terra. Ao serem as Escrituras do Antigo Testamento amalgamadas com as do Novo numa explanação do eterno propósito de Jeová, isto será para muitos judeus como o raiar de uma nova criação, a ressurreição da fé. Ao verem o Cristo da dispensação evangélica retratado nas páginas das Escrituras do Antigo Testamento, e perceberem quão claramente o Novo Testamento explica o Antigo, suas adormecidas faculdades despertarão, e eles reconhecerão Cristo como o Salvador do mundo. Muitos receberão Cristo pela fé como seu Redentor” (Ellen G. White, Atos dos Apóstolos, p. 381).

Pergunta para consideração

Nos últimos dias, quando a lei de Deus, e especialmente o sábado, entrar em destaque, não é razoável pensar que os judeus – muitos deles tão sérios a respeito dos Dez Mandamentos quanto os adventistas – terão uma parte em ajudar a esclarecer alguns assuntos perante o mundo? Afinal, no que se refere à guarda do sábado, em contraste com os judeus, os adventistas são “gente nova no pedaço”. Comente.

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